Cultivo de temperos e hortaliças é mantido em casas e apartamentos da Grande Florianópolis 4m5647

Moradores da região mostram como plantar no quintal ou na sacada 2z2w5w

Lá embaixo, as buzinas e o corre-corre de pedestres e carros que cruzam a rua.  Cá em cima, pés de pimenta, tomilho, salsa e outros temperos decoram e perfumam a sacada e a sala da blogueira Léia Mendes Cook. Moradora do bairro Capoeiras, em Florianópolis, ela redescobriu o prazer de plantar e colher as folhinhas para saborizar seus pratos. Há dez anos, o caminho até a feira ficou mais curto e pode ser feito a qualquer hora do dia ou da noite. Luz, água e terra boa são os elementos que Léia utiliza para manter a pequena horta no alto do prédio. 

Eduardo Valente/ND

Blogueira Léia tempera sua comida com a horta que mantém na sacada de seu apartamento, em Capoeiras

Com sorriso farto Léia avisa na cozinha: “Vou à feira”. Cinco minutos depois ela volta da sala com as mãos cheias de folhas de alfavaca, hortelã ou cebolinha. A pequena horta é razão de orgulho da blogueira. “Quando sinto que a poluição da rua está forte mexo nas plantas para aromatizar a casa”, contou. Com espaço limitado, Léia planta somente o que consome. Usa salvia e alecrim para temperar batatas. O capim-limão é utilizado para saborizar água gelada e também para fazer um docinho especial. “Bato capim-limão com um pouquinho de leite e misturo ao leite condensado para fazer brigadeiro”, ensinou. Para manter as plantas verdes, ela faz uso de adubo orgânico e podas regulares. As plantas recebem muita luz durante o dia e são regadas duas vezes por semana durante o inverno. “No verão é preciso molhar todo dia”, ressalta exibindo o pé de couve-mineira. Aos 55 aos de vida ela comemora o fato de ter tempo para mexer na terra e colher produtos que cultivou pacientemente.

 Casal doa parte do que produz para vizinhos 

Eduardo Valente/ND

Dona de casa pede terreno emprestado para ampliar cultivo

Na mesma década em que Léia começava a horta em seu apartamento, a dona de casa Maria de Lourdes Truppel, 71, expandia seu quintal na Ponta de Baixo, em São José. Por vários anos Lourdes plantou hortaliças um pequeno espaço de uns 15 metros quadrados. Até que pediu um terreno emprestado para cultivar suas plantas.  A dedicação dela com o solo ocioso fez com que outro vizinho oferecesse um lote para cultivo. Ao se aposentar, o marido, Luiz Dutra, 75, se uniu a ela no plantio. Atualmente eles cuidam de 1.100 m² de solo.  Um dos terrenos está a venda. Quando for comercializado o casal buscará outro local para plantar cebolinhas, azedinhas, espinafre, rúcula e radiche.  Generosos como a terra bem cuidada ambos doaram e doam parte do que produzem aos vizinhos. Outra parte é vendida para manter as despesas com telas, mangueiras e insumos. Muitos dos temperos e chás da horta foram plantados junto ao muro para que os vizinhos possam pegar as folhas sem nem mesmo pedir aos proprietários.

 “Congelo frango e carne prontos para ficar mais tempo aqui. A hora a muito rápido. Quando vejo já é meio dia”, disse a mulher, que comprou um boné com lanterna para trabalhar após a partida do sol. A aposentada conta que aprendeu a gostar da terra com a mãe. “Éramos em 15 irmãos. Para manter a mesa farta tinha de plantar”, recordou. Luiz Dutra mostra as composteiras que mantém para produzir adubo orgânico. Para combater as pragas a diga é usar quatro dentes de alho amassados para cada litro de água. “Tem de deixar curtir durante três dias”, explicou, ao confessar que já utilizou álcool líquido para matar pulgões das folhas de couve-mineira. “Queimou toda a planta”, lamentou.  Outra dica para evitar pragas é não utilizar lona preta no solo. O plástico, segundo o casal, junta caramujos e baratas. “Combatemos os caramujos com cinza de fogão à lenha”, ensinou a mulher. Para manter os canteiros bem cercados, Luiz e Lourdes utilizam folhas de forro em PVC. Além de maior durabilidade o material é de fácil aplicação.

 “Isso é vida para mim”, disse Lourdes, ao apontar orgulhosa para os canteiros verdes e para a goiabeira repleta de pássaros que sonorizam o dia- a dia. Mesmo sem poder se agachar totalmente, devido um problema no joelho, ela agradece pela saúde que a permite labutar todos dos dias na horta. No verão o expediente se estende até às 21h.

Dicas para começar a dar vida ao canteiro

 A engenheira ambiental Luciane da Rocha lembra que hortaliças como alface, rúcula, cenoura e beterrabas podem ser facilmente cultivadas em vasinhos ou garrafas pet, seja em apartamentos ou nas hortas convencionais em solo direto. Para que as plantas cresçam saudáveis além de muita luz direta, é preciso terra fértil e rega adequada. “O inverno está atípico. Faz pouco frio e isso favorece o plantio de feijão de vagem e temperos. É um bom momento para começar uma horta”, indicou. Luciane recomenda atenção com as garrafas pet porque elas ressecam muito a água da planta. “Essas embalagens devem ser furadas para evitar incidência de fungos”, alertou.

 A engenheira ressaltou que sementes, mudas e adubo orgânico podem ser adquiridos facilmente em agropecuárias. Cada muda de alface ou rúcula, por exemplo, precisa de até 30 centímetros de espaçamento umas das outras.  A especialista indica o uso de água de fumo de corda para combater pragas. Para preparar o pesticida natural é necessário deixá-lo de molho em uma garrafa por um dia antes de pulverizar sobre as hortaliças. “As pessoas podem fazer composteiras em tonéis. Basta furá-los e aplicar terra sobre os restos de alimentos orgânicos da cozinha e da própria horta. Manter um minhocário também é interessante”, destacou.   

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