O vírus H5N1, que provoca a influenza aviária, segue fazendo vítimas na Argentina. O mais recente alerta divulgado pela organização Wildlife Conservation Society (WCS) — Sociedade de Conservação da Vida Selvagem, em português — informa que mais de 17 mil filhotes de elefantes-marinhos-do-sul (Mirounga leonina) morreram apenas na Patagônia Argentina.

População de elefantes-marinhos 6p4035
O número relatado pela WCS representa a mortalidade de nada menos do que 95% dos filhotes nascidos na costa argentina em 2023.
“É o primeiro relato de mortalidade em massa de elefantes-marinhos naquela região, por qualquer causa, no último meio século. A visão desses animais encontrados mortos ou morrendo ao longo das praias de reprodução só pode ser descrita como apocalíptica. Esta mortandade em 2023 contrasta fortemente com os 18 mil filhotes nascidos e desmamados com sucesso em 2022”, relata Chris Walzer, diretor executivo de saúde da WCS.
Na América do Sul, estima-se que mais de 500 mil aves aquáticas morreram, além de 20 mil leões-marinhos: no Chile e no Peru (no Brasil também houve casos no Rio Grande do Sul).
Em território brasileiro, foram registrados 151 focos de gripe aviária, de acordo com a plataforma online do Ministério da Agricultura e Pecuária.
Alastramento da gripe aviária 4v6y3c
Segundo os especialistas da WCS, o temor é que a gripe aviária esteja sendo transmitida agora entre mamíferos, já que os filhotes de elefantes-marinhos em geral só estão em contato com as mães.
Originalmente, o H5N1 só infectava aves e em alguns casos, mamíferos que ingeriam pássaros doentes ou se contaminassem de alguma forma com restos de animais infectados.
Com este surto atual, a gripe aviária já foi registrada em várias espécies de mamíferos, entre elas, lobos e elefantes-marinhos, pinguins e até um urso polar, no Alasca.

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Segundo o diretor executivo de saúde da WCS, Chris Walzer, bastam gotículas ou fezes de animais infectados para uma nova infecção. Ainda, o contágio aumenta com a migrações das aves, que levam a doença para diferentes lugares.
“À medida que o vírus continua a espalhar-se pelas populações de mamíferos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou às autoridades de saúde pública para se prepararem para uma potencial propagação do H5N1 às pessoas. O valor “R zero” — ou o número de pessoas infectadas por uma única pessoa infectada — para COVID-19 inicialmente variou de 1,5 a 7. Para o H5N1 entre aves, é cerca de 100″, alerta o diretor da organização.
*Contém informações do portal Conexão Planeta