A Justiça de Santa Catarina negou, pela segunda vez, o pedido de habeas corpus feito pela defesa de Ed Pereira, preso durante a Operação Presságio, na última quarta-feira (29). A decisão foi publicada nesta segunda-feira (3), e mantém a prisão preventiva do ex-secretário de de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis.

Edmilson Carlos Pereira Júnior, também chamado de Ed Pereira, é apontado como um dos integrantes de um esquema de desvio de verbas públicas que deveriam ser aplicadas em projetos sociais.
Além dele, foram presos o ex-diretor de projetos da Fundação Franklin Cascaes, Renê Raul Justino, o ex-gerente de Projetos da Fundação Municipal de Esportes, vinculada a Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Esporte, Lucas Fagundes e o contador Cleber Ferreira, apontado como operador financeiro do esquema.
De acordo com a defesa do ex-secretário, foi impetrado um novo habeas corpus discutindo a “legalidade da apreensão do celular de um coinvestigado, cujo conteúdo foi utilizado como fundamento para a prisão preventiva”. O desembargador negou a liminar, deixando o julgamento de mérito para o Colegiado.
“Embora houvesse autorização judicial para busca e apreensão do celular, a execução da medida foi excessiva e ilegal. O mandado não justificava a coação do coinvestigado para obtenção da senha no local”, afirmou o advogado Claudio Gastão da Rosa Filho.
Ed Pereira relata medo de retaliação em presídio 274051
O ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis, Ed Pereira, disse, durante a audiência de custódia, ter medo de sofrer retaliação na penitenciária da Agronômica, onde cumpre prisão preventiva.

Ao juiz, Ed Pereira citou um episódio ocorrido com ele e sua esposa há cerca de três anos. De acordo com o ex-secretário, eles foram vítimas de um assalto, que culminou em uma operação que prendeu os envolvidos no crime.
“Quando minha mulher estava grávida, com 4 meses, a gente sofreu um assalto no Parque São Jorge. Na época, o coronel Araújo Gomes, juntamente com a Polícia Militar, acionou toda uma equipe que deflagrou uma operação no Morro do Quilombo. Teve óbito nesse dia. Infelizmente, minha mulher está nesse processo, o sobrenome dela é Brose, o irmão dela trabalhava no tático e o nome de guerra dele é Brose”, relatou Ed Pereira.
Dando sequência à sua fala, o ex-secretário disse que sua preocupação é em como “ter cautela” no presídio, uma vez que ficará no mesmo local para onde foram levados os acusados de terem o assaltado.
Esquema pelo qual Ed Pereira é investigado 1kx63
Ed Pereira é apontado em diversos áudios obtidos no celular de Renê Raul Justino, à época diretor de Projetos da Fundação Franklin Cascaes, como, supostamente, recebedor de dinheiro público.
Na primeira fase da Operação, deflagrada em 18 de janeiro, após os 24 mandados de busca e apreensão realizados pela Polícia Civil, foram feitas também, análises em celulares, documentos e computadores apreendidos.
A operação investiga crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro que podem ter sido cometidos por Ed Pereira, em parceria com indivíduos do setor privado.