
O maior sindicato de auditores fiscais recusou a proposta do governo para o fim da greve da Receita Federal, que dura mais de 180 dias. Em assembleia geral na segunda-feira (26), cerca de 95% dos membros do Sindifisco Nacional presentes votaram contra o reajuste sugerido pelo Ministério da Gestão e Inovação (MGI).
A direção do sindicato se reuniu com representantes do governo, na última semana, para discutir o fim da greve da Receita. Logo após a reunião, os coordenadores da paralisação dos auditores fiscais afirmaram que a oferta do governo foi frustrante.
Apesar da pressão e realização de operações padrão, que retém mercadorias na alfândega, o governo demorou meses para iniciar a negociação pelo fim da greve da Receita. Iniciada em 24 de novembro de 2024, a paralisação dos auditores fiscais já causou prejuízos bilionários e foi apontada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), como um dos fatores que contribuíram para a necessidade de contingenciamento do Orçamento de 2025.
Reuniões pelo fim da greve da Receita y531
Os auditores fiscais pedem aumento do salário básico, que não sofre alterações desde 2016. Em 2023, houve um reajuste de 9% para todas as carreiras, o que não gera, na visão do sindicato, a valorização pretendida pelos profissionais. Além disso, os servidores querem a regulamentação do bônus de eficiência, que foi ponto de críticas à gestão do atual secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas.

De acordo com o Sindifisco, a proposta do governo pelo fim da greve da Receita é incipiente. A esta altura, os dirigentes do sindicato esperavam uma proposta melhor estruturada pelo MGI. Mesmo assim, a oferta foi levada à Assembleia Geral nesta segunda-feira (26).
A nota oficial afirma que participaram mais de sete mil pessoas e que cerca de 95% dos votos foram contrários à proposta pelo fim da greve da Receita. De acordo com o texto, a oferta “não contempla toda a categoria e apresenta um reajuste sensivelmente inferior ao negociado com outras carreiras do serviço público”.
Além disso, a proposta do governo pelo fim da greve da Receita determina que o pagamento seria feito apenas no segundo trimestre de 2026. A reclamação dos auditores fiscais é que outras categorias já recebem o reajuste neste ano. A entidade afirma que espera uma nova proposta do MGI o mais rápido possível.

A reportagem tentou contato com a pasta, que ainda não respondeu os questionamentos sobre a rejeição da proposta pelo fim da greve feita pelo governo.