Acontece nesta quarta-feira (19), a análise do recurso apresentado pelos advogados de Jair Bolsonaro (PL) e do ex-ministro, Braga Netto, para afastar Flávio Dino, Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes do julgamento de Bolsonaro e outras sete pessoas por tentativa de Golpe de Estado em 2022. A votação ocorre no plenário virtual do STF (Supremo Tribunal Federal) até às 23h50 do dia 20 de março.

“Diante da excepcional urgência caracterizada no presente caso, determino a inclusão do processo em sessão virtual extraordinária do Plenário desta Corte, com início às 11h do dia 19.03.2025 e término às 23h59 do dia 20.03.2025″, disse o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, nesta segunda-feira (17).
Em 18 de fevereiro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou ao STF denúncia contra o ex-presidente e outras 33 pessoas por tentativa de Golpe de Estado e outros crimes, cometidos após as eleições de 2022.
Do que ministros do STF são acusados? 6o2r29
Os advogados do ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), e do ex-ministro e candidato a vice na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022, Walter Braga Netto, alegam que os três ministros do STF não teriam isonomia para julgar os envolvidos no caso.
O afastamento de Dino e Zanin foram solicitados pela defesa do ex-presidente. Coube aos advogados de Braga Netto solicitarem a remoção de Alexandre de Moraes e também de Flávio Dino, do julgamento de Bolsonaro e dos outros acusados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por tentativa de Golpe de Estado.

Em fevereiro, Barroso afirmou que não havia qualquer impeditivo para atuação dos magistrados no julgamento de Bolsonaro, mas as defesas ingressaram com recurso. Os advogados do ex-presidente alegam que Zanin foi advogado de Lula e que ingressou com ações contra a chapa de Bolsonaro em 2022, antes de assumir a cadeira na Corte.
Quanto ao ministro Flávio Dino, a defesa alega que enquanto era governador do Maranhão, Dino ingressou com uma ação contra Bolsonaro. Sobre a atuação de Alexandre de Moraes, os advogados de Braga Netto afirmam que a delação de Mauro Cid evidenciou “parcialidades” do ministro.
Quando ocorre o julgamento de Bolsonaro? 232z17
O ministro Cristiano Zanin marcou para 25 e 26 de março o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras sete pessoas. Zanin é o presidente da Primeira Turma, responsável pelo julgamento. Os trabalhos ocorrem em três sessões: duas no dia 25, às 9h30 e às 14h, e a terceira no dia 26, às 9h30.
Segundo a defesa de Bolsonaro, o ex-presidente “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”.

Bolsonaro foi denunciado pelos seguintes crimes:
- Liderar organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
- Deterioração de patrimônio tombado.
Caso a denúncia seja aceita pelo STF, os denunciados se tornam réus e am a responder penalmente pelas ações na corte. Então, os processos seguem para a fase de instrução, composta por diversos procedimentos para investigar tudo o que aconteceu e a participação de cada um dos envolvidos no caso.
Depoimentos, dados e interrogatórios serão coletados neste momento. Depois, o ministro responsável pelo caso produz um relatório. Na sequência, a Primeira Turma julga se condena os denunciados pela PGR.