A Prefeitura de Presidente Getúlio, no Alto Vale do Itajaí, se posicionou após o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) deflagrar a Operação Gabarito, que apreendeu documentos na sede do poder público municipal e que ouviu pessoas nesta quarta-feira (8), no Alto Vale do Itajaí. O processo corre em segredo de justiça.

Em entrevista à reportagem do ND+, o prefeito de Presidente Getúlio, Nelson Virtuoso (MDB), contou de que forma a operação aconteceu.
“Eles vieram ontem de manhã e pediram documentos sobre o concurso e abrimos as portas da prefeitura para eles. Eles ficaram até meio-dia na prefeitura e de tarde algumas pessoas foram ouvidas, mas não tenho mais informações de quem eram e o que aconteceu depois disso”, afirma.
Conforme Virtuoso, uma reunião com o setor jurídico da prefeitura irá alinhar os próximos procedimentos a serem adotados pelo município. “Um dos nossos advogados estava no hospital, outra jurídica nossa estava em um curso em Florianópolis e hoje que a gente vai tentar entender tudo”, disse.
Questionado, Nelson Virtuoso negou conhecer o ex-secretário municipal de Serviços Públicos de Tubarão, Douglas Antunes, proprietário da empresa licitada para fazer o certame. Antunes também foi alvo da Operação Gabarito, que fez buscas no prédio da Prefeitura de Tubarão, nesta quarta-feira (8). Ele acabou exonerado do cargo em seguida.
“Eu nunca vi ele. Nós temos nosso setor de licitações e fizemos todo o procedimento por este setor. O que eu sei é que no dia que foi feita a licitação veio mais empresas interessadas, pois havia mais de 1,8 mil candidatos. (…) Aí foram baixando o preço, baixando o preço e aí ganhou ela que tinha o menor preço. Até achei isso estranho, pois a gente imaginou que um concurso desses poderia custar entre R$ 50 a 60 mil, ou de R$ 30 a 50 mil e no fim saiu por um valor de cerca de R$ 6 mil. Ficou um absurdo”, comenta o prefeito.
Virtuoso considera que o valor abaixo do comum também pode ter levantado a suspeita do Ministério Público para investigar o concurso. O órgão afirma que a Prefeitura suspendeu a nomeação de novos candidatos classificados no certame, realizado em 2022, a pedido do MP.
“A gente disponibilizou todas as informações possíveis ao Ministério Público e tendo algo ilícito, iremos tomar as providências”, finalizou o prefeito.
Ao ND+, a assessoria de comunicação do MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) comunicou que não houve nesta quinta-feira (9) novos desdobramentos da operação, que corre em sigilo. Ao todo foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão em repartições públicas e em endereços ligados aos investigados nas cidades de Presidente Getúlio, Ibirama e Tubarão. Não houve prisões.
Nota de esclarecimento 1y4p4n
Sobre o tema, a Prefeitura de Presidente Getúlio ainda se pronunciou oficialmente por meio de uma nota. Confira:
A Prefeitura de Presidente Getúlio esclarece que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), realizou na manhã desta quarta-feira(08), a busca de documentos na sede da istração Municipal, acerca do concurso público realizado em 2022.
O município contratou empresa por licitação menor preço. Participaram sete empresas sendo uma delas a vencedora, a que aplicou o concurso. A Prefeitura disponibilizou o edital de contratação da empresa vencedora do certame.
O procedimento ainda corre em segredo de justiça e não há mais informações.