O MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) requereu, no final da tarde desta quarta-feira (7), e a Justiça concedeu a revogação da prisão preventiva de Zulmar Schiestl, de 44 anos. Ele é marido de Rozalba Maria Grime, de 26 anos, acusada de matar a grávida em Canelinha.
O crime foi praticado com intuito de roubar o bebê da vítima, que estava grávida de 36 semanas. Ela teve o ventre aberto e o bebê arrancado, morrendo em decorrência de hemorragia.
O pedido de soltura foi feito após a analise de áudios e trocas de mensagens que foram extraídas dos aparelhos celulares apreendidos e periciados pelo IGP (Instituto Geral de Perícias).

As novas provas foram analisadas nesta semana tanto pelos promotores de Justiça quanto pelos policiais civis que atuam no caso. Para os promotores Mirela Dutra Alberton e Alexandre Carrinho Muniz, as novas evidências mostram que Rozalba “enganou” Zulmar o tempo todo.
Segundo o Ministério Público, a acusada se aproveitava que o marido trabalhava em outra cidade e assim conseguia manipular a situação. Zulmar “acreditava piamente na falsa gravidez” da mulher, conforme o órgão. Quanto ao dia do crime, Rozalba também teria dado falsas informações ao marido.
“Estamos perseguindo a justiça. A tarefa do MP no processo penal é descobrir a verdade, não é a de ceder a qualquer pressão, seja econômica, política e tampouco social. O que o MP faz é atuar nos casos da maneira mais justa possível, evitando-se que pessoas que não têm relação com o crime possam ser liberadas. Aliás, essa é a razão maior de existir o MP como titular da ação penal”, explicam os Promotores de Justiça que atuam no caso.
Retirada de denúncia contra Zulmar 36f2
Zulmar foi preso em flagrante com Rozalba assim que o crime foi descoberto. O flagrante logo foi convertido em prisão preventiva, para que as provas do homicídio não fossem destruídas. A mulher havia levado para casa as roupas da vítima, que agora se sabe que o marido acreditava serem de uma amiga da esposa.

Se nenhum outro elemento surgir no decorrer do processo, o homem também deve ser excluído da denúncia apresentada pelo MP pela possível prática dos crimes de feminicídio, tentativa de homicídio, parto suposto, subtração de incapaz e ocultação de cadáver.
Na ação penal, que já foi recebida pelo Judiciário, o MPSC requer que os denunciados sejam submetidos ao julgamento do Tribunal do Júri da comarca de Tijucas.
Segundo as provas do inquérito policial, no dia 27 de agosto Rozalba levou a vítima para um local ermo, supostamente para participar de um chá de bebê surpresa, onde a golpeou com um tijolo e provocou seu desmaio.
Em seguida, ela usou um estilete para realizar, de forma precária, o parto. A hemorragia do ferimento causou a morte da vítima.
Em seguida, a denunciada se encontrou com o companheiro e foi até o Hospital de Canelinha, onde informou que o filho da vítima era seu e que fizera o parto em via pública, solicitando ajuda no pós-