Marina Silva vira assunto em votação na Câmara sobre incêndios florestais 70829

Deputados citam agressão sofrida por Marina Silva no Senado na semana anterior durante aprovação de proposta que endurece legislação contra crimes ambientais 4q2e2v

Marina SilvaMinistra do Meio Ambiente, Marina Silva, voltou a ser citada no Congresso Nacional – Foto: : Edilson Rodrigues/Agência Senado

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, voltou a ser pauta no Congresso Nacional nesta segunda-feira (2), durante a aprovação de proposta de aumento das penas para incêndios criminosos. Na última semana, a Marina Silva se retirou de audiência pública após bate boca com senadores.

O Congresso Nacional está com atividades reduzidas em razão do Fórum Parlamentar dos Brics. Nos próximos dias, não estão previstas mais sessões na Câmara dos Deputados. A única reunião em Plenário nesta semana ocorreu na Câmara dos Deputados.

Durante a votação do projeto do Projeto de Lei 3339/24, que altera a Lei dos Crimes Ambientais e o Código Florestal para aumentar penas e outras sanções previstas nos casos de incêndios provocados nas matas, os deputados recordaram o ocorrido no Senado na semana anterior.

Do lado do governo, a deputada federal Erika Kokay (PT-DF) classificou o episódio como um ataque misógino a todas mulheres e a todas pessoas que se importam com a causa ambiental.

“É inissível o que nós assistimos no Senado de agressão à ministra Marina”, afirmou Érika Kokay da tribuna. “Marina é uma autoridade internacional. Marina carrega o que representa o meio ambiente, o que representa a preservação de todas as formas de vida na sua própria história. E que bom que nós temos uma ministra como Marina Silva.”

Marina SilvaDep. Erika Kokay (PT-DF) foi à tribuna defender o projeto e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva – Foto: Kayo Magalhães/Agência Câmara

A fala da deputada ocorre em um momento de pressão sobre Marina Silva. Dentro do governo, a ministra sofre desgaste ao defender a preservação da Bacia do Foz do Amazonas, onde o Ministério de Minas e Energia e a Petrobrás querem instalar plataformas de extração de petróleo. Na última semana, diversos políticos aliados ao governo se manifestaram sobre a discussão no Senado, inclusive Lula.

Em nome do Partido Liberal (PL), o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB) afirmou que o governo atual não cumpre com suas promessas de campanha. No entanto, parte da sociedade não cobra a atual gestão como cobrou a do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“A questão ambiental não está sendo levada à sério pelo governo Lula”, afirmou o Cabo Gilberto Silva. “A senhora Marina Cinzas não se entende nem com o próprio governo. Vem para o Senado Federal e desrespeita a comissão e ainda utiliza o fato de ser mulher para tentar colocar a opinião pública contra os senadores”, afirmou o deputado.

Marina SilvaDep. Cabo Gilberto Silva (PL – PB) criticou o trabalho de Marina Silva à frente do Ministério do Meio Ambiente – Foto: Kayo Magalhães/Agência Câmara

O projeto aprovado não tem relação direta com Marina Silva 2v293a

Os discursos foram feitos durante o debate do PL 3339/24, aprovado em votação simbólica após avaliação de emendas e substitutivos. A proposta endurece penas por crimes ambientais, além de vedar a contratação com o Poder Público e o recebimento de recursos por quem fizer uso irregular do fogo. O texto também prevê hipóteses de agravamento de pena.

Com a nova redação, a reclusão por incêndio criminoso nas matas será de três a seis anos. A restrição de contratar pelo Poder Público e de o a subsídios do governo contarão por cinco anos a partir da sentença penal.

Agravantes por crime florestal 216v11

Se o crime for culposo, a pena será de detenção, de um a dois anos, e multa.  A pena será aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se o crime for praticado de maneira a expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outros.

A pena será aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se:

  • o crime for praticado colocar em risco a população e a saúde pública em centros urbanos;
  • pôr em perigo diretamente espécies que constem em lista oficial de espécies raras ou ameaçadas de extinção;
  • atingir áreas de unidades de conservaçãose duas ou mais pessoas participarem do crime; e
  • se for cometido com finalidade de obter vantagem pecuniária para si ou para outro.

O projeto faz ressalva que ações de queima controlada e prescrita do fogo, assim como seu uso tradicional e adaptativo, não serão consideradas crimes sob a ótica da legislação proposta. A matéria ainda vai ao Senado Federal.

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