O judiciário brasileiro vive um dia histórico. Edilene Lobo tomou posse nesta terça-feira (8), no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e se tornou a primeira ministra negra a ocupar uma cadeira na corte. Ela assume a vaga de ministra substituta deixada por André Ramos Tavares, que se tornou titular do tribunal em 30 de maio deste ano.

A cerimônia de posse de Edilene como ministra no TSE aconteceu no final da tarde desta terça (8), no gabinete da presidência da corte, em Brasília. Ela foi empossada antes mesmo da sessão do plenário, com participação restrita a convidados. As informações são do portal R7.
Edilene Lobo foi a escolhida em votação unânime da lista tríplice referendada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que ainda tinha os nomes de Daniela Lima de Andrade Borges e Marilda de Paula Silveira. Em 27 de junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou sua nomeação como ministra.

Quem é a primeira ministra negra do TSE 4e134y
Edilene Lobo é mineira, doutora em direito pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Minas Gerais e mestre em direito pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). A nova ministra substituta também é professora do curso de direito da Universidade de Itaúna. Além disso, Edilene atua como docente convidada da pós-graduação em direito eleitoral da PUC Minas Virtual.
Representatividade nos poderes 4fs52
A posse de Edilene traz luz sobre a presença de minorias em cargos de alto escalão, como o TSE. Outra nomeação bastante discutida e que é vista por muitos como uma chance de dar voz a mulheres negras, é a escolha de mais um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
Em outubro, a ministra Rosa Weber se aposenta da suprema corte, e o presidente Lula terá que indicar um segundo nome ao STF após a posse de Cristiano Zanin. Em 132 anos de Supremo, nunca uma mulher negra ocupou uma cadeira na instituição.

Segundo a ministra Cármen Lúcia, não há razão para que esta indicação não seja de uma mulher negra. “Talvez já tenha ado muito da hora de ter [uma mulher negra]. Você vê que vem desde muito o preconceito cortando vidas profissionais que poderiam trazer um enorme benefício para a sociedade brasileira” afirmou, ainda em junho, ao portal UOL.
Na lista de cotadas para a vaga até o momento, estão a ministra do TST (Tribunal Superior do Trabalho) Katia Arruda, a ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Regina Helena Costa e as advogadas Carol Proner e Dora Cavalcanti. Todas são brancas.