
A obra de um condomínio de luxo no Sambaqui, praia de Florianópolis, foi embargada por órgãos ambientais na quinta-feira (3). A fiscalização ocorreu após moradores denunciarem que a vegetação da encosta havia sido desmatada.
Fotos mostram que boa parte da vegetação da encosta havia sido desmatada e metade da construção já havia começado. A Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente) autuou a construção de alto padrão por crime ambiental.
Conforme a denúncia dos moradores, a lama gerada pela obra do condomínio de luxo— gerada após a retirada da mata nativa — escorreu para moradias do bairro e chegou até a praia.
“A construção irregular causou a supressão de mata nativa e, por consequência, deixou o solo desprotegido na região. Nesse cenário, nos dias de chuva, o solo começou a escorrer para áreas habitadas, chegando até a região de praia, segundo relatos dos moradores”, informou a nota da Floram.
Segundo o órgão, as infrações cometidas pela obra são consideradas “graves”. Conforme a fiscalização, a construção realizou o corte da vegetação sem autorização e a continuidade da obra ocorreu sem o licenciamento ambiental apropriado.
O que diz a empresa procurada pela reportagem h3v3c
O condomínio de luxo em questão é o Vistas Sambaqui. A reportagem entrou em contato com a empresa Cypra Home View SPE LTDA, que foi autuada e seria responsável pela construção do condomínio.
Em nota, a empresa informou que “o local escolhido para a construção não possui qualquer tipo de restrição ambiental que lhe inviabilize. Pelo contrário, a escolha levou em conta a menor interferência possível no imóvel. As edificações foram projetadas para ficarem bastante recuadas e preservarem integralmente as áreas de proteção permanente das imediações”.
A nota ainda segue explicando que “a obra é de porte modesto; consiste em 25 unidades, com áreas de aproximadamente 54 m2. Ocupa aproximadamente 7% do terreno, bem menos do que os 15% autorizados pelo Plano Diretor”.
De acordo com a Cypra Home View, a empresa ainda não teve o aos documentos da Floram sobre os motivos detalhados do embargo. Ainda assim, a construtora considera o embargo como uma providência normal, “tomada dentro da mais absoluta normalidade e está certa de que, após os esclarecimentos cabíveis, o órgão ambiental dará o encaminhamento mais adequado para a questão, culminando com a autorização de retomada da obra”.