Uma geração de leitoras influenciada por Paula Pimenta 36312r

Ela gosta de finais felizes e cria personagens que facilmente poderiam ser a nossa melhor amiga. Seu sobrenome remete a uma comida bem picante, mas ela é extremamente doce. Paula Pimenta já estudou jornalismo, publicidade, música e até teatro, porém foi na escrita que encontrou sua verdadeira vocação e encantou uma geração inteira de leitoras.

A escritora mineira é, em parte, uma das responsáveis por esta coluna da Diversa+: foram os livros dela que me tornaram uma leitora apaixonada, ainda na adolescência. Depois de ar madrugadas devorando cada página da série “Fazendo meu filme” eu não parei mais de ler, sentimento que é compartilhado por muita gente.

A carreira de Paula Pimenta começou em 2001, com a publicação do livro de poemas “Confissões”. O sucesso editorial chegou alguns anos depois, com o lançamento do primeiro volume de “Fazendo meu filme”, a série mais aclamada pelos leitores e que traz muitos elementos da adolescência da própria autora.

A série tem quatro volumes e um “lado B” narrado por outro personagem. “Fazendo meu filme” conta a história de Fani, uma adolescente que ama cinema e ganha a chance de fazer um intercâmbio. Vamos acompanhar seu relacionamento com o melhor amigo (spoiler: e possível interesse amoroso) Leo, com a família e com os típicos desafios da adolescência. É uma obra sobre sonhos, expectativas, aventuras e descobertas.

Outros títulos vieram na sequência: uma obra de crônicas, uma série derivada de “Fazendo meu filme”, chamada “Minha vida fora de série”, histórias em quadrinhos, coletâneas de contos em colaboração com outros escritores e livros inspirados em princesas da Disney.

São livros voltados para o público adolescente, mas que encantam até mesmo os adultos e os transportam para uma viagem de volta ao ado. Paula desenvolveu personagens relacionáveis, que am por dramas, medos e experiências que todos viveram quando eram jovens.

As obras têm muitas referências à cultura pop, principalmente livros, filmes e séries. Em “Fazendo meu filme”, por exemplo, cada capítulo inicia com uma citação de alguma obra que a Paula adora (e a protagonista Fani também!). A autora ainda levou o mundo virtual para as páginas, com vários trechos de e-mails e trocas de mensagens (o livro é de 2008, quando as redes sociais ainda não “bombavam” tanto no Brasil).

Em minha opinião, a melhor parte da obra de Paula é a identificação que criamos com os personagens. São adolescentes brasileiros, com as mesmas referências que as nossas. Antes de conhecer a autora, eu lia apenas romances internacionais, baseados em situações que não eram próximas à minha realidade.

Para Paula, o maior triunfo de suas obras é formar novos leitores. Ela entende a importância dos livros clássicos, no entanto defende que os jovens devem ler o que gostam e se conectar com as histórias.

A narração única, sensível e ágil de Paula também deixa o leitor vidrado e apaixonado pelas histórias. Quando o livro termina, fica aquela sensação de saudade. Tenho muita vontade de reler, principalmente as séries, para reencontrar aqueles personagens que me trouxeram tanta alegria quando eu era adolescente.

Carinho com os leitores 134su

Tive o privilégio de conhecer Paula pessoalmente e até entrevistá-la para o jornal da faculdade, em 2017. Lembro que minhas mãos tremiam enquanto eu segurava o microfone, mas o carinho da autora foi me deixando cada vez mais tranquila.

Paula ama seus fãs e faz questão de demonstrar isso. Na entrevista, quando perguntei sobre o assunto, ela disse que é nos encontros com as fãs que sente, pela alegria e pelo entusiasmo, o retorno mais verdadeiro de como as pessoas gostam de seus livros.

A escritora conversa muito com as leitoras pelas redes sociais e até já fez intercâmbios com elas. Um deles foi para o Canadá, em 2016. Paula e as fãs foram para Toronto, cidade que o protagonista Rodrigo, de “Minha vida fora de série 4”, escolhe para viver seus sonhos. Ela e as meninas conheceram diversos locais que serviram de cenário para a história: as Cataratas do Niágara, a CN Tower e a Galeria de Arte de Ontário.

O que vem por aí 2f612w

O momento mais aguardado pelos fãs e pela própria Paula é o lançamento do filme baseado na sua série de maior sucesso. “Fazendo meu filme” deve sair ainda neste ano nos cinemas. A escritora participou das gravações e já adiantou que o elenco traduziu com maestria o sentimento dos personagens.

Outra adaptação, essa ainda em fase de produção, é a do conto “Um inverno inesquecível”, que faz parte da coletânea “Um ano inesquecível”, em parceria com as autoras Bruna Vieira, Thalita Rebouças e Babi Dewet. A obra será transformada em série pela Amazon Prime Video, com Maitê Padilha no papel principal.

Essa não será a primeira adaptação de um livro de Paula. “Cinderela Pop”, protagonizado por Maísa, foi lançado em 2019 e está disponível na Netflix. Na obra, acompanhamos a vida de Cíntia, uma menina de 19 anos que trabalha como DJ e sonha em viver um romance digno de filme. Como o nome já diz, o título é baseado na clássica história da Cinderela.

Já no mundo literário, Paula prometeu a publicação de “Minha vida fora de série 5”, que volta a ser narrado pela Priscila e se a em Nova Iorque. Segundo a autora, o processo de escrita está a todo vapor e a obra deve ser lançada antes do Natal.