Poucos dias após o ministro da Economia, Paulo Guedes, declarar que o auxílio emergencial será prorrogado, uma fonte do governo federal garantiu que novas pautas acerca da prorrogação do benefício – que termina neste mês de outubro, estão sendo debatidas.

De acordo com o portal R7, integrantes da ala política defendem a ideia de aumentar o valor, que atualmente varia de R$ 150 a R$ 375, para algo em torno de R$ 400 a R$ 500, e prorrogar o benefício até o fim de 2022.
A intenção é evitar que o benefício termine antes das eleições e tentar dar um fôlego eleitoral à disputa da reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
Em contraponto, na visão da equipe econômica, a medida aceleraria ainda mais a inflação. “A inflação vai continuar subindo. Aí, quem pegar o país vai pegar todo complicado. É incrível a falta de patriotismo, de responsabilidade de quem está defendendo. Na verdade, vai ser ruim para todo mundo, vai ser ruim para o governo, vai ser ruim para o Brasil, vai ser ruim para todo mundo”, comentou a fonte, ao R7.
A prorrogação é avaliada por uma segunda fonte como “uma saída que os políticos gostam mais, mas não é o mais responsável”, do ponto de vista das contas públicas. O argumento lembra que a prorrogação do auxílio emergencial seria por meio do Orçamento de Guerra, fora do teto de gastos públicos.
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O ministro Paulo Guedes defenda a ampliação do Bolsa Família, que aria a se chamar Auxílio Brasil. O governo já tem os recursos para pagar o benefício com o reajuste neste ano. O novo valor iria dos atuais R$ 190, em média, para R$ 300, e o número de famílias alcançaria 17 milhões de pessoas.
Porém, o Auxílio Brasil depende do Congresso, e não é possível lançar o programa social sem a definição dos recursos para 2022. Essa medida depende da aprovação de duas propostas, sendo a mudanças no pagamento de precatórios – que são as dívidas judicias do governo, e reforma do Imposto de Renda – que cumpre a regra de apontar uma nova fonte de recursos para a despesa.
O ime teria colocado em lados opostos ministros como Fábio Faria [das Comunicações], Rogério Marinho [do Desenvolvimento Regional], Ciro Nogueira [da Casa Civil] e Paulo Guedes [da Economia], que tem dito nos bastidores que está decepcionado.
O ministro da Economia acredita que tem o apoio de Bolsonaro e de Arthur Lira [presidente da Câmara] para continuar no Plano A, que consiste em aprovar as medidas e lançar a reformulação do Bolsa Família sem prorrogação do auxílio emergencial.
Decisão deve acontecer nos próximos dias 4r34w
É importante entender que o Auxílio Brasil depende da aprovação de mudanças nos precatórios e da reforma do Imposto de Renda, que enfrentam resistência no Senado.
Com o prazo apertado, aumentam as chances da prorrogação do auxílio emergencial. Conforme outra fonte da ala política, é preciso uma definição até a metade de outubro.
Outro ponto relevante nesta difícil questão política e econômica: o auxílio emergencial é pago a 35 milhões de pessoas, e o novo Bolsa Família seria reado a 17 milhões de famílias, ou seja, outros 18 milhões de pessoas podem ficar sem benefícios se não houver prorrogação do auxílio emergencial.
*Com informações do Portal R7.