Ainda me lembro de como fiquei assustada quando o volume quatro da série “Fazendo Meu Filme” chegou pelos correios na minha casa. Eu nunca tinha lido um livro com mais de 600 páginas, mas, aos 15 anos encarei o maior desafio da minha vida literária até então, e terminei a leitura com um sentimento enorme de satisfação, afinal, o primeiro “calhamaço” a gente nunca esquece!

Depois dessa experiência, vários livros grandes, acima de 500 páginas, cruzaram minha jornada de leitora. Para minha sorte, todos foram incríveis! Mas entendo que os “calhamaços” podem ser apavorantes, principalmente para os leitores iniciantes.
O tempo de dedicação e o esforço necessários para terminar uma única obra até afastam algumas pessoas de obras mais densas. Porém, os “calhamaços” têm diferenciais que fazem valer a pena cada segundo de leitura: os autores têm mais espaço para ambientar o universo, desenvolver os personagens e resolver os conflitos.
Adotar algumas estratégias de leitura pode ajudar quem ainda não se aventurou em embarcar numa história tão grande. Veja algumas dicas:
Respeite o seu ritmo de leitura 1q769
Ao ler “calhamaços”, devemos esquecer aquela ânsia de terminar a obra o mais rápido possível. Ninguém é obrigado a finalizar uma leitura em dois ou três dias! Livros grandes demandam mais empenho, portanto, não se obrigue a correr pelas páginas. A melhor parte é absorver as informações aos poucos.
Dividir o livro em partes também ajuda. Você pode fragmentar a leitura em dias, semanas ou até meses. No entanto, é sempre bom lembrar que ler é um hábito que deve ser construído no cotidiano, por isso, tente dedicar um tempinho ao seu “calhamaço” diariamente.
Outra dica é intercalar a leitura de um livro grande com a de um livro pequeno. Isso vale principalmente para aqueles leitores que têm metas audaciosas e sentem que não podem ar tanto tempo na mesma história. Ou até mesmo para arejar a cabeça depois de ficar horas naquele universo.
Opte por edições confortáveis 6n1h5v
Livros grandes geralmente ganham edições belíssimas aqui no Brasil, com direito a capa dura, fitilho e material de apoio, especialmente os clássicos. Mas é praticamente impossível ler uma obra como “Os Miseráveis”, com suas mais de 1,5 mil páginas, em versão física, né?
A melhor alternativa para ler “calhamaços”, em minha opinião, é o leitor digital. O Kindle proporciona mais conforto e te ajuda a levar o livro para qualquer lugar. Também é possível fazer marcações para retornar a um ponto da história que talvez você tenha esquecido.
Mas eu sei que muitos ainda preferem o papel. Nesse caso, o ideal é escolher uma edição com páginas amareladas, que seja maleável, com diagramação espaçada e dividida em capítulos pequenos para facilitar o fluxo de leitura.
Entre “de cabeça” na história 4q2o57
Ler sobre a vida do autor e entender o momento histórico em que o livro foi escrito podem ampliar a experiência da leitura, assim como anotar os nomes de personagens, locais e acontecimentos mais importantes.
Discutir sobre o livro em clubes de leitura e fóruns online, e até mesmo assistir a vídeos sobre a história, também deixam o leitor mais empolgado. Pode-se, inclusive, definir metas conjuntas e comentar capítulo por capítulo.
Escolha bem por onde começar 2u214u
Segundo o Guinness Book, o livro mais longo do mundo tem mais de três mil páginas, mais de nove milhões de caracteres e 1,3 milhão de palavras. É “Em Busca do Tempo Perdido”, de Marcel Proust. Óbvio que nenhum leitor entra no “mundo dos calhamaços” com uma obra dessas. Existem opções bem menores e para todos os gostos.
Para os fãs de terror e suspense, uma sugestão é iniciar com os livros do Stephen King. O consagrado autor tem obras gigantes, como “It, a Coisa” e “A Dança da Morte”. Se você ainda não conhece a escrita de King, o melhor ainda é começar com um título menor, como os famosos “Misery” e “O Iluminado”.
Leitores de clássicos têm inúmeras possibilidades. Alguns livros são meta de vida de quase todos que gostam do gênero, como “Os Miseráveis”, de Victor Hugo, “O Conde de Monte Cristo”, de Alexandre Dumas, e “Anna Kariênina”, de Liev Tolstói. O meu favorito até agora foi “Jane Eyre”, de Charlotte Brönte, título que destaca uma personagem feminina forte e independente.
Livros grandes também são bem comuns na ficção científica. “Duna”, de Frank Herbet, por exemplo, tem mais de 600 páginas. Minha recomendação é ler a trilogia “Fundação”, do mestre Isaac Asimov. Estou roubando um pouco porque na verdade são três livros, mas existe uma edição única que é um verdadeiro “calhamaço”, com quase mil páginas.
Uma excelente pedido para quem se interessa por articulações políticas.