Sítios arqueológicos são encontrados em obra do Contorno Viário da Grande Florianópolis 1152

Artefatos foram recolhidos em Biguaçu e Palhoça e retratam a ocupação da região no período pré-colonial 6e1037

Enquanto as máquinas avançam para a construção dos 50 quilômetros do Contorno Viário da Grande Florianópolis, restos do ado de Santa Catarina estão sendo descobertos. São cerâmicas, artefatos em pedra e indícios da ocupação indígena recuperados graças ao Programa de Monitoramento, Resgate Arqueológico e Educação Patrimonial, implantado pela concessionária Autopista Litoral Sul e licenciado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Arqueólogo resgata peças na região de Palhoça e encontra uma ponta de flexa feita em pedra pelos índios - Divulgação
Arqueólogo resgata peças na região de Palhoça e encontra uma ponta de flexa feita em pedra pelos índios – Divulgação

Até agora, segundo conta a coordenadora de Meio Ambiente da Autopista Litoral Sul, Daniela Bussmann, já foram identificados seis sítios arqueológicos. Cinco no entorno das obras e um no traçado da rodovia. A descoberta mais recente aconteceu no final do ano ado.

Foram quatro meses de coleta detalhada de artefatos no trecho do Contorno que a pela região da Pedra Branca, em Palhoça, na Grande Florianópolis. “É um trabalho minucioso, que garante a preservação da história da região. Um compromisso e um legado que a obra deixa para a população e para quem vai utilizar as pistas no futuro”, comentou a coordenadora.

Todo o material encontrado nos sítios arqueológicos foi removido por meio de uma parceria da concessionária com a Unesc (Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina), sediada em Criciúma. No local há um laboratório de arqueologia onde as peças estão sendo devidamente catalogadas, estudadas e datadas. No futuro, devem compor um acervo voltado à história do contorno e das comunidades que viviam na região.

Expectativa por mais descobertas

Atualmente o maior volume de obras se concentra na região de Biguaçu, onde até hoje há comunidades indígenas. O programa de monitoramento mantém um profissional, técnico da área, à frente das máquinas. “Esse profissional vai acompanhando todo o trabalho e identificando os sinais da existência de algum material histórico. O trabalho é paralisado para que se confirme ou não que se trata de um sítio arqueológico”, explica Daniela.

O material foi levado a um laboratório para ser datado - Divulgação
O material foi levado a um laboratório para ser datado – Divulgação

Em Biguaçu, na região do Rio Inferninho 1, foi identificado, na fase chamada de prospecção arqueológica, o sítio mais significativo de todo o projeto. Ele foi reconhecido como sítio histórico, por apresentar vestígios do período colonial ou pós-colonial, como resquícios de construções, informa o arqueólogo Valdir Schwengber, responsável pelo trabalho no Contorno Viário de Florianópolis.

“Ao realizar o monitoramento, o arqueólogo em campo se antecipa a potenciais impactos sobre sítios arqueológicos. O objetivo não é apenas constatar a presença do sítio na área do empreendimento. É identificá-lo, mantendo a sua integridade para a preservação ou para a realização do seu estudo em condições mais próximas possíveis da forma como foi deixado, há milhares de anos”, garante.

Peças comprovam ocupação indígena

As demais áreas identificadas, inclusive a mais recente, bem no eixo da estrada, em Palhoça, são reconhecidas como sítios líticos. Neles as equipes encontraram evidências de artefatos em pedra e materiais cerâmicos, ambos associados ao período pré-colonial e que comprovam a ocupação por povos indígenas que habitavam o local antes da chegada dos colonizadores. Três das cinco ficam em Biguaçu, nas localidades de Santa Terezinha I, Rússia I, Rússia II e dois em Palhoça, no Aririú I e na região do condomínio Pedra Branca.

Os trabalhos na região da Pedra Branca impediram a obra de avançar sobre o trecho por quase três meses. Segundo a coordenadora de Meio Ambiente da Autopista Litoral Sul, não há como o traçado da estrada ser modificado a cada novo sítio arqueológico. O local fica interditado até que todo o material seja recolhido.

Outra parte do trabalho é realizada por meio do levantamento dos dados a partir de pesquisas arqueológicas regionais (histórico das pesquisas, registro de sítios, sínteses regionais, etc.) e de dados coletados em campo. O conteúdo também é apresentado para crianças e adolescentes no programa de Educação Patrimonial, que busca educar para preservar o patrimônio arqueológico, cultural e histórico, fortalecendo as relações das pessoas com suas heranças e bens culturais.

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