Toda escola tem algum projeto voltado à educação ambiental e isso não é por acaso: estimular a consciência sobre a importância e a necessidade de cuidar do meio ambiente provoca mudanças de hábitos em toda a comunidade escolar, além de desenvolver o senso crítico e despertar noções importantes sobre cidadania e responsabilidade social.

E se o exemplo costuma ser uma boa alternativa para isso, a escola é o espaço ideal para desenvolver práticas de sustentabilidade que estimulam mudanças de comportamento, ainda que de pequenos os, mas que feitos diariamente podem causar impacto dentro e fora do ambiente educativo.
O exemplo da Escola Municipal Plácido Xavier Vieira é bem interessante: na unidade, localizada na zona Sul da cidade, todo o material reciclado é transformado em dinheiro e revertido para projetos pedagógicos.
Ou seja, de maneira estruturada, todos aram a entender que o descarte correto dos materiais, além de solucionar problemas sanitários, também retorna para a escola como investimento em recursos na unidade.
Com projetos de reciclagem em que tudo “vira dinheiro” para a escola, os alunos já conseguem sentir os benefícios na prática dessa iniciativa: na venda de latinhas de alumínio, papéis e papelões, a verba que entra para o caixa da unidade retorna para os estudantes na forma de novos materiais esportivos, na revitalização e reforma de espaços e em serviços e reparos.
A escola também conta com projeto institucional de composteira. Ao invés de descartar o lixo orgânico, o que pode ser reaproveitado a por um processo de compostagem, que produz adubo usado nas plantações da própria escola.
Graziele Cristine Ohf, 15, está no nono ano e foi na escola que teve o primeiro contato com a prática. “Lá em casa somos oito pessoas e a gente produz bastante lixo”, conta a aluna que fez a própria composteira. “A cada dois dias dou uma olhada e uma vez por semana coloco comida e camadas de folhas.”
Com o olhar de sustentabilidade, tudo na escola a por um processo de filtragem e só é descartado se não tiver mais nenhuma utilidade. “Ano ado, a escola ou por reforma. As portas, que iam ser descartadas, nós guardamos e viraram porta-vasos e as crianças compraram com o dinheiro da reciclagem. Todo material que pode ser reutilizado, a gente também utiliza”, complementa a diretora da escola, Fernanda de Souza Pereira Ferreira.
Além dos projetos institucionais de lixo zero, a escola também desempenha papel social, sendo ponto de arrecadação de tampinhas de garrafas para o Grupo de Apoio e Proteção Ambiental (Gapa), que vende o material para reverter o dinheiro aos cuidados com a saúde de animais abandonados acolhidos pelo projeto. A questão ambiental é tão forte na escola que já rendeu prêmios para a unidade de meio ambiente.
Toda essa movimentação sustentável começou lá em 2016, quando a escola se tornou municipal e precisou criar estratégias para aquisição de recursos educativos e pedagógicos.
À frente da iniciativa há quatro anos, Nadiny Zanetti da Silva, professora de educação física, relembra que para arrecadar fundos e conseguir dinheiro para a compra de materiais esportivos foi preciso criar uma gincana escolar e uma das provas envolvia reciclagem.
“Como a gente viu que rendia bastante, deu para a gente fazer um projeto muito bacana de reciclagem, trabalhar toda a parte ambiental com eles e ainda conseguir ampliar o nosso material de educação física”, destaca a professora. “Aí a gente começou a reciclar o projeto com tudo.”
Além da compra dos materiais para educação física, outro investimento que a escola conseguiu fazer com a venda do alumínio foram os uniformes das modalidades. Participantes de competições esportivas, diz a professora, isso “empodera os alunos” nos eventos.
Mobilização sustentável o ano todo 4ln8

Quando os alunos retornaram para o modelo presencial de ensino, a professora Nadiny notou algumas dificuldades de convivência entre eles.
O objetivo comum de vencer a gincana tornou a relação dos estudantes mais colaborativa e reforçou a importância da consciência ambiental. “Comecei a reparar no mercado os produtos que têm menos embalagem”, observa a aluna do nono ano Catarina Gbur Petry.
Além disso, a proposta da gincana trabalhou as competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), além dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O desafio movimentou a unidade escolar de agosto a outubro com etapas que abordaram a reciclagem e consumo consciente, além de arrecadação de alimentos e outros materiais.
Entre as etapas da gincana, os alunos arrecadaram materiais recicláveis, alimentos para cestas básicas e roupas para venda em brechó. “A gincana promoveu a sensibilização nessa questão do meio ambiente, de todo o cuidado de a gente retomar o projeto na unidade, porque a gente ficou no período de pandemia parado, mas também de ter o olhar social, porque a unidade tinha poucos alunos com dificuldade financeira e a partir da pandemia nós tivemos muito mais pais que apareceram na unidade pedindo ajuda”, diz a diretora da escola.
10 atitudes do bem de quem tem consciência ambiental 1l705a

Todo conhecimento tem ainda mais relevância quando se é colocado em prática. A conscientização ambiental não pode ser assunto só de sala de aula, mas na adoção de mudanças de hábitos que se compartilham com a família e com os amigos. Para isso, fizemos uma lista com dez atitudes do bem de quem tem consciência ambiental.
Por mais assustador que pareça, um estudo feito pelo Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2020 apontou que cada brasileiro produz mais de 370 quilos de lixo por ano, o que equivale à produção de mais de um quilo de lixo por dia. E olha que isso é um dado geral, ou seja, nem está relacionado com a separação dos materiais. Então, vale a consciência de:
- Não jogar o lixo na rua, nos rios e lagos;
- Fazer a separação correta entre material reciclável e lixo orgânico;
- Descartar materiais eletrônicos, pilhas e medicamentos em locais apropriados;
- Coletar corretamente o óleo usado da cozinha. Jamais jogar no ralo da pia ou em espaços abertos;
- Reaproveitar e reutilizar materiais descartáveis que podem ser transformados em novos objetos;
- Escolher produtos com menos embalagens;
- Desenvolver a consciência de consumo consciente, principalmente de roupas;
- Deixar a torneira fechada enquanto escova os dentes ou lava a louça;
- Deixar os eletrônicos sem uso fora da tomada;
- Manter desligadas as luzes dos cômodos vazios.
Tempo de decomposição dos materiais na natureza 6m2h4q
Nem todo o lixo produzido por nós, seres humanos, entra em estado de decomposição na natureza, sabia? É o caso do pneu, que nem se sabe quantos e quantos anos pode levar para desaparecer por completo.
É por isso que a borracha e outros materiais – como plásticos, vidros e metais – podem dar vida a novos objetos com muita criatividade e ainda ser reutilizados por mais tempo. Veja o tempo correto de decomposição dos materiais na natureza:
- Papel – 3 a 6 meses
- Metal – mais de 100 anos
- Plástico – mais de 400 anos
- Vidro – mais de 10.000 anos
- Alumínio – mais de 200 anos
- Borracha – tempo indeterminado
Fonte: ecycle
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