Um cabo do Exército preso por apologia ao nazismo e propagar discurso de ódio teve a liberdade negada pelo TJSC (Tribunal de Justiça do Estado). O homem é parte do Primeiro Batalhão da Aviação do Exército em Santa Catarina e foi preso preventivamente em outubro de 2024.

A decisão unânime foi da Terceira Câmara Criminal, que negou o habeas corpus do cabo do Exército acusado pela “prática de preconceito racial, étnico, religioso e homofóbico, por intermédio da rede social Instagram e aplicativo Whatsapp, além de, em tese, distribuir e veicular símbolos, emblemas e propaganda contendo a cruz suástica, para fins de divulgação do nazismo”.
A defesa do cabo do exército argumentou que a prisão se baseou nas evidências encontradas no flagrante, que seriam “abstratas” e que não havia outros elementos para justificar que o homem representa risco para a ordem pública ou poderia interferir na investigação.
No entanto, o Tribunal negou os argumentos e disse que “a prisão cautelar do paciente é necessária para impedir que ele volte a cometer crimes. G., em tese, propaga ideias nazistas e discurso de ódio, além de facilitar a corrupção de menores, não apenas pelas redes sociais, mas também de forma presencial, razão pela qual qualquer das outras medidas cautelares não são suficientes no presente caso”.
Conforme o desembargador Ernani Guetten de Almeida, o fato do preso fazer parte das Forças Armadas evidencia os crimes.
FOTOS: Cabo do exército teria feito apologia ao nazismo nas redes sociais 4u4267
Na decisão, o desembargador citou as evidências encontradas de que o cabo do Exército em Santa Catarina fazia apologia ao nazismo e propagava discurso de ódio nas redes sociais.
Conforme o processo, o homem divulgou no Instagram uma foto com homens segurando uma faixa “Comunismo mata e destrói a todos”.
Na imagem, eles se posicionam atrás de outro cartaz escrito “Blood & Honor”, nome de um grupo supremacista branco, que possui na logo um fuzil, runas nórdicas e o sol negro — elementos usados por grupos extremistas para expressar racismo, supremacia branca e a defesa violenta contra minorias, segundo o Tribunal.
Uma segunda imagem mostra o cabo do Exército com outro homem em frente à cartazes com a suástica e o sol negro. Em uma terceira foto do inquérito, que não foi divulgada, o preso aparece sem camisa com uma tatuagem do número “88”, que é um código numérico utilizado para representar a saudação nazista “Heil Hitler” (já que letra H é a oitava do alfabeto).
Conforme a investigação, outra imagem mostra um evento feito em uma chácara na cidade de Campinas/SP, com o objetivo de comemorar o aniversário de Adolf Hitler. Na foto, o cabo do exército tira uma foto com um bolo decorado uma a suástica confeccionado pelo grupo, de ao menos 15 pessoas.