As informações que chegam do Pentágono, nos Estados Unidos, dão conta de que apenas um homem-bomba realizou a explosão desta quinta-feira (26) nos arredores do aeroporto de Cabul, no Afeganistão. A tragédia já contabiliza pelo menos 180 mortes e outras centenas de feridos.
Famílias afegãs estão em situação de migração forçada com retomada de poder do Talibã no Afeganistão – Foto: Pixabay/Divulgação/ND“Não acreditamos que tenha havido uma segunda explosão no hotel Baron, ou perto dele. Foi apenas um homem-bomba”, declarou o diretor adjunto do Estado-Maior Conjunto, general Hank Taylor.
A autoridade ainda reafirmou que o ataque foi feito por um homem-bomba suicida nas proximidades do portão da Abadia, onde afegãos se aglomeravam para tentar fugir do país.
Mesmo com a explosão e com a ocorrência de tiros após as bombas, ainda há cerca de 5.400 pessoas aglomeradas no aeroporto da cidade, buscando uma rota de fuga após o Taleban tomar o poder no país. O Pentágono ainda informou que as operações de retirada continuam ocorrendo sob “ameaças específicas e críveis” de grupos terroristas.
O atentado de quinta matou 13 soldados americanos e cerca de 170 afegãos, de acordo com um funcionário do Ministério da Saúde, que falou em anonimato para a emissora ABC News.
Este foi o segundo ataque mais mortal para tropas americanas desde o início da ocupação no Afeganistão e foi de autoria assumida da filial afegã do Estado Islâmico, conhecida como ISIS-K e rival do Talibã. O Estado Islâmico Khorasan foi criado há seis anos por dissidentes do Talibã paquistanês.
Aeroporto foi palco de explosões e mortes nesta quinta-feira – Foto: Divulgação/NDAlerta máximo 482v43
As forças dos EUA que estão operando na retirada das tropas militares e de afegãos desesperados afirmaram estar em alerta máximo para possíveis novos ataques.
O general Kenneth Franklin McKenzie, chefe do Comando Central dos EUA, revelou que a equipe de comandantes americanos já esperam novas ocorrências de ataques terroristas de autoria do ISIS-K, incluindo foguetes ou carros-bomba contra o aeroporto.
“Estamos fazendo tudo o que podemos para estar preparados”, disse ele, acrescentando que parte da inteligência estava sendo compartilhada com o Talibã e que ele acreditava que “alguns ataques foram frustrados por conta deles”.
O ISIS, inimigo do Talibã e também do Ocidente, disse que o homem-bomba tinha como alvo “tradutores e colaboradores do Exército americano”.
Não ficou claro se o ISIS-K, braço afegão do grupo terrorista islâmico, esteve envolvido no tiroteio que se seguiu à explosão, ou se estes partiram de guardas do Talibã disparando para o ar para tentar controlar multidões.
Biden 286m37
As autoridades americanas intensificaram a retirada das tropas armadas do Afeganistão e estão correndo para concluir o processo até o prazo final, em 31 de agosto.
Biden diz que os Estados Unidos alcançaram há muito tempo seu objetivo original ao invadir o país em 2001: erradicar os militantes da Al-Qaeda e evitar uma repetição dos ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos naquele ano.
O mandatário americano ainda disse que ordenou ao Pentágono que planejasse como atacar o ISIS-K, que assumiu a responsabilidade.
O secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, informou que a ameaça de ataques aumentaria à medida que as tropas ocidentais se aproximassem de completar o enorme transporte aéreo e partir.
Retirada continua p2kb
Os Estados Unidos devem continuar com as retiradas, apesar da ameaça de novos ataques. O ritmo dos voos acelerou na sexta-feira e os portadores de aportes americanos foram autorizados a entrar no complexo do aeroporto, de acordo com um oficial de segurança ocidental dentro do aeroporto.
Nos últimos 12 dias, os países ocidentais transportaram cerca de 100.000 pessoas. Mas eles reconhecem que milhares serão deixados para trás quando as últimas tropas dos EUA partirem no final do mês.
Com isso, aumentam as preocupações de que a população remanescente enfrente uma crise humanitária com a propagação do coronavírus e a escassez de alimentos e suprimentos médicos iminente.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) espera estabelecer uma ponte aérea para a cidade de Mazar-i-Sharif, no norte do país, com a ajuda das autoridades paquistanesas para conseguir rear suprimentos médicos.
