Após demissão de Mandetta, clima esquenta entre Bolsonaro e Maia 4t5c4

Nota conjunta dos presidentes da Câmara e do Senado não foi bem recebida no Palácio do Planalto. "Ele quer atacar o governo federal", disse Bolsonaro sobre Maia

A demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, causou uma série de repercussões e aumentou a temperatura entre o Presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM).

Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), am uma nota conjunta manifestando temor com a saída de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde. Os parlamentares fizeram um apelo para que o novo ministro, Nelson Teich, mantenha uma ação com base técnica no combate ao novo coronavírus.

“O trabalho responsável e dedicado do ministro foi irreparável. A sua saída, para o País como um todo, nesse grave momento, certamente não é positiva e será sentida por todos nós”, diz a nota.

“A maioria das brasileiras e dos brasileiros espera que o presidente Jair Bolsonaro não tenha demitido Mandetta com o intuito de insistir numa postura que prejudica a necessidade do distanciamento social e estimula um falso conflito entre saúde e economia”.

Bolsonaro reagiu 4t1s2e

Ao tomar conhecimento da nota, Bolsonaro sugeriu que intenção de Maia é tirá-lo do governo. Em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro utilizou como pretexto para as críticas o projeto de socorro a estados e municípios aprovado na Câmara para compensar perdas de receitas com impostos durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo o presidente, a proposta pode quebrar o País.

“Não pode apenas o parlamento mandar a conta para a gente pagar. Da forma como está proposta, a conta vai ficar na casa de R$ 1 trilhão, um número enorme, excessivo. O Brasil vai quebrar, já temos uma dívida interna na casa dos R$ 4 trilhões, vamos ar para R$ 5 trilhões. Nossa dívida vai crescer de forma que vai ficar impagável, vamos entrar em insolvência”, afirmou o presidente, que comparou a situação imaginada à Venezuela.

Bolsonaro disse que a economia projetada com a reforma da Previdência foi engolida pela atual crise com a proposta da Câmara, que ainda deve ar pelo Senado. E ampliou os ataques.

“Ele quer atacar o governo federal”, diz Bolsonaro sobre Maia 63516

“Eu lamento a posição do Rodrigo Maia, resolveu ele assumir o papel do Executivo. O senhor Rodrigo Maia resolveu não conversar com mais ninguém. Qual o objetivo do senhor Rodrigo Maia, resolver o problema ou atacar o presidente da República?”, questionou.

“O sentimento que eu tenho é que ele não quer amenizar os problemas, ele quer atacar o governo federal, enfiando a faca, no sentido figurativo. Se isso acontecer, vão matar a galinha dos ovos de ouro, parece que a intenção é me tirar do governo.”

O presidente prosseguiu e disse que Maia, classificado como o “dono da pauta” por ele, “está conduzindo o Brasil para o caos” com a intenção de “esculhambar a economia para que eles possam voltar em 2022”.

Segundo Bolsonaro, nas negociações desse projeto e na proposta de redução dos salários de funcionários públicos – cuja defesa do governo é de congelamento por dois anos -, Maia queria impor uma contribuição extra de 25% dos servidores. “O Paulo Guedes propôs não ter reajuste até 31 de dezembro do ano que vem, proposta menos agressiva que a do Rodrigo Maia”, afirmou na entrevista à emissora

Bolsonaro completou que deputados pegaram o “Plano Mansueto” de socorro aos estados e municípios “e resolveram simplesmente aprovar a parte que interessava a eles”.

E completou: “o Brasil não merece o que o Rodrigo Maia tem feito com o Brasil, não merece sua atuação. Quando você fala em diálogo, a gente sabe que tipo de diálogo o senhor está falando. Dessa forma, está aprofundando a crise”.

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