Além do governador de SC Carlos Moisés da Silva (PSL), Amandio João da Silva, ex-secretário da Casa Civil, e seu ex-assessor especial, Sandro Yuri Pinheiro, foram alvos da Polícia Federal nesta manhã de quarta-feira (30). A autorização para a ação é assinada pelo ministro Benedito Gonçalves, do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Deflagrada em Florianópolis, a ação cumpre cinco mandados de busca e apreensão contra os três, em investigação sobre a compra dos 200 respiradores pelo governo de Santa Catarina junto à empresa Veigamed. O valor da compra, com dispensa de licitação e pagamento antecipado, foi de R$ 33 milhões.

As buscas foram feitas na casa da Casa d’Agronômica, residência oficial de Moisés, no Centro istrativo, localizado no Norte da Ilha e nas casas de Amandio e Sandro. Os três suspeito são investigados pelos crimes de fraude à licitação, peculato, corrupção, concussão, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Pedágio, diz NDTV 5f5o3y
De acordo com o repórter da NDTV, Eduardo Cristofoli, há indícios de que Amandio teria cobrado um “pedágio” para ajudar no processo de compra dos respiradores no meio empresarial. O catarinense foi secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico até janeiro ado, mas voltou ao governo em maio.
Conhecido como um empresário de boas relações, ele foi chamado novamente por Moisés às pressas, logo após a exoneração de Douglas Borba – alvo de uma operação do Gaeco que também investiga a compra dos aparelhos, porém à nível estadual. À época, Sandro, seu braço direito, também foi nomeado.
Menos de um mês após a chegada dos dois com expectativa positiva, o empresário e seu assessor saíram do governo. Eles deixaram os cargos depois de a I dos Respiradores, na Alesc, revelar uma videochamada em que apareciam Amandio e o empresário Samuel de Brito Rodovalho – também investigado na Operação Oxigênio.
Moisés teve celular e computador apreendidos 37271k
Agentes da Polícia Federal permaneceram por cerca de três horas na residência oficial do governador que, além das investigações sobre os respiradores, está em meio a um processo de impeachment. Em entrevista nesta manhã, o chefe do Executivo informou que seu celular e computador foram apreendidos.
No início do mês, a reportagem do ND+ revelou com exclusividade um documento no qual o MPF (Ministério Público Federal) dizia que Moisés “aparentemente teve relevante participação nos fatos apurados, inclusive autorizando o pagamento antecipado dos valores” para a compra dos respiradores, que nunca chegaram.
A perícia feita no celular do ex-secretário de Saúde do Estado Helton Zeferino – também citado na Operação Oxigênio – revelou que o governador sabia da compra e, inclusive, compartilhou a primeira notícia sobre o assunto em um grupo de WhasApp com outros secretários.
Conforme o despacho, que conta com trechos da investigação do MPF, no dia em que a matéria do The Intercept foi publicada, em 28 de abril, o governador compartilhou o texto e disse: “agora a SES vai precisar falar sobre o assunto”.
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A reportagem procurou o advogado de Amandio João da Silva, mas até a última atualização não conseguiu retorno. A empresa de Amandio, localizada em Rio do Sul, também não atendeu às ligações. O ND+ não conseguiu contato com a defesa de Sandro Yuri Pinheiro.
Na coletiva de imprensa nesta manhã, Moisés avaliou a ação como uma “busca e apreensão desnecessária e injustificada”. Segundo ele, há dois meses o governo teria oferecido “muito mais” do que foi levado na operação desta quarta-feira.
Veja a nota completa do governo de SC:
“Em relação à Operação Pleumon deflagrada nesta quarta-feira, 30, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, o Governo do Estado de Santa Catarina informa que foram realizadas averiguações na Casa d’Agronômica e no Centro istrativo, em Florianópolis.
Foram entregues às autoridades policiais um celular e um computador que já haviam sido oferecidos previamente à investigação na data de 1º de julho.
Importante destacar que o Governo do Estado apoia todas as investigações necessárias para apurar eventuais irregularidades no processo de compra de respiradores e permanece à disposição das autoridades para colaborar. Este apoio não é apenas formal, já que foi o próprio governador do Estado quem determinou, em 23 de abril, o início das investigações pela Polícia Civil.”