A Praia do Bode, onde a vilense Bruna Thaisa de Oliveira Cercal foi mordida por um tubarão, em Fernando de Noronha, é um verdadeiro “restaurante de tubarões”, segundo o engenheiro de pesca Leonardo Veras. Ele conversou com a turista catarinense enquanto ela estava no Hospital São Lucas, que prestou atendimento.

O incidente aconteceu nesta segunda-feira (9), quando a jovem de 28 anos sofreu lacerações na perna e na panturrilha direita, após ser mordida enquanto surfava. Ela já recebeu alta do hospital, nesta terça (10).
Curador do Museu do Tubarão em Fernando de Noronha, o engenheiro afirma que a área é cheia de tubarões. “O animal que atacou a Bruna era um tubarão-limão, que aparece bastante nessa época do ano, quando vêm se alimentar de sardinhas”, explica Veras.
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“Felizmente, essa espécie não é muito agressiva. Então, ele morde, mas depois solta e vai embora, ao perceber que aquilo não é seu alimento”, afirma.
De acordo com o especialista, há placas no local avisando banhistas para tomar cuidado com animais selvagens. “Mas todo mundo já sabe. Acontece que é um local de boas ondas, então os surfistas assumem o risco ao entrar na água”, diz Veras.
Ainda segundo o engenheiro, a moça estava finalizando a onda com o bodyboard, com água pela altura do joelho, onde há muita espuma e areia na arrebentação e não dá para ver o animal. “Foi quando ela sentiu um golpe na perna. Deu três os, saiu da água e foi socorrida”.
Incidentes são monitorados 4l2rf
Leonardo Veras afirma que o Museu do Tubarão pesquisa e investiga as espécies e mantém um histórico dos episódios envolvendo banhistas. “Esse incidente está dentro da normalidade, porque aqui é um santuário ecológico e as pessoas estão se aproximando de um ambiente selvagem. Esse é o charme de Noronha”, diz.
Segundo o especialista, episódios como esse são chamados de incidentes e não ataques, pois o animal não tem a intenção de morder a pessoa. “Tivemos outro episódio recente, há cerca de dez dias, quando outra garota caiu em cima do tubarão. É que tem muitos tubarões mesmo nessa área, então acontece. Ela machucou a mão, mas o ferimento não foi muito grave”, conta Veras.
O engenheiro afirma que a média é de dois incidentes por ano, número que vem se mantendo nos últimos quatro anos de monitoramento. A ocorrência é maior entre os meses de dezembro e fevereiro.