É mais que preocupante, é assustador! Em menos de um mês o Brasil se deparou com notícias estarrecedoras de violência contra mulheres – sem contar as que não ganharam repercussão nacional.
Antes que pudéssemos assimilar os casos de gravidez por estupro da menina de 11 anos e da atriz Klara Castanho, nessa segunda-feira (11) o país se deparou com a triste notícia de que mulheres foram estupradas durante o parto pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra.

Enfermeiras do Hospital da Mulher Heloneida Studart, na Baixada Fluminense (RJ), já estavam desconfiadas da postura do médico e decidiram filmá-lo. Foi quando flagraram ele abusando sexualmente da paciente enquanto ela estava sedada durante o parto cesariana.
O “ódio” às mulheres, escancarado com tantas violências, está cada dia mais exposto não só no Brasil, mas em 75 países que correspondem a 80% da população mundial. Nesses lugares, quase 90% das pessoas demonstram preconceito em relação à igualdade de gênero – os dados são do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDP, na sigla original), de 2020.
A pesquisa aponta que 91% dos homens e 86% das próprias mulheres demonstram misoginia (termo que se refere ao ódio ou aversão às mulheres). Um exemplo: metade dos entrevistados consideram os homens mais competentes como líderes políticos.

Mulheres ainda enfrentam ‘teto de vidro’ que as impede de assumir posições de alta liderança g2r3c
Os números ajudam a mostrar por que todos os dias nos deparamos com notícias de violência contra mulheres. Essas violências ganham o noticiário, repercutem, mas nada muda – 30% dos entrevistados, entre homens e mulheres, acham aceitável o homem bater na esposa ou companheira.
É preciso mais que coragem 1z4b4c
A atuação das enfermeiras na denúncia dos estupros cometidos pelo anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi fundamental e exigiu mais que coragem: foi preciso persistência e empatia com as pacientes.
Quem é mulher sabe! Sabe identificar o olhar de medo durante a espera de um ônibus ou carro de aplicativo, o alívio quando há um lugar vago próximo a outras mulheres, ou quando a motorista também é mulher.
As enfermeiras notaram não só a vulnerabilidade que o médico colocava suas pacientes, como também o comportamento abusador do anestesista.
O que a vida espera das mulheres é mais do que coragem, é um olhar atento para que nenhum direito nosso seja retirado. Para que juntas possamos evitar novas violências e buscar justiça pelas agressões que já foram cometidas.
O que a vida espera das mulheres é mais do que coragem, é uma força sobrenatural que já buscamos todos os dias para lutarmos por espaços de igualdade na política, na educação, no trabalho e, principalmente, no direito sobre nossos próprios corpos.
Vamos juntas!