O MPRN (Ministério Público do Rio Grande do Norte) cumpre, nesta terça-feira (14), mandados contra um grupo suspeito de usar compra de imóveis, fazendas, rebanhos bovinos e até igrejas para lavar dinheiro do tráfico de drogas. Em Balneário Camboriú, Litoral Norte de Santa Catarina, o cumprimento dos mandados tem apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Ao todo, são sete mandados de prisão e outros 43 de busca e apreensão cumpridos nas cidades potiguares de Natal, Jardim de Piranhas, Parnamirim, Caicó, Assu e Messias Targino. Houve ainda cumprimento de mandados nas cidades paulistas de São Paulo, Araçatuba, Itu, Sorocaba, Tremembé, Votorantim e Araçoiaba da Serra; em Brasília/DF, Fortaleza/CE, Balneário Camboriú/SC, Picuí/PB, Espinosa/MG e em Serra do Ramalho e Urandi, ambas na Bahia.
O grupo teria lavado mais de R$ 23 milhões em mais de 20 anos de atuação. O dinheiro vinha do tráfico de drogas e de integrantes de facção criminosa, e era lavado pelo grupo usando o nome de laranjas. A liderança do esquema vinha de dentro da Penitenciária Federal de Brasília.
As investigações iniciaram em 2019. Além dos mandados de prisão e de busca e apreensão, houve a retenção de aporte de um dos investigados e oito pessoas arão a ter monitoramento eletrônico por tornozeleira. A Justiça determinou o bloqueio e indisponibilidade de bens até o limite de R$ 23.417.243,37 relacionados a 28 contas bancárias dos suspeitos.
A pedido do MPRN, além do bloqueio de contas bancárias, a Justiça também determinou o bloqueio de bens e imóveis, a indisponibilidade de veículos e a proibição da venda de rebanhos bovinos. Todo o material apreendido será analisado pelo MPRN para apurar se há envolvimento de outras pessoas nos crimes.