As lágrimas de crocodilo derramadas teatralmente pelo deputado Rodrigo Maia (DEM), anteciparam no plenário da Câmara Federal a derrota que se avizinhava na eleição de seu sucessor na presidência. Os números não só confirmaram seu pessimismo como revelaram a mais contundente derrota política de seu projeto de continuísmo.

O deputado Arthur Lira, do Progressista, obteve 302 votos contra apenas 145 de Baleia Rossi, afilhado de Maia na aliança mais escandalosa e eclética, ideologicamente desafinada, já montada na Câmara Federal.
A rigor, segundo os deputados catarinenses que comemoraram o resultado, a derrota acachapante foi mais de Maia do que de Rossi.
Um dos principais articuladores da campanha de Lira em Santa Catarina, o deputado coronel Armando (PSL) testemunhou fatos que indicam as posições ideológicas de Maia, mais próximo da esquerda radical e distante dos projetos do governo federal. Foram incontáveis as medidas provisórias e os projetos de lei do Palácio do Planalto que Rodrigo Maia sequer colocou na pauta. Engavetou, enrolou, retardou, escondeu.
O deputado Armando flagrou, por exemplo, o deputado Orlando Silva, do PC do B, proibindo Rodrigo Maia de pautar a Medida Provisória que conferia ao Ministério da Educação a emissão das carteiras estudantis. O comunista vetou, mantendo o privilégio com a UNE.
Já o deputado Marcelo Freixo, do Psol, outro aliado oportunista de Maia, tem projeto que prevê a extinção das Policias Militares, é contra o direito de porta de armas e contra outros avanços na legislação.
A vitória de Arthur Lira derrubou Rodrigo Maia, representou um revés histórico para as esquerdas radicais e um constrangedor fiasco para setores da mídia nacional.