O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez uma visita surpresa a Kiev, capital da Ucrânia, nesta segunda-feira (20), poucos dias antes do primeiro aniversário do início da invasão russa.

Na visita, o presidente dos Estados Unidos reiterou seu apoio “inabalável” à Ucrânia e prometeu novas entregas de armas ao país.
“Anunciarei uma nova entrega de equipamentos essenciais, especialmente munição de artilharia, sistemas antitanque e radares de vigilância aérea”, disse o presidente, citado em comunicado da Casa Branca.
Desde a invasão russa e o início da guerra, em 24 de fevereiro de 2022, essa é a primeira vez que o país ucraniano recebe a visita de Biden. E além da visita, o presidente dos Estados Unidos anunciou que entregará US$ 500 milhões em ajuda suplementar e que os detalhes serão anunciados nos próximos dias.
“Acho que é fundamental que não haja dúvida sobre o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia”, enfatizou Biden.
Kiev, a capital da Ucrânia, que também está sofrendo com os ataques, precisa de munições de longo alcance para sua artilharia e tanques para enfrentar uma nova ofensiva russa, e reconquistar os territórios ocupados por Moscou no leste e sul do país.
Os novos carregamentos de armas prometidos por Biden são “um sinal inequívoco” de que a Rússia “não tem chance”, disse Zelensky.
“Mais do que heroico” 234z16
O presidente da Ucrânia disse nas redes sociais que a visita de Biden foi “um sinal extremamente importante de apoio a todos os ucranianos“.
Biden foi recebido com sirenes antiaéreas que soaram em Kiev, mas sua viagem não é exceção, ela ocorre depois da visita de vários líderes europeus à capital ucraniana e à de Zelensky a Washington em dezembro de 2022.
Em homenagem aos heróis caídos da guerra russo-ucraniana, nesta segunda-feira (20), os dois líderes depositaram uma coroa de flores no Muro da Memória, com um hino militar tocando ao fundo e na presença de oficiais uniformizados.
Zelensky declarou que os dois querem discutir “como vencer (a guerra) este ano”, e Joe Biden expressou sua iração pela resiliência dos ucranianos diante de um momento terrível na história do país. “É mais do que heroico”, disse ele.
“Acelerar o apoio militar” 1w5p5l
A Ucrânia vive uma intensificação dos combates no leste do país, onde a Rússia espera retomar a iniciativa após sofrer sérios reveses no outono. A visita ocorre depois que Washington acusou Pequim de considerar enviar armas para a Rússia.
“São os Estados Unidos, e não a China, que enviam carregamentos de armas para o campo de batalha sem parar”, defendeu o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin.
“Pedimos aos Estados Unidos que reflitam sobre suas próprias ações e façam mais para aliviar a situação, promover a paz e o diálogo e parar de culpar e espalhar informações falsas”, disse durante uma coletiva de imprensa regular.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, também alertou Pequim para não enviar armas à Rússia para a guerra na Ucrânia. “Para nós, seria (cruzar) uma linha vermelha”, insistiu.
Em uma conferência de segurança em Munique no fim de semana, Borrell transmitiu uma mensagem contundente sobre a redução de suprimentos de munição para Kiev em sua luta contra a invasão russa.
“Vamos acelerar nosso apoio militar à Ucrânia. A Ucrânia está em uma situação crítica do ponto de vista da munição disponível”, disse Borrell.