Suspeitos de terem participado do ato de 8 de janeiro, que terminou com ataques e destruição nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, receberam mais de R$ 1,6 milhão em auxílios pagos pelo governo desde 2013, informou o portal R7.

Um levantamento feito pelo R7 indicou que, das 464 pessoas que poderão responder o processo em liberdade, mas mediante medidas cautelares, 240, ou seja, 51,7% delas receberam alguma concessão financeira dos cofres públicos. O indicativo foi feito com base no cruzamento entre a lista dos detentos que foram liberados, divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e o Portal da Transparência do governo federal.
Os benefícios incluem auxílio emergencial, Bolsa Família, Auxílio Brasil e auxílios pagos pelo Ministério da Educação a estudantes do ensino superior.
A maior quantia paga a uma única pessoa foi R$ 39,5 mil. Duas mulheres, do Pará e do Tocantins, receberam os valores, cada uma, por meio de parcelas do Bolsa Família, Auxílio Brasil e auxílio emergencial, ao longo de, pelo menos, 10 anos. A última parcela recebida por elas foi em novembro de 2022.
O levantamento feito pelo R7 também mapeou os locais de moradia dos beneficiários. São Paulo lidera a lista, com 53 presos liberados que receberam auxílios, seguido por Minas Gerais (25) e Mato Grosso (23).
Depois, estão Santa Catarina (17), Rio Grande do Sul (16), Paraná (14), Goiás (13), Bahia (12), Rondônia (12), Pará (9), Rio de Janeiro (8), Espiríto Santo (7), Mato Grosso do Sul (6), Paraíba (5), Ceará (4), Distrito Federal (4), Tocantins (3), Piauí (3), Rio Grande do Norte (2), Pernambuco (1), Acre (1), Alagoas (1) e Maranhão (1).
Além dos detidos que receberam benefícios sociais, há na lista um bolsista do Programa Nacional de o ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), criado pela gestão do PT em 2011; duas recenseadoras do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); um militar da reserva e o dono de duas empresas mineiras que, em contratos com o governo, receberam R$ 300 mil.
Situação dos detidos t1o5v
A análise da situação dos detidos por envolvimento nos atos de de 8 de janeiro foi concluída em 20 de janeiro pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
No total, foram avaliadas as audiências de custódia de 1.406 presos. Desses, 942 tiveram a prisão em flagrante convertida para preventiva e 464 obtiveram o direito de responder ao processo em liberdade mediante medidas cautelares.
Cada caso foi julgado individualmente — entre os que respondem ao processo fora da prisão, estão idosos, pessoas com problemas de saúde e suspeitos sobre os quais não há provas sobre a participação efetiva nos crimes.
Entre as medidas cautelares determinadas pelo ministro para a liberação dos presos, estão a proibição de deixar a região onde vivem; recolhimento domiciliar durante a noite e aos fins de semana, com uso de tornozeleira eletrônica; apresentação à Justiça todas as segundas-feiras; cancelamento de aportes; suspensão de porte de arma de fogo e de licença para colecionar armamento; proibição de usar redes sociais; e impedimento de se comunicar com os demais envolvidos nos episódios.