Antes de seguir para os Estados Unidos, onde discursou na sede da ONU, o presidente Jair Bolsonaro se irritou e chegou a bater na mesa em reuniões com ministros e auxiliares da articulação política.
Embora desdenhe de pesquisas, que mostram rejeição recorde do Governo, Bolsonaro vê no novo Bolsa Família (Auxílio Brasil) a salvação para recuperar popularidade a pouco mais de um ano das eleições.
A bronca se deve ao fato de a Medida Provisória (1061/2021) que criou o novo programa estar parada na Câmara. E outras duas propostas (PEC dos Precatórios e Reforma do IR), das quais o Governo depende para bancar o auxílio, também se arrastam, sem previsão de aprovação.
O tom das últimas conversas de Bolsonaro com o presidente aliado da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também não foi nada amistoso.
O Planalto quer anunciar o programa em novembro. A MP do Auxílio Brasil já recebeu mais de 400 emendas. A oposição sugere o aumento do benefício para R$ 600,00. O Governo projeta R$ 300 para as famílias.
Cadê o laudo?
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, não divulgou atestado de Covid nem quem assina o laudo. A Coluna pediu ontem de manhã publicidade do documento à Presidência e ao Ministério. O Covid-19 o blindou de explicar a gestão desastrosa em debates na ONU, e o livrou da I em Brasília.
Mas em Brasília a situação do ministro começa a se complicar politicamente e istrativamente. Embora tenha seguido ordem do presidente Jair Bolsonaro ao suspender a vacinação de adolescentes contra Covid-19, o ministro Queiroga a por fritura e balança no cargo.
Da parte de parlamentares, principalmente aliados do Planalto, permanece a insatisfação com a gestão das superintendência nos Estados, como no Rio de Janeiro.
Queiroga é bombardeado também por órgãos da pasta, como o Conselho Nacional de Saúde e a Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19. Os técnicos, aliás, sugeriram recuo na recomendação da suspensão da vacina.
Sobre outra ordem do presidente, de antecipar o fim da obrigatoriedade de uso da máscara em locais públicos (prevista para novembro), o ministro desconversa.
Tarcísio ao Senado
Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) estuda sair candidato ao Senado pelo DF. A pasta realiza obras rodoviárias gigantes em Goiás, terra de muita gente que vota em Brasília.
Prevent 2.0
Não deve ficar apenas no depoimento do diretor médico de ontem na I da Pandemia o cerco à PreventSenior. A oposição quer que o presidente Bolsonaro preste esclarecimentos sobre reuniões com executivos da empresa (Pedro Benedito Batista Júnior) e da EMS (Leonardo Sanchez) desde março do ano ado. No requerimento, o Psol pede também a confirmação de reuniões fora da agenda oficial.