Projeto de lei quer privatizar 10% de todas as praias brasileiras; veja impactos em SC 14142a

Proposta visa restringir o ao público à parte da faixa de areia, cuja istração seria da iniciativa privada 12625k

Um projeto de lei que visa privatizar parte das praias brasileiras — incluindo as catarinenses —  está tramitando na Câmara dos Deputados em regime de urgência.

Projeto de lei quer privatizar 10% da faixa de areia das praias brasileiras  – Foto: Leo Munhoz/NDProjeto de lei quer privatizar 10% da faixa de areia das praias brasileiras  – Foto: Leo Munhoz/ND

Segundo a proposta, 10% da faixa de areia dos municípios costeiros serão istrados pela iniciativa privada, além de restringir o o ao público. As áreas ariam a ser chamadas de Zetur (Zona Especial de Uso Turístico). A autoria é do deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL).

Conforme o texto, as praias públicas ariam às mãos de empreendimentos turísticos como hotéis, parques privados, clubes, marinas e demais iniciativas, desde que autorizadas pelo Ministério do Turismo. Também ficaria proibida a destinação dessas áreas para uso unifamiliar.

O professor de Oceanografia da Univali (Universidade do Vale do Itajaí), Marcus Polette, especializado em gestão da zona costeira, avalia que os impactos negativos ao ambiente natural seriam muito graves.

“Quando a gente pensa em praia não está falando só nela, mas no sistema ecológico, falando de dunas e faixa de restinga. O sistema ecológico presta um serviço muito importante à sociedade, porque os sistemas de dunas são fundamentais para a proteção das costas. Esses sistemas associados impedem que haja erosão ao longo da costa, por exemplo”, explica.

A Constituição de 1988 garante o livre o à faixa de areia e ao mar, já que as praias são bens públicos da União. Caso o projeto seja aprovado, as  “zonas especiais de uso turístico” ariam a ser restritas.

Além dos danos ambientais, o professor aponta os problemas sociais que a lei poderia causar.

“As praias são locais democráticos, onde você encontra toda a sociedade e e o que faz dela um ambiente tão rico, inclusive sob o ponto de vista cultural”, defende o especialista. “Essa lei está buscando a privatização de lucros de poucos e a socialização de prejuízos para grande parte da sociedade.”

O projeto foi apresentado no dia 15 de dezembro e o regime de urgência foi aprovado em dois meses.

Impacto nas praias catarinenses 6o2642

O Ima (Instituto de Meio Ambiente) informou que, no caso das praias catarinenses, a gestão e ordenamento são realizados pela Secretaria do Patrimônio da União. A exceção são os municípios que am o termo de adesão com a União e possuem autonomia para ordenar e fiscalizar seu território.

Caso o projeto de lei seja aprovado, as prefeituras, em conjunto com a SPU (Secretaria de Patrimônio da União) deverão conciliar a zona de uso turístico com os planos diretores locais e o Zoneamento Ecológico Econômico Costeiro realizado pela SDE (Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável).

Para o pleno funcionamento das praias, Polette defende que “a sociedade deve refutar essa lei que não tem fundamento teórico, não tem fundamento técnico, a não ser estar levando em consideração interesses corporativos de poucos empresários no Brasil”.

O professor afirma, ainda, que o Projeto Orla (Gestão Integrada da Orla Marítima), do governo federal, dá conta da istração dessas áreas. Por meio dele, o uso e a ocupação da orla é fiscalizado para melhorar a qualidade de vida das populações locais e de preservar os ecossistemas costeiros. Em Santa Catarina, o projeto é coordenado pela SDE.

Participe do grupo e receba as principais notícias
na palma da sua mão.
Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os
termos de uso e privacidade do WhatsApp.
+ Recomendados
+

Meio Ambiente 5g115y

Meio Ambiente

Semana do Meio Ambiente alerta para poluição por plástico no Brasil; praias de SC preocupam 5y2n

Estudo divulgado em 2024 mostrou a presença de plástico em 100% das praias brasileiras; dentre os es ...

Meio Ambiente

VÍDEO: Vulcão entra em erupção na Itália e turistas correm para se proteger 5m4o6t

Aumento na atividade sísmica do vulcão ainda gerou um terremoto na região da Sicília, no sul da Itál ...

Na Semana do Meio Ambiente, Florianópolis mobiliza a cidade por um futuro sustentável 6u2y30

De 2 a 7 de junho, a Semana do Meio Ambiente promove ações práticas e educativas em diferentes regiõ ...