A Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) apresentou na noite desta quarta-feira (23) aos moradores da Lagoa da Conceição alternativas para disposição do efluente tratado do Sistema de Esgoto da Lagoa e seu retorno à natureza. No encontro, no Colégio da Lagoa, a comunidade participou ativamente.

Pelo menos 50 pessoas presentes tiveram espaço para conversar com os profissionais a gerente de Meio Ambiente e Recursos Hídricos Andreia Senna e o engenheiro Douglas Zimmermann e tirar dúvidas.
Morador da Costa da Lagoa há mais de três décadas, o de empresas João Wallig, 70 anos, soube da reunião pelos grupos de WhatsApp e resolveu conferir pessoalmente e se posicionar melhor sobre o assunto. “Conheço a Lagoa desde quando era transparente, quando ainda praticavam pesca submarina em suas águas bem claras. Meu coração sempre esteve aqui, apesar de morar em diferentes lugares, e agora pretendo ficar”, disse o , que está preocupado com a situação atual e com o futuro da Lagoa.
Ele presenciou o desastre do rompimento da barragem no início de 2021, que transformou o cenário e o dia a dia dos moradores. “Na época, além de todo prejuízo registrado, ficou na minha lembrança a cena de muitos peixes mortos”, comentou.
Participaram do debate integrantes da Associação de Moradores da Lagoa da Conceição, da UFSC e moradores. O vereador Renato Geske, o Renato da Farmácia, deu sua contribuição. “Existem muitas críticas e pouco conhecimento sobre o tema, por isso vim me inteirar, como morador da Lagoa e também como vereador. A principal reivindicação é que haja saneamento, e que atenda toda a localidade. Tem que ser rápido e estou aqui para saber de que forma será resolvido”, disse.
Demanda atendida 6x16
O vereador questionou por quanto tempo a estação proposta terá capacidade para atendera área. Andreia Senna afirmou que, caso seja necessário, será feita ampliação, uma ação mais rápida do que a criação de uma nova estação, e garante que o espaço pode comportar um possível aumento de demanda.
A Casan desenvolveu estudos baseados em práticas internacionais para possíveis melhorias no sistema que atende mais de 10 mil moradores. As ações integram o Plano de Recuperação Ambiental para a região, após o rompimento da lagoa de evapoinfiltração de efluentes em 25 de janeiro de 2021.
Reuso do efluente para fim não potável é um dos avanços 4e2k1u
Entre os avanços já implementados está a adaptação da estação para o processo terciário. Considerado um dos mais completos no campo do saneamento, o método é indicado para reuso em fins não potáveis. A Casan também apresentou a finalização do Muro Verde de contenção do talude, que garante a segurança da população e da lagoa. As alternativas para a nova disposição do efluente preveem áreas mais adequadas com as características físicas do solo, topografia, do lençol freático, uso e ocupação da região.
Lagoas Ameaçadas w6s45
Uma reportagem especial do ND+, lançada este mês, investigou a situação de sete lagoas da Ilha de Santa Catarina. Os problemas am por grave poluição, proliferação de espécie invasora e assoreamento. O raio-x escancara a pressão urbana desorganizada em meio ao vazio de leis, monitoramento e fiscalização para proteger os sistemas.