Comissão Estadual da Verdade entrega relatório final ao Executivo, Legislativo e Judiciário 1vf37

Principal resultado do grupo foi o esclarecimento da morte do ex-prefeito de Balneário Camboriú, Higino Pio 4v3v5y

A coordenação da CEV (Comissão Estadual da Verdade) entregou aos representantes dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo o relatório final, encerrando 18 meses de atividades. “Resgatamos uma parte da história do Estado e esclarecemos a morte do ex-prefeito de Balneário Camboriú, Higino Pio, único morto pela repressão em solo catarinense”, destacou Anselmo da Silva Livramento Machado, representante da OAB-SC e coordenador da Comissão Estadual da Verdade.

Solon Soares/Agência Alesc/Divulgação/ND

Representantes dos três poderes receberam documento

Higino Pio foi assassinado em 3 de março de 1969, no “camarote do capelão” da Escola de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina, na avenida Max Schramm, no bairro Estreito, em Florianópolis. “Temos um gigantesco ivo no campo dos direitos humanos. Se perguntarmos às pessoas, vão dizer que em Santa Catarina não teve ditadura, que não teve tortura ou mortos”, argumentou a secretária Angela Albino (Assistência Social), que representou o Executivo na cerimônia.

LEIA MAIS: Veja reportagens do ND sobre os 50 anos da ditadura

O desembargador Ricardo Roesler, que representou o Tribunal de Justiça, enalteceu o trabalho dos membros da CEV e comparou a tarefa da comissão com o dia-a-dia dos magistrados. “Na busca da verdade o juiz também trabalha com fatos, mas às vezes a verdade real não é atingida”, comparou Roesler, que garantiu que o Judiciário analisará “com cuidado o relatório”. Já Dirceu Dresch (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa pediu ao governo do Estado a impressão de 5.000 exemplares do relatório final para distribuir nas escolas.

Segundo apurou a CEV, em Santa Cataria foram realizadas mais de 700 prisões, que resultaram no assassinato de sete catarinenses, três desaparecidos e quatro mulheres barbaramente torturadas.

Assassinados

– Arno Preis, de Forquilhinha, advogado, assassinado em Tocantins, militante do Molipo

– Frederico Eduardo Mayr, de Timbó, universitário, assassinado em São Paulo, do Molipo

– Hamilton Fernando Cunha, de Florianópolis, gráfico, assassinado em São Paulo, militante da VPR

– Higino João Pio, de Itapema, prefeito de Balneário Camboriú, assassinado em Florianópolis, do Partido Social Democrático (PSD)

– Luiz Eurico Tejeda Lisboa, de Porto União, estudante, assassinado em São Paulo, militante da ALN

– Rui Osvaldo Pfutzenreuter, de Orleans, jornalista, assassinado em São Paulo, do movimento Posadista

– Wânio José de Mattos, de Piratuba, capitão da Polícia Militar, morto no Chile, da VPR

Desaparecidos

– Divo Fernandes d’Oliveira, marinheiro, de Tubarão, desaparecido no Rio de Janeiro, militante do PCB

– João Batista Rita, universitário, de Criciúma, desaparecido no Rio de Janeiro, militante do 3MGM

– Paulo Stuart Wright, deputado, de Herval do Oeste, desaparecido em São Paulo, era dirigente da AP (Ação Popular)

Torturadas

– Clair de Flora Martins, militante da AP

– Derlei Catarina De Luca, da AP

– Marlene de Souza Soccas, do PCB

– Terezinha Moliterno Nunes Garcia

Militares catarinenses que sofreram repressão

– Alfred Darcy Addsion, tenente da cavalaria, preso e cassado, de São Francisco do Sul, sindicalista

– Ari Lorenzetti, da Marinha Mercante

– Augusto Luis de Brito, oficial da Marinha Brasileira, preso e cassado

– César Brumm, oficial da marinha, expulso em 1964

– Nery Clito Vieira, coronel da Polícia Militar, de Chapecó. Foi preso e cassado, pertencia ao PCB

– Wânio José Fernandes, tenente da Polícia Militar, preso em 1964, posteriormente cassado, banido e assassinado no Chile, de Piratuba, militante da VPR

Sacerdotes catarinenses presos

– Antonio Alberto Soligo, de Caçador. Integrado na produção com os metalúrgicos, no ABC, foi preso em 1969 e bastante seviciado em São Paulo, militava na AP

– Osni Carlos Rosenbrock, vigário de Tubarão, preso em 1964 por ajudar na organização do Sindicato Rural

– Paulo Martinechen Neto, vigário de Joaçaba, preso em 1964

Com informações da Agência Alesc

Participe do grupo e receba as principais notícias
de política na palma da sua mão.
Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os
termos de uso e privacidade do WhatsApp.
+ Recomendados
+

Política 442p43

Paulo Rolemberg

Evento de pré-candidatura de João Rodrigues tem PSD, União, PP e MDB e indica Salvaro como vice 6k6z53

O evento reuniu lideranças expressivas de diversos partidos, consolidando o PSD como eixo central de ...

Política

Sai Zambelli, entra Coronel Tadeu; Câmara publica licença de parlamentar considerada foragida 4w4r3d

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) deixou o país esta semana "em busca de tratamento médico"

Política

O que o STF quer descobrir com os Pix enviados à Carla Zambelli 635o5e

STF determinou quebra de sigilo bancário para rastrear transferências via Pix feitas à parlamentar ...