Quase duas semanas depois do retorno do recesso e posse dos deputados federais, nenhuma proposta de relevância teve andamento no Congresso Nacional. A formação das comissões segue em negociação e a discussão da reforma tributária, pauta considerada prioritária, ainda não avançou.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) informou que a reunião do Colégio de Líderes da próxima terça-feira (14) vai discutir regras de convivência entre os parlamentares, após uma semana de trocas de ofensas no Plenário da casa.

Muitos parlamentares acabaram de assumir o mandato e chegaram cheios de energia para expor suas ideias e opiniões. Coube a Lira tomar uma atitude para tentar, o que ele próprio chamou de estabelecer “boas práticas de oratória” para que o embate eleitoral seja encerrado.
“Foi deprimente o que nós vimos aqui ante o comportamento de parlamentares, de parte a parte, uns acusando, outros defendendo, e vice-versa”, disse o deputado.
Lira disse que os deputados poderão ser punidos. “A partir da eleição do próximo Conselho de Ética, independentemente de lado, sigla, ideologia, pensamento partidário, o deputado ou a deputada que se exceder no Plenário desta Casa responderá perante o Conselho de Ética”, disse.
Pautas relevantes só depois do Carnaval 1w2oe
Enquanto os embates ficam no campo das ofensas, a casa espera o feriado do Carnaval ar para encaminhar os trabalhos. A semana está praticamente parada.
“Historicamente, a pauta política costuma começar depois do Carnaval. E nesse ano, é muito possível que apenas em março tenhamos o devido andar dos trabalhos”, explicou o cientista político da Universidade de Brasília, Nauê Bernardo.
O especialista lembrou também de outro fator que tem causado a demora em formar as comissões da casa, que são os grupos responsáveis por discutir e aprovar assuntos específicos.
“No caso do Arthur Lira, sua reeleição envolveu uma mecânica muito complexa na formação de um único bloco. A formação dos blocos serve para que exista uma proporcionalidade na distribuição de cargos nas comissões e na mesa diretora. Como a maior parte dos partidos está envolvida nesse acordo, temos uma complexidade extra para que Lira consiga cumprir os acordos que ele fez para ter a votação que recebeu. Então, isso leva mais tempo”, afirmou o cientista político.
*Com informações da Câmara dos Deputados