Justiça obriga Balneário Camboriú a despoluir rio Marambaia com risco de multa milionária 4e6b3h

Tribunal afirma que urbanização não elimina obrigação de proteger áreas de preservação no rio Marambaia 4a3a5o

Rio Marambaia, em Balneário CamboriúJustiça obriga Balneário Camboriú a despoluir rio Marambaia sob pena de multa milionária – Foto: PMBC/Divulgação

Uma decisão da Justiça Federal, assinada no último dia 15 de abril pelo Juiz Federal André Luís Charan, determina a Balneário Camboriú, Litoral Norte de Santa Catarina, ações concretas para a recuperação ambiental e a despoluição do rio Marambaia e suas margens.

A sentença, resultado de uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF), impõe uma série de obrigações ao Município e estabelece a responsabilidade solidária da União em parte dos custos.

Conforme a sentença, o rio Marambaia é considerado um rio, e não outro tipo de curso d’água, aplicando-se a ele a legislação federal, como o Código Florestal, e que suas margens constituem Áreas de Preservação Permanente (APPs), cujos limites devem ser respeitados mesmo em áreas urbanas.

Inicialmente, em 2015, uma sentença de primeira instância havia negado a maioria dos pedidos do MPF, sob o argumento de que a área era urbana consolidada e a recuperação não seria significativa.

Justiça Federal reforma decisão sobre rio Marambaia 1e8w

No entanto, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) reformou essa decisão, reafirmando que o fato dos terrenos estarem em área urbana consolidada não descaracteriza a APP, nem autoriza a concessão de licenças, pois “não há direito adquirido a poluir ou degradar”.

A Justiça Federal proibiu a emissão de novas autorizações para uso ou intervenção nas margens do rio sem o recuo legal. Além disso, determinou que o Município de Balneário Camboriú apresente um Projeto de Recuperação da Área Degradada (PRAD) para o Rio Marambaia, incluindo a despoluição de suas águas e o levantamento de imóveis não ligados à rede de esgoto que despejam diretamente no rio.

Justiça Federal reforma decisão sobre rio Marambaia – Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4Justiça Federal reforma decisão sobre rio Marambaia – Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4

Segundo a Justiça, o PRAD deve ser apresentado em 120 dias e submetido a aprovação dos órgãos ambientais competentes em 60 dias. O prazo inicial para conclusão da execução é de 1 ano, podendo ser revisto. Os avanços e cumprimento do cronograma devem ser comprovados a cada 60 dias.

Balneário Camboriú poderá pagar multas caso não cumpra as sentenças; veja valores: b3i48

Uma multa de R$ 1 milhão foi fixada caso o município não apresente o projeto do PRAD, seguida por uma multa diária de R$ 10 mil para cada dia de atraso na entrega do documento.

Além disso, outra multa de R$ 1 milhão foi fixada em caso de descumprimento do início da execução do projeto em 60 dias após a aprovação do órgão ambiental, seguido por R$ 10 mil para cada dia de atraso no início da obra.

Por fim, foi fixada uma multa diária de R$ 10 mil caso não sejam prestadas informações sobre o andamento da execução do projeto a cada 60 dias.

Balneário Camboriú poderá pagar multas caso não cumpra as sentenças – Foto: Reprodução/NDTVBalneário Camboriú poderá pagar multas caso não cumpra as sentenças – Foto: Reprodução/NDTV

O que diz Balneário Camboriú sobre caso do rio Marambaia 4w5a3r

Por meio da Secretaria de Meio Ambiente e da Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMASA), a Prefeitura de Balneário Camboriú afirmou estar atuando para cumprir a decisão judicial transitada em julgado.

Segundo o município, sentença estabelece responsabilidades distintas aos entes envolvidos:

  • EMASA: elaboração do (PRAD), voltado ao controle do lançamento irregular de esgoto e à despoluição do canal;
  • Secretaria do Meio Ambiente: proteção e reconstituição da mata ciliar e demais áreas de preservação permanente.

Município afirma estar dentro do prazo estabelecido pela Justiça 3518f

A prefeitura reforça que está dentro do prazo judicial de 120 dias para entrega do plano de trabalho. Entre as ações em andamento, está a intensificação do programa “Se Liga na Rede”, que mapeia e regulariza ligações clandestinas de esgoto.

Além disso, também é feita a avaliação de tecnologias complementares para acelerar o processo de despoluição, considerando as especificidades técnicas e econômicas do Canal do Marambaia.

Paralelamente, a EMASA também está desenvolvendo indicadores de desempenho que permitirão mensurar os impactos das intervenções.

O que diz Balneário Camboriú sobre caso do rio Marambaia – Foto: Divulgação PMBC/NDO que diz Balneário Camboriú sobre caso do rio Marambaia – Foto: Divulgação PMBC/ND

Já a Secretaria do Meio Ambiente está atuando na elaboração das ações que lhe cabem conforme a sentença, especialmente no que se refere à recomposição da vegetação das margens e na proteção das áreas de preservação permanente. A pasta segue em fase de estudos e definição técnica das medidas que comporão o plano.

A União responderá solidariamente pelas despesas necessárias à elaboração e execução do plano de recuperação da área degradada do rio Marambaia.

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