O clima de tristeza resume o sentimento de familiares e do público que foram se despedir do ex-governador de Santa Catarina, Colombo Salles, no velório desta última quarta-feira (15), no plenário da Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina). Salles morreu na terça-feira (14), aos 97 anos, em Florianópolis.

O corpo de Colombo Salles chegou à Alesc por volta das 9h. A viúva e ex-primeira-dama Dayse Werner Salles chegou ao velório acompanhada do filho mais novo, Marcelo Salles. Ela permaneceu ao lado do marido ao longo das cerca de cinco horas do funeral no plenário do Legislativo. O caixão com o ex-governador deixou a Assembleia em direção ao cemitério Jardim da Paz, na Capital, por volta das 15h10, onde foi sepultado.
Emocionado, Marcelo Salles contou um pouco de sua convivência com o pai e a relação familiar do ex-governador. “Um pai amoroso, nos dava disciplina, nos dava direção e enchia de amor, carinho, atenção e dedicação a todos nós”, disse o filho mais novo. Além dele, o ex-governador deixa Maria José Salles e Bertholdo Werner Salles.
“Vinha no carro com minha mãe para aqui e lembrando o sentimento de gratidão pelo belo ser de luz que foi meu pai”, contou Marcelo, que é engenheiro civil de formação e seguiu os os do avô e do pai, na área de engenharia de portos e vias navegáveis, disciplina que o ex-governador Colombo Salles lecionou na Universidade Federal de Santa Catarina.
“Conseguiu ar esse sentimento pela área marítima e portuária. Então seguimos os os desse amor e paixão que ele sempre teve pelo mar e pelos portos”, afirmou, ao lembrar que seus dois filhos seguem também a mesma carreira.
Marcelo lembrou que mesmo que seu pai nunca tenha sido um político tradicional, de voto, foi indicado de uma forma indireta, em 1970, pelo então presidente do Brasil, general Emílio Garrastazu Médici, as mensagens de carinho de lideranças expoentes como das pessoas mais simples mostram a iração do legado de Colombo Salles.
Políticos lamentam perda de Colombo Salles 244y3l
Durante parte da manhã e o início da tarde, autoridades políticas aram pela Alesc para se despedir do ex-governador. O governador Jorginho Melo (PL), o senador Esperidião Amin (PP), o presidente da Alesc, deputado Mauro de Nadal (MDB), o deputado estadual Mário Motta (PSD), o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), além de outras autoridades políticas.

“Foi um homem que deixou um legado. Deixou obras, um plano de desenvolvimento para Santa Catarina. Naquela época de 1971, a democracia não era muito efetiva, eram nomeações. Ele foi uma grande nomeação na época do presidente Médici e ajudou muito a desenvolver Santa Catarina. Era um estadista. Cumpriu sua missão como governador de Santa Catarina”, comentou o governador Jorginho Mello.
Mello lembrou que Colombo Salles ajudou a fazer interligação entre a regiões de Santa Catarina sempre afinado com o setor industrial. “Um homem que contribuiu naquele momento para o crescimento econômico de Santa Catarina. Por isso que tenho, por ele, muito respeito”, finalizou.
“Ele teve uma história de muita luta, muita dedicação, muita estruturação do nosso Estado em um momento de grande dificuldade que foi a década de 1970. Por coincidência, o ano em que ele assumiu era o ano do meu nascimento, então isso me marcou muito para que eu estudasse essa história”, relembrou o presidente da Alesc, Mauro de Nadal.
“Você percebe o tamanho do homem público através das suas ações, dos gestos, da forma como ele desenvolvia a política naquele momento em nosso Estado. Hoje, o parlamento expressa aqui os sentimentos e a memória que fica para Santa Catarina”, finalizou Nadal.

“É uma perda para a família, para o Estado, mas, sem dúvidas, foi um cidadão exemplar que deixou seu legado por tudo o que fez, em especial Florianópolis. A cidade tem uma dívida muito grande com o governador por tudo o que ele ajudou na urbanização, obras, infraestrutura, na ligação da ponte. É uma perda muito grande”, pontuou o prefeito da Capital, Topázio Neto, ao ND durante o velório de Colombo Salles.