Presidente da Assembleia Legislativa durante a discussão e aprovação de projetos como o fim da aposentadoria dos governadores, a extinção as estatais Cohab e Codesc e a organização legal para parcerias público-privadas, o deputado estadual Silvio Dreveck (PP) ficará na história pela compra de uma nova sede para o poder, no valor de R$ 84 milhões – para os ônus e o bônus que a medida irá gerar. É justamente dando tempo ao tempo que Dreveck assegura que a decisão se mostrará acertada. A compra do prédio monopolizou a entrevista que concedeu nesta segunda-feira (5), na despedida do cargo, que nesta terça-feira (6) será assumido pelo deputado Aldo Schneider (PMDB).
Dreveck lembrou que, em 2017, a Alesc devolveu R$ 85 milhões, sendo R$ 50 milhões diretamente ao Tesouro do Estado. Outros R$ 35 milhões deixou de receber, ao abrir mão de 0,17% do duodécimo, por um acordo ainda em 2016, em benefício do Tribunal de Justiça e do Ministério Público. O pepista opinou que “em tempos de crise, o Estado precisa cortar custeio”, como o custo estimado em R$ 2 milhões por ano no aluguel de quatro prédios ocupados pela Alesc em Florianópolis e São José, “não investimento”, como a nova casa. Depois da entrevista coletiva, Dreveck respondeu com exclusividade as questões a seguir, sobre política.

Como o senhor acompanha a transição no governo do Estado, que irá excluir o PP da base?
Para mim, Raimundo Colombo é governador até o dia que renunciar. Ah, mas ele vai pegar uma licença. Mas, ainda continuará sendo governador. Nós vamos fazer uma avaliação, com o nosso secretário [de Assistência Social, Valmir] Comin, se ele tem o desejo de continuar. Vamos tratar internamente nos próximos dias.
O senhor assumiu a Alesc com planos de concorrer este ano a deputado federal, mantêm?
Eu continuo com o meu projeto à Câmara dos Deputados. Isso não quer dizer que até agosto não possa ocorrer alterações. Até a convenção é possível haver alterações.
O senhor assume a presidência do PP. Mantém a aliança com o PSD?
O projeto continua o mesmo, aquele que definimos no dia 21 de agosto [de 2017], na nossa convenção, que é a aliança com o PSD e com o PSB. E estamos conversando com outros partidos: PDT, PSC, PCdoB, PSDB, PR, enfim. Se nós pudermos incorporar nessa aliança, assim o faremos.
O apoio ao PSD continua, mesmo se o candidato não for o deputado Gelson Merisio?
A questão interna do PSD cabe ao PSD resolver. Nós temos o compromisso, o deputado Merisio tem sido o candidato há muito tempo, me parece que tem apoio da grande maioria do seu diretório, do próprio governador, então nós continuamos nesta mesma direção. Se o PSD, por alguma razão, alterar o seu protagonista, o candidato a governador, nós vamos sentar, conversar, avaliar, sem problema nenhum.