Líder na corrida eleitoral ao Senado – de acordo com levantamento realizado em instituto Paraná Pesquisas divulgada no fim de julho – o empresário Luciano Hang, o Véio da Havan, está sendo sondado pelo PL. Bateria chapa com Jorginho Mello, que é pré-candidato ao governo. A dupla seria ungida pelo presidente e presidenciável Jair Bolsonaro (sem partido).

Não é a primeira vez que o nome de Hang é cotado para participar das eleições. Em 5 de janeiro de 2018, o empresário reuniu a imprensa no Centro istrativo da Havan, em Brusque, e disse que estava disposto a concorrer nas eleições daquele ano. Na véspera daquele conferência, Hang informou que havia se desfiliado do MDB, ao qual foi inscrito por mais de 30 anos.
Até abril, prazo limite para filiações, muito suspense e especulações. Foram ensaiadas candidaturas ao governo do Estado, ao Senado – como agora – e até mesmo à vice-presidência, na chapa de Jair Bolsonaro. Dissipada a cortina de fumaça, Luciano Hang não se filiou a nenhum partido e não concorreu. “Vou atuar como ativista político”, disse. E assim o fez, se tornando expoente nacional do bolsonarismo.
Luciano Hang fez uma live em 22 de julho, dia seguinte à divulgação de uma pesquisa que colocou ele na liderança da corrida ao Senado – Vídeo: Reprodução/ND
O primeiro o do empresário no ativismo político 396m3d
Logo na primeira semana de janeiro de 2018, Luciano Hang reuniu a imprensa de todo o Estado para uma entrevista coletiva. Colocou, inclusive, o helicóptero particular à disposição para o transporte de comunicadores. As respostas foram milimetricamente ensaiadas, dentro daquilo que Hang queria dizer, mesmo que não fosse exatamente o perguntado.
O tom do discurso foi de fortes críticas ao modelo político vigente e de apelo para a mudança por meio do voto. Em ano de Copa do Mundo e de eleições, Hang defendeu o momento político como o mais importante de 2018.
Nos meses de abril e maio, o empresário prometeu – e cumpriu – lançando um movimento junto às lojas. Desde então, os funcionários usam camisetas com as cores verde e amarelo. “Não é para torcer pelo Brasil, é para mudar a política”, afirmou.
Já naquele dia, Hang vestia uma camiseta com a frase: “Coragem para mudar. O Brasil precisa de nós”.
De cabeça para baixo
Diante da projeção na parede de um desenho invertido do mapa do Brasil, Hang disse que o país está “de cabeça para baixo”. “Hoje, o errado está certo e o certo está errado. Estamos com os valores trocados”, disse. A alta carga tributária e a burocracia excessiva foram alguns dos entraves apontados. “Pedi um levantamento sobre a situação em uma cidade próxima. Nos últimos sete anos, despesa de pessoal subir 300%. Já a inflação foi de 55%. É assim em todo o Brasil”, disse em 2018.

Ideologia política
Luciano Hang adotou o discurso que o tornaria amado por uns e odiado por outros em todo o Brasil. Tópicos como liberalismo, meritocracia, desburocratização, redução da carga tributária, privatização de estatais, Estado Mínimo e reformas como a da Previdência, com a “extinção de privilégios”, foram listadas pelo empresário. “O bom político é aquele que pensa nas próximas gerações, não na próxima eleição”, afirmou, ao acrescentar que é contra à reeleição. “Foi uma desgraça”.
Populismo
Sem citar nomes ou partidos, Hang fez duras críticas ao modelo de gestão assistencialista e aos candidatos populistas. “Os incompetentes são iguais a papagaio. Só aprenderam a falar, mas não a pensar. Ele ganha a massa, diz o que cada um quer escutar. Chegando lá, não sabe fazer”, disse. “Eu não votaria em candidato populista, que não quer fazer reformas, mudanças. Candidato que não prega a mudança não é meu candidato”, assegurou.
Modelo de gestão
O empresário defendeu um novo modelo de gestão pública, baseado na experiência da iniciativa privada. “Recebi críticas no sentido de pensar que prefeitura, Estado e país é uma empresa. É sim. O lucro de uma boa gestão é saúde, educação e segurança”, disse. Hang comparou a incompetência como tão perversa quanto a corrupção. “Ninguém quem mais saber do político que ‘rouba mas faz’, do bonzinho mas incompetente, ou daquele que fica em cima do muro”, assegurou.
A consequência de um voto errado, disse, é paga pela população nas más gestões, disse. “Precisamos de políticos que não dependam daquele cargo. A grande maioria dos maus políticos só fez política, a vida toda. Se perder aquele cargo, está arrombado. Não sabe fazer nada”, afirmou.
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Saída do MDB
A saída do MDB foi o primeiro o para o ensaio político de Luciano Hang. Dia 4 de janeiro, o empresário pediu desfiliação do partido, no qual permaneceu por mais de trinta anos. O ingresso ocorreu em 1985, para apoiar o então pré-candidato ao governo do Estado, Luiz Henrique da Silveira, nas prévias. “Nós vencemos aqui em Brusque, mas perdemos na convenção estadual. O candidato foi Pedro Ivo Campos, que depois se tornou governador”, lembrou.
Desde então, a permanência no MDB foi uma “homenagem” a LHS, aquele que Hang descreveu como o “maior governador da história do Estado”. A saída também serviu para evitar um mal-estar na legenda, disse na época, quando o partido já tinha encaminhamento para lançar o então deputado federal Mauro Mariani, que sequer chegou ao segundo turno.