As chuvas dos últimos dias deram fôlego à Lagoa do Peri, no Sul da Ilha de Santa Catarina. O manancial vinha enfrentando uma situação crítica por causa da forte estiagem.

De acordo com a Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento), em setembro, a lâmina d’água da Lagoa chegou a medir 1,56 cm. Nesta segunda-feira (14), o nível aponta 2,18 cm. No entanto, ainda é preciso seguir com o uso consciente da água.
Em meados de setembro, a Floram (Fundação Municipal de Meio Ambiente), deu a Casan um prazo de até 180 dias para parar a captação de água na Lagoa do Peri.
Responsável pelo Sistema de Abastecimento Costa Sul/Leste, a Casan informou nesta segunda que já tem reduzido em 50% o volume captado habitualmente na Lagoa e mantém ações para seguir reduzindo gradativamente.
Com isso, o restante do abastecimento será feito por sistemas alternativos.
Um deles é a nova motobomba na entrada da Base Aérea, que abastece o bairro Tapera com água transportada pelo Sistema Integrado da Grande Florianópolis (Continente). Essa operação traz uma economia de 25 litros/segundo na Lagoa do Peri.
A interligação de redes permite ainda que o Sistema Integrado abasteça parte do Rio Tavares, economizando mais 10 litros/segundo da Lagoa.
Em implantação 664y
Obras relacionadas ao abastecimento de água estão em fase de implantação. Uma delas é a nova adutora de 2.350 metros, assentada ao longo do o do Aeroporto Internacional Hercílio Luz.
A adutora irá transportar 30 litros/segundo de água do Sistema Integrado (Continente) para o Sul da Ilha. Outra nova adutora de 9.200 metros vai interligar poços do Rio Vermelho para transportar mais 25 litros/segundo para a Barra da Lagoa.
Novas adutoras também vão interligar o Norte da Ilha (Aquífero dos Ingleses) com o Leste da Ilha. O objetivo é reduzir a necessidade da Lagoa do Peri abastecer também a região da Lagoa da Conceição.
Conforme a Casan, as interligações ficarão prontas ao longo da temporada de verão.
O andamento das obras depende ainda da capacidade das empresas de fornecer todo o material necessário, “pois a pandemia atrasou, inclusive, as produções industriais de redes de abastecimento”, informou a Casan.
Paralelamente, a Companhia reforçou que tem ampliado os sistemas de poços do Campeche. Essas obras pretendem aliviar ainda mais a situação da Lagoa do Peri.
A Casan pode captar até 200 litros por segundo de água da Lagoa do Peri e possui licença de operação emitida pelo IMA (Instituto do Meio-Ambiente) válida até 2024.
Casan diz que não há risco de desabastecimento 2e4v4b
A Companhia salientou que não há risco de desabastecimento de água na temporada de verão.
A obra de ampliação da Erab (Estação de Recalque de Água Bruta) do rio Cubatão, que entrou em fase de assentamento das adutoras no final de novembro, prevê a ampliação da capacidade de atendimento do Sistema Integrado da Região Metropolitana.

Com isso, o plano é que o sistema esteja apto a enfrentar a alta temporada e também estiagens.
Com 469 metros de extensão, adutora de 1.200 mm de diâmetro vai interligar a Erab até a Estação de Tratamento (ETA), aumentando a capacidade de transporte de água e permitindo a instalação de mais três conjuntos motobomba.
“Com a adutora instalada e as novas bombas em operação, o Rio Cubatão poderá contribuir com até 3.000 l/s, dando uma folga de cinco ou seis anos ao Sistema de Abastecimento de Florianópolis, Biguaçu, Santo Amaro, São José e, inclusive, Palhoça”, diz o engenheiro Joel Horstmann, superintendente Regional Metropolitano.
O uso de um maior volume de água do Rio Cubatão promete reduzir a dependência do Rio Pilões (Vargem do Braço), que é um manancial que sofre mais com as estiagens.
O investimento na ampliação do Sistema Integrado é de R$ 11 milhões. A meta é colocar o sistema em operação no primeiro semestre de 2021.