Ministro do STF estende inquérito que investiga Bolsonaro; entenda o caso 324y6b

Chefe do executivo é acusado de disseminar fake news em lives

Após pedido da Polícia Federal (PF), o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, decidiu prorrogar o inquérito que investiga a associação feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) entre a vacina contra a Covid-19 e a infecção do vírus da Aids.

Presidente Jair Bolsonaro (PL) associou entre vacina da Covid-19 com o vírus da Aids – Foto: Alan Santos /Divulgação/NDPresidente Jair Bolsonaro (PL) associou entre vacina da Covid-19 com o vírus da Aids – Foto: Alan Santos /Divulgação/ND

A vice-procuradora-geral da república, Lindôra Maria Araújo, também se manifestou favorável à prorrogação das investigações contra o chefe do executivo. As informações são do portal Metrópoles.

“Cumpre destacar que as diligências supradescritas são relevantes para subsidiar a análise e deliberação pela procuradoria-geral da república, visto que proporcionarão melhor detalhamento sobre o cenário fático e suas circunstâncias, notadamente com as razões e eventuais novos elementos de prova a serem apresentados pelo Presidente da República a respeito dos fatos investigados”, escreveu Lindôra.

Em agosto deste ano, a delegada da PF Lorena Lima Nascimento, pediu ao ministro Moraes autorização para ouvir Bolsonaro no inquérito.

De acordo com relatório da Polícia Federal, enviado ao STF, a apuração já encontrou indícios de que o chefe do executivo federal e um de seus auxiliares teriam cometido, no dia 21 de outubro de 2021, crimes durante transmissão pelas redes sociais. Tal momento, seria quando teriam propagado informações enganosas sobre a associação entre vacinação e infecção pela Aids.

Na ocasião, o presidente também sugeriu que o uso de máscaras está ligado às mortes pela gripe espanhola.

Em uma hipótese criminal preliminar, os investigadores afirmam, em argumentação enviada a Moraes, que “o presidente Jair Bolsonaro (…) teria supostamente disseminado desinformações durante a pandemia (fake News), ao afirmar que ‘relatórios do governo do Reino Unido mostram que pessoas totalmente vacinadas contra a Covid-19 estariam desenvolvendo Aids muito mais rápido que o previsto’”.

Os agentes alegam também, que Bolsonaro usou estudo do médico imunologista norte-americano Anthony Fauci, chefe do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niadi), dos Estados Unidos, para dizer que “a maioria das vítimas da gripe espanhola não morreu de gripe de espanhola, mas de pneumonia bacteriana causada pelo uso de máscara”.

Para a Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, “de forma livre, voluntária e consciente, acrescentou dados e informações inverídicas ao conteúdo das publicações utilizadas como fontes para a produção do material da live presidencial” e levou Bolsonaro a divulgar a desinformação.

Segundo o relatório, Bolsonaro, “de forma livre, voluntaria e consciente, propagou as informações inverídicas produzidas por Mauro Cid, disseminando discurso capaz de provocar alarma aos seus expectadores, além de promover o desestímulo ao uso obrigatório de máscaras”.

Entre os “supostos crimes” cometidos pelo presidente da República, a PF cita “provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto”, que prevê pena de prisão de 15 dias a 6 meses e multa; e também “incitar, publicamente, a prática de crime” ao desencorajar seu público a usar a máscara, que era de uso obrigatório na ocasião. Esse último prevê pena de prisão de três a seis meses, ou multa.

O documento traz o depoimento de Mauro Cid, que apresentou artigos científicos e reportagens como fontes das informações. Segundo a Policia Federal, o ajudante de ordens distorceu e modificou os dados.

Próximos os do inquérito 5sw5k

Caberá ao ministro e relator deste inquérito Alexandre de Moraes, decidir  se a PF poderá ou não tomar o depoimento de Bolsonaro.

Participe do grupo e receba as principais notícias
na palma da sua mão.
Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os
termos de uso e privacidade do WhatsApp.