A oito dias do 1º turno das eleições, a NDTV realizou, na tarde deste sábado (24), o debate entre os candidatos ao governo de Santa Catarina. Este foi o segundo debate promovido pelo Grupo ND entre os nomes que disputam a chefia do Executivo catarinense no pleito de 2022.

Discutiram e apresentaram propostas os candidatos de partidos, federações ou coligações com no mínimo cinco parlamentares no Congresso Nacional: Décio Lima (PT), Esperidião Amin (PP), Gean Loureiro (União), Jorge Boeira (PDT), Jorginho Mello (PL), Moisés (Republicanos), Odair Tramontin (Novo) e Ralf Zimmer (Pros).
Os elegíveis responderam aos assuntos sorteados pela mediadora, a apresentadora da NDTV Márcia Dutra. Os seguintes temas foram abordados: educação, fortalecimento dos municípios, ree aos Poderes, saúde pública, combate à criminalidade, máquina pública, infraestrutura e saneamento básico. Os candidatos poderiam falar livremente sobre as temáticas.
O debate foi realizado da seguinte forma: dois candidatos foram sorteados para debater determinado assunto. Em seguida o tema também foi sorteado e os elegíveis apresentaram as propostas para a área. Cada um teve dois períodos para falar, de 1 minuto e 30 segundos cada.
Educação 146c39
O assunto educação abriu o debate após o sorteio de Décio Lima (PT) e Moisés (Republicanos).
Décio Lima (PT) afirmou que a educação não pode continuar “sendo tratada da forma que tem sido”. “Na pandemia foram 27 mil crianças fora da escola. O retorno ainda não garantiu a volta de 100% dessas crianças. Queremos modificar a educação começando pelas professoras e professores. Para isso, queremos fazer um plano de carreira e que o concurso público seja algo permanente. Desejamos fazer a educação começando por aquilo que é a nossa riqueza, nossos professores e professoras. Queremos uma revolução para que a educação saia do analógico e vá para o digital”, afirmou.
Moisés (Republicanos) destacou as iniciativas adotadas durante a sua gestão. Destacou que “pela primeira vez estabeleceu o piso mínimo de R$ 5 mil aos professores”, disse que entregou laptops e que tem investido em lousas e digitais. “Criamos o bolsa estudante para o ensino médio. Hoje, mais de 1 mil escolas estão ando por reformas e melhorias. É uma série de investimentos que damos prioridade”.

Fortalecimento dos Municípios 1q3w23
Jorge Boeira (PDT) e Jorginho Mello (PL) foram a segunda dupla sorteada, com o tema “Fortalecimentos dos Municípios”, retirado da urna por Márcia Dutra. Eles destacaram as ações municipalistas que devem ser adotadas caso eleitos.
Segundo Boeira, “a saúde como um todo é responsabilidade dos municípios. A educação é o foco do nosso mandato, principalmente para as crianças em vulnerabilidade, que precisam de creche em tempo integral.”
Jorginho Mello, o segundo a falar, destacou que as cidades constituem o elo mais importante com o Estado. “Todo mundo mora nos municípios. Temos 295 municípios, todos eles têm produção e cultura diferentes. Vou manter obras estruturantes e os projetos dos prefeitos. É um compromisso que já assumi”, destacou.

Ree aos Poderes 6i6t2v
Na sequência, a terceira dupla sorteada foi Esperidião Amin (PP) e Odair Tramontin (Novo), que discutiram o tema “Ree aos Poderes”.
Na sua fala, Esperidião Amin (PP) destacou a regionalização da Justiça e o acompanhamento dos seus resultados. Ele citou diferentes ações: “temos carências como cumprimento de pena por meio da laborterapia; conferir se os procedimentos licitatórios na ponta; e os sucessos das escolas”, disse. O candidato defendeu ainda a ampliação de bolsas de estudos, com acompanhamento dos resultados para premiar e corrigir.

Odair Tramontin (Novo) disse que tem visto aumento das arrecadações do poder público. Ele avalia que sobram partes que são devolvidas, mas ainda é necessário analisar de forma técnica. “A minha ideia sempre foi trazer esse equilíbrio”, disse.
Saúde pública b6q2y
Em seguida, Márcia Dutra retirou da urna o tema “saúde pública”. Os candidatos que debateram o tema foram Gean Loureiro (União) e Ralf Zimmer (Pros).
Gean Loureiro (União) afirmou que “a Saúde vai além do atendimento de todas as pessoas. Ela a pela proteção dos animais, castração e controle de animais de ruas, e atendimento às pessoas em situação de rua”.

