TSE diz que servidor foi exonerado por assédio moral e mentiu à Polícia Federal n3b1o

Tribunal negou ter recebido avisos sobre falhas na fiscalização de inserções eleitorais, como alega Alexandre Gomes Machado

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) disse nesta quarta-feira (26), em nota à imprensa, que a exoneração do servidor Alexandre Gomes Machado “foi motivada por indicações de reiteradas práticas de assédio moral, inclusive por motivação política, que serão devidamente apuradas”.

Prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/NDPrédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/ND

A manifestação do TSE foi divulgada após Machado dar sua versão sobre o caso à Polícia Federal (PF), em depoimento voluntário. Ele disse acreditar que sua exoneração seja por informar, desde 2018, sobre “a existência de falhas na fiscalização e no acompanhamento na veiculação de inserções da propaganda eleitoral gratuita”.

O TSE negou ter recebido qualquer comunicado sobre o assunto. “Ao contrário do informado em depoimento, a chefia imediata do servidor esclarece que nunca houve nenhuma informação por parte do servidor”, disse a Corte.

No depoimento à PF, o servidor disse ainda que foi exonerado pouco depois de informar seus superiores sobre um email de uma rádio chamada JM ON LINE, que teria itido a não veiculação de 100 inserções da campanha do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição.

“As alegações feitas pelo servidor em depoimento perante a Polícia Federal são falsas e criminosas e, igualmente, serão responsabilizadas”, afirmou o TSE na nota.

A Corte Eleitoral informou ter aberto procedimento istrativo contra Machado, que é analista judiciário concursado do TRE-DF (Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal).

“Se o servidor, no exercício de suas funções, identificou alguma falha nos procedimentos, deveria, segundo a lei, ter comunicado imediata e formalmente ao superior hierárquico, sob pena de responsabilização”, acrescentou o TSE.

A nota reitera não ser função do TSE distribuir as propagandas eleitorais às emissoras, que devem por conta própria certificar que estão cumprindo a legislação eleitoral.

Por email, a rádio JM FM, de Uberaba (MG), que possui o portal JM ON LINE, respondeu que pediu orientações ao TSE após ter parado de receber as propagandas do PL, partido de Bolsonaro.

O problema foi rapidamente resolvido pela legenda, mas a emissora disse que questionou a Corte Eleitoral sobre como repor as inserções não veiculadas antes que o problema fosse detectado, mas não obteve retorno até o momento.

A emissora acrescentou que desde 2010 veicula propagandas eleitorais, sem nenhuma ocorrência, e se colocou à disposição da Justiça Eleitoral, dos partidos e de organismos internacionais para prestar qualquer esclarecimento.

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