
Celebrada no início de junho desde 1973, a Semana Mundial do Meio Ambiente reforça a importância das boas práticas para preservação dos recursos naturais do planeta Terra. Neste ano, o tema é o “O Fim da Poluição Plástica Global”, que tem como um dos principais agentes, o microplástico.
O objetivo da ONU (Organização das Nações Unidas) é conscientizar a população a respeito da poluição provocada por esse tipo de resíduo, que pode demorar até 500 anos para se decompor.
Segundo a ONU, o mundo produz mais de 430 milhões de toneladas de plástico todos os anos. Do total, dois terços são produtos de vida curta e que logo se tornam resíduos, indo parar nos oceano. Muitas vezes, no caso do microplástico, também na cadeia alimentar humana.

Plásticos e microplásticos são encontrados em toda costa brasileira 515f5h
No Brasil, um estudo divulgado em 2024 mostrou a presença de plástico em 100% das praias brasileiras. Na mesma linha, os microplásticos foram encontrados em 97% delas. A capital catarinense, Florianópolis, ocupava o topo deste ranking.
O estudo realizado pela organização Sea Shepherd Brasil, em parceria com o Instituto Oceanográfico da USP, ao longo de 16 meses, visitou 201 municípios, do Chuí (RS) ao Oiapoque (AP). No total, foram percorridos 700 quilômetros do litoral brasileiro. Durante a análise, foi comprovada existência de resíduos plásticos em uma área equivalente a 22 campos de futebol.
Desse total, 91% eram plásticos — sendo 61% itens descartáveis, como tampas de garrafa. Entre os macrorresíduos, o maior volume encontrado foi de bitucas de cigarro. A pesquisa, divulgada em setembro de 2024, também revelou que praias mais isoladas e protegidas, como áreas de proteção integral, estão entre as mais afetadas por resíduos plásticos de uso único.
Praias de Santa Catarina preocupam, mostra levantamento 231v28
Segundo o levantamento da Sea Shepherd Brasil, as cidades do Sul e Sudeste são as mais impactadas pela incidência de plástico e microplástico. Entre as localidades pesquisadas, a praia do Pântano do Sul, em Florianópolis, apresentou os maiores níveis de contaminação do país.

Dentre os estados com maior densidade de microplásticos por metro quadrado, Santa Catarina lidera o ranking com 18,071. O segundo colocado, estado da Paraíba, soma 13.063. As localidades com maior densidade de microplástico por metros quadrados são:
- Pântano do Sul (Florianópolis-SC) – 144.1667;
- Praia de Dentro (Mongaguá-SP) – 83.0000
- Praia do Rizzo (Florianópolis-SC) – 78.6667
- Praia do Botafogo (Rio de Janeiro-RJ) – 55.6667
- Mariluz (Imbé-RS) – 51.0000
Ao longo do estudo, foram coletados 16 mil fragmentos de microplástico e 72 mil macrorresíduos. Em média, há 4,5 microplásticos por metro quadrado e 0,5 macrorresíduos por metro quadrado nas praias brasileiras. Um, a cada 12 itens coletados nas prais, são filtros de cigarro.
As regiões Sudeste e Sul lideram em resíduos plásticos maiores e microplásticos. Já três das cinco praias mais poluídas por macrorresíduos estão no Rio Grande do Norte.

Contrapontos 4h5m12
À época em que o estudo foi publicado, a prefeitura de Florianópolis afirmou que os microplásticos nas praias não resultam de poluição local, mas sim “de resíduos transportados por correntes oceânicas oriundas de outras regiões”.
O IMA (Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina), por sua vez, disse que à época que o trabalho realizado pela Sea Shepherd Brasil não estava relacionado com a balneabilidade da região.
*Com informações da Agência Brasil.