Ralf Zimmer (Pros) usou o espaço para criticar o governador Carlos Moisés (Republicanos) e afirmou que a prioridade do seu governo será as UTIs pediátricas e a contratação de “gente com capacidade técnica”.
Combate à criminalidade 17r6z
No início do segundo bloco do debate, Jorginho Mello (PL) e Jorge Boeira (PDT) foram sorteados para apresentar suas propostas para a área “combate à criminalidade”.
Se eleito, Jorginho disse que aumentará o efetivo militar. “Temos 1 policial militar para 704 catarinenses. Queremos que seja 1 para 500″, disse . “Vamos ter um grupo organizado contra o cangaço, que virou prática comum em Santa Catarina”, continuou. Por fim ele disse que acabará com as “saidinhas” dos presos. “Preso tem que trabalhar, fazer fardamento, coturno, guarda-pó para saúde, carteira para a escola”.
O candidato Jorge Boeira (PDT), por sua vez, defendeu que combater criminalidade é sinônimo de investir na educação. Para isso, afirma que “as crianças precisam de apoio do Estado desde a primeira infância, escola pública e principalmente no ensino médio”. Boeira diz que estes jovens precisam de ajuda para permanecer na educação. Ele terminou sua fala dizendo que em vez de construir presídios é preciso construir escolas.

Máquina Pública 136d6a
A máquina pública foi tema do debate seguinte. Os candidatos Décio Lima (PT) e Ralf Zimmer (Pros) discorreram sobre suas propostas.
Décio Lima (PT) destacou as experiências como prefeito de Blumenau durante seus dois mandatos (entre 1997 e 2005). “Não tive problemas com a máquina pública”, ressaltou. Para ele o caminho não é reduzir, mas fazer com que a máquina caminhe junto à economia.

Dentre as propostas para o seu governo, ele destaca “modernizar o Estado, sem papel e burocracia”, criar um aplicativo que permita os catarinenses terem o às ações do governo, fortalecendo a transparência.
O candidato Ralf Zimmer (Pros) destacou a necessidade de transparência para a máquina pública. Para ele é preciso “transparência para trazer investimentos”, pois a falta dela afasta possíveis investidores de Santa Catarina.

Infraestrutura 70212
O penúltimo tema retirado das urnas foi “infraestrutura”. Para falar do assunto foram à frente os candidatos Moisés (Republicanos) e Odair Tramontin (Novo).
O candidato Odair Tramontin (Novo) destacou que não usa o fundão eleitoral (fundo público destinado ao financiamento de campanhas eleitorais de candidatos políticos). Disse ainda que andou pelo Estado e denunciou a situação das rodovias. Tramontin afirmou que ele e seu partido irão melhorar as rodovias com apoio do governo federal e que “se preciso for, vai fazer concessões”.

Candidato à reeleição, Moisés destacou os investimentos estaduais nas rodovias federais de Santa Catarina. “As rodovias que o senhor fala que vai investir já recebem verba dos catarinenses”. Ele aponta aporte de R$ 300 bilhões na BR-470, R$ 100 milhões na BR-163, entre outros.
Saneamento Básico 2lj1s
O oitavo e último tema sorteado para o debate foi “Saneamento Básico”. Os candidatos Gean Loureiro (União) e Esperidião Amin (PP) apresentaram as propostas sobre o assunto.
Gean destacou que o saneamento é “uma dívida do poder público com o cidadão catarinense”. Ele afirmou que é preciso ter compromisso estadual com uma empresa que “deixa a desejar para Santa Catarina”. O candidato defendeu que as estruturas não se modernizam e que isso poderia ser visto em Florianópolis onde “há problemas em locais mais elevados”.
Amin (PP) listou propostas para a melhoria no armazenamento das águas. “Temos bacias hidrográficas e não conseguimos mudar essa conformação. Precisamos ampliar as reservas, armazenando águas também em Unidade de Conservação, desde que com permissão ambiental”, destacou. Também apontou a necessidade de os municípios melhorarem a fiscalização do saneamento básico.
Considerações finais 2q59i
No último bloco, os candidatos tiveram 1 minuto e 30 segundos para defender as suas candidaturas (por ordem de sorteio prévio):
- Gean Loureiro (União): Começou a sua fala agradecendo aos catarinenses pela maneira cortês com que foi recebido em todos os cantos do Estado. Para ele, essas pessoas “deram oportunidade de debater e me fazer conhecido”. “Venho com muita humildade agradecer a você por essa caminhada. Foi ela que privilegiou o debate de construção”. Gean lembrou das obras que diz ter feito para transformar a saúde pública de Florianópolis como a melhor em todas as capitais. Finalizando seu discurso, o candidato disse que apresentou ações para justiça social, que deram oportunidades para quem não tinha, e usou o jargão de sua campanha: “Bora trabalhar”.
- Jorge Boeira (PDT): “Santa Catarina é um estado de abandono”, disse o pedetista na abertura do seu discurso. Ele teceu críticas ao governo atual. “É difícil progredir e melhorar de vida enquanto o governo não cumpre sua tarefa. O Estado não investiu em rodovias estaduais. É o estado de abandono de jovem adolescente, que precisa ajudar pai e mãe na renda escolar. O Estado do pai e mãe que esperam na fila da cirurgia”, afirmou. “Sou empreendedor, minha vida foi de luta. Sou engenheiro mecânico, fui deputado federal, renunciei à aposentadoria, não uso fundão eleitoral. Se você quer que esse Estado se mantenha pujante, precisa votar diferente”, concluiu.
- Odair Tramontin (Novo): Diz que quer se apresentar aos catarinenses como filho de agricultor, professor universitário há mais de 33 anos e promotor de justiça. “Sou o único que falou orgulhosamente do partido e único que não usa fundão eleitoral”, afirmou. O candidato também destacou que escolhe a sua equipe pelo currículo profissional e não pela trajetória na política. Disse ainda que se apresenta como “uma novidade com consistência”. “Eu não estou contente com a política que temos e tenho certeza que os catarinenses também não”, finalizou.
- Ralf Zimmer (Pros): O candidato criticou o governo atual e o ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro. “Quero que o catarinense preste atenção na lista: dois impeachments, uso de avião de emergência, candidatos envolvidos em escândalo, BRDE comandado por alguém investigado na Operação Hemorragia”. “Se você está satisfeito com a falta de UTI, com estrada esburacada, vote nessa turma. Se quer alguém que resolva, vote Ralf”.
- Moisés (Republicanos): O candidato à reeleição começou o discurso agradecendo a todos que acompanharam o debate. Lembrou o que chamou de “melhor resultado da pandemia no Brasil”. Também falou que o Estado tem a menor taxa de desemprego do país e ressaltou o orçamento estadual para “dar casas para quem não tem casa”. Ele ainda lembrou projetos para enfrentamento da pobreza menstrual das alunas das escolas públicas e programa de incentivo à cultura.
- Décio Lima (PT): O candidato petista agradeceu “a possibilidade real de ir ao segundo turno”, mencionando pesquisas eleitorais. “Quero pedir para todos vocês uma reflexão: sou o único candidato que não representa o Bolsonaro, presidente que desprezou Santa Catarina. Apenas 7% da verba voltam ao povo, na nossa época era 60%. Você não pode escolher um candidato bolsonarista, pelo desprezo que ele representa ao Estado”, disse.
- Esperidião Amin (PP): Começou seu discurso dizendo que quer fazer diferença na política. “Quero dizer que vamos produzir a regionalização do serviço de média e alta complexidade da saúde”. Diz que pode fazer melhor tanto para o meio ambiente quanto para o jovem. Amin também relembrou que quer investir em ensino profissionalizante. Terminou seu discurso pedindo voto para ele e para Jair Bolsonaro, e também que os catarinenses apoiem os candidatos da coligação.
- Jorginho Mello (PL): “Em 2018 pedi seu voto para ser senador. E fui autor da maior ajuda financeira, salvamos mais de 75 mil empresas de não fecharem por conta do Pronampe”, afirmou. “Volto agora em 2022 pedindo seu voto para ser governador de Santa Catarina”, afirmou. No seu discurso, Jorginho ressaltou sua proposta de universidade gratuita durante o período de graduação.