Bolsonaro diz contar com ajuda de ‘país do norte’ para mudar sistema político 4d6n60

Durante um evento do Partido Liberal realizado nesta sexta-feira (30) em Fortaleza (CE), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sugeriu que está contando com apoio internacional para alterar o cenário político no Brasil. Sem citar diretamente os Estados Unidos, ele mencionou “um país lá do norte” para ajudar.

“Tenho certeza de que venceremos. Não é fácil, mas nós venceremos, com ajuda de Deus e também com ajuda de outro país lá do norte. Enganam-se aqueles achando que só nós temos condições de reverter esse sistema. Não temos. Precisamos de ajuda de terceiros. E tem vindo na hora certa”, afirmou.

O ex-presidente não pode se candidatar a nenhum cargo até 2030 por conta de uma decisão da Justiça Eleitoral. Além disso, ele está sendo investigado por envolvimento em um suposto plano de golpe em 2022 e, se for condenado, pode pegar mais de 40 anos de prisão.

O ex-presidente ainda traçou um paralelo com o presidente americano Donald Trump, dizendo que ambos enfrentaram derrotas eleitorais semelhantes. “Ele sofreu quando perdeu as eleições, e aqui, de forma semelhante, outra pessoa assumiu a Presidência”.

Ajuda de um ‘país do norte’: fala ocorre em meio a ameaça de sanções 585d

As falas aconteceram em meio a especulações sobre sanções internacionais contra autoridades brasileiras. Recentemente, o senador norte-americano Marco Rubio afirmou que o ministro do STF Alexandre de Moraes pode ser incluído em uma lista de sanções com base na Lei Global Magnitsky.

Nos bastidores, aliados de Bolsonaro atribuem essa ofensiva à atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está licenciado do mandato desde março para permanecer nos Estados Unidos. Lá, ele tem se dedicado a denunciar o que classifica como abusos do Judiciário brasileiro e restrições a liberdades civis.

Em Fortaleza, Bolsonaro também defendeu a ida de Eduardo para o exterior. Segundo ele, se o filho tivesse ficado no Brasil, estaria preso.

“Dói para um pai ser afastado de um filho, mas eu estou feliz por estar fora do Brasil. Pra mim, um garoto, mas um homem de 42 anos de idade, que abandona tudo aqui para lutar por nós lá de fora. Ele não poderia estar aqui. Se estivesse aqui, não seria um aporte, seria, com toda certeza, uma prisão”, afirmou o ex-presidente.

Ainda nesta semana, o ministro Alexandre de Moraes determinou a abertura de inquérito para investigar o deputado licenciado por possíveis crimes de coação, obstrução de investigação e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito.