Quantidade de lixo recolhido nas praias de Florianópolis aumenta 1.233% 5t5v6f

A alta temporada de verão em Florianópolis já registra aumento de 1.233% na quantidade de lixo coletado nas praias. Enquanto no inverno são gerados em média 15 sacos de rejeitos diariamente, por quilômetro de orla, no verão esse número salta para 200 sacos por quilômetro por dia. A informação foi divulgada pela Comcap (Companhia de Melhoramentos da Capital), que intensificou os trabalhos para atender à alta demanda nas praias mais movimentadas da Ilha de Santa Catarina.

O superintendente de Gestão de Resíduos, Ulisses Laureano Bianchini, explica que a coleta de lixo nas praias segue um planejamento específico para esta época do ano.

“Na baixa temporada, de março a novembro, a coleta de rejeitos ocorre três vezes por semana nos balneários, e a coleta seletiva, duas vezes por semana. Já no verão, ampliamos a coleta de rejeitos para seis vezes na semana, devido ao aumento significativo da produção de resíduos.”

Com a manutenção diária de 43 quilômetros de orla distribuídos entre as regiões Norte, Leste e Sul, a Secretaria de Infraestrutura e Manutenção coordena as ações nos balneários. No Norte, que concentra 21 quilômetros, estão locais como Jurerê, Canasvieiras, Cachoeira do Bom Jesus, Ponta das Canas, Lagoinha, Brava, Ingleses, Santinho e Forte.

No Leste, os 5,6 quilômetros incluem praias como Joaquina, Mole, Barra da Lagoa, além da Lagoa da Conceição. Já no Sul, os 16,5 quilômetros abrangem pontos como Campeche, Morro das Pedras, Armação, Matadeiro, Pântano do Sul, Açores, Solidão, Freguesia do Ribeirão da Ilha, Caiacanga, Caieira da Barra do Sul e Tapera.

A limpeza inclui a manutenção diária de 3 .000 lixeiras instaladas em pontos estratégicos das praias, e o uso de tratores coletores que transferem diretamente os resíduos para caminhões de coleta. O material recolhido nas orlas é destinado a caixas estacionárias ou à coleta convencional.

Bianchini conta que os resíduos misturados nas lixeiras da orla não são reciclados. “Enfrentamos desafios na destinação do material reciclável na época de verão. Se a cadeia de triagem e destinação final não for ampliada, criamos um gargalo e não conseguimos dar vazão a todo material coletado. Infelizmente, o que cai na lixeira da praia é considerado rejeito e vai direto para o aterro sanitário, pois se mistura com resíduos orgânicos e outros materiais não recicláveis.”

Banhistas pedem conscientização sobre lixo nas praias 4g4xs

Apesar da força-tarefa da Comcap, os frequentadores também precisam fazer sua parte. Ao lado da cadeira de praia de Rodrigo Silva Santos, turista de São Paulo, havia um saco branco com resíduos de itens que consumiu no dia. Ele trabalha em uma empresa de reciclagem, por isso é natural para sua família juntar o lixo ao longo do dia.

“Em todo o lugar que vamos sempre recolhemos o nosso lixo. É importante deixar limpo e organizado, tanto para nós quanto para os outros”, ensina.

A cinegrafista Célia Regina Garcia, enquanto arrumava os itens para ir embora, foi vista colocando seu lixo em uma lixeira próxima de onde estava, na praia do Campeche.

“Lugar de lixo é no lixo, não nas ruas, principalmente nas praias. Eu sempre ando com a minha sacolinha caso eu não encontre uma lixeira perto”, conta. “Infelizmente não é todo mundo que tem essa consciência. Hoje mesmo, mais cedo, encontrei um caco de vidro, que por sorte recolhi antes de alguém se machucar.”

Projetos 192vm

O superintendente de Gestão de Resíduos da Comcap menciona uma nova iniciativa que deve ser implementada na cidade. “Estamos desenvolvendo o projeto Praia Lixo Zero, que prevê a instalação de ilhas de descarte seletivo em pontos estratégicos das praias. O objetivo é direcionar os resíduos recicláveis para as associações e reduzir o volume de rejeitos enviados ao aterro. Esperamos colocar esse projeto em prática no próximo verão.”

Bianchini reforça que a conscientização da população é essencial para minimizar o impacto ambiental. “O primeiro o é reduzir a geração de lixo, evitando produtos descartáveis e embalagens desnecessárias. Além disso, levar o próprio resíduo reciclável para casa e descartá-lo na coleta seletiva ajuda a garantir que esse material tenha uma destinação correta e sustentável.”