Aos poucos a Polícia Civil de Brusque começa a esclarecer as circunstâncias do assassinato de Rosângela Aparecida de Oliveira, 34 anos. Conforme o delegado Matusalém Júnior de Morais Machado, acredita-se que a mulher, mãe de dois filhos, foi morta enquanto dormia.

O principal suspeito é o namorado dela, que foi preso preventivamente e nega ter cometido o homicídio. Embora nem todos os laudos perícias estejam prontos, as autoridades dizem que já é possível entender um pouco a dinâmica do crime:
“O sujeito teria pulado o muro da casa da vítima e a porta estava trancada. Ele quebrou os para-brisas dianteiro e traseiro do carro dela para tentar achar a chave, mas não localizou. Então arrombou a porta e possivelmente pegou uma faca da cozinha. Ao que tudo indica, ele a esfaqueou enquanto ela dormia”, aponta Matusalém.
O filho mais velho de Rosângela chegou a lutar com o agressor ao flagrar o crime e levou um soco do assassino, que fugiu na sequência. O adolescente de 14 anos pediu ajuda aos vizinhos, que chamaram a polícia e os bombeiros. Também foi o garoto que indicou o endereço do suspeito, no bairro Souza Cruz, onde o homem de 26 foi preso em flagrante.
A arma usada pelo criminoso foi encontrada debaixo do corpo da vítima. De acordo com os bombeiros, a mulher foi golpeada nas costas e pescoço.

Suspeito nega o crime 263e7
Em depoimento à Polícia Civil, o homem negou o crime. Ele disse que não esteve com a mulher nos últimos dias, que ou a noite em uma confraternização em São João Batista e depois voltou para casa, quando encontrou o imóvel em chamas e ficou no local até o momento da prisão.
Porém, segundo Matusalém, câmeras de segurança da rua onde a vítima morava, no bairro Dom Joaquim, mostraram o homem chegando e saindo da casa na manhã desta quarta-feira (30), quando ocorreu o homicídio.
“Nas imagens a gente pode ver que ele está sem camisa e com um tênis azul, que foi encontrado e apreendido lá na casa dele que pegou fogo, com manchas de sangue. Todo o trajeto que ele fez na rua tem manchas de sangue”, afirma o responsável pela investigação.
Um amigo de Rosângela, ouvido pela polícia, contou que estava com a mulher em uma casa noturna na madrugada que antecedeu o crime. Ele contou que os dois se encontraram no estabelecimento e a vítima teria dito que estava sendo perseguida pelo agressor e pediu que ele ficasse perto dela por segurança.
Os amigos teriam deixado o local por volta das 4h, quando viram o suspeito do crime pela última vez na boate bastante alcoolizado, de acordo com informações adas ao delegado. Rosângela e o colega teriam ido buscar comida e após isso ela teria voltado sozinha para casa. Por volta das 5h10, a vítima teria enviado uma mensagem para falar que foi agredida. A partir daí, ainda não está claro o que ocorreu:
“Ainda não sabemos o que exatamente aconteceu, onde eles brigaram, se eles realmente se encontraram, se ela esteve na casa dele”, diz o delegado.
Vizinhos do suspeito contaram que o homem disse que a casa dele tinha sido incendiada por Rosângela e teria deixado o local afirmado que a mataria. Entretanto, a polícia afirma que não há qualquer indício que comprove a afirmação.

“Testemunhas dizem que ela estava numa boate até determinada hora, saiu para comprar lanche e depois foi para casa. E não tem testemunhas que viram ela no local que pegou fogo. Quem disse isso foi ele. Só que aqui no depoimento na delegacia ele falou outra versão. Contou que chegou de uma confraternização em São João Batista, a casa estava pegando fogo e ficou lá até ser preso, que não tinha visto ela, o que não se sustenta”, aponta Matusalém.
O histórico do casal x1m5w
Segundo apurou a polícia, o relacionamento do casal durou cerca de cinco meses. Os dois chegaram a morar juntos, mas atualmente viviam em casas separadas. Para o delegado, ainda não está claro se a relação havia terminado.
Não há Boletins de Ocorrência registrados por Rosângela contra o então namorado. Ele, por sua vez, tem antecedentes criminais. Uma das agens pela polícia, inclusive, trata de uma agressão cometida por ele contra uma vizinha.
O homem, que não teve o nome divulgado pela polícia em virtude da lei de abuso de autoridade, será indicado pelo crime de feminicídio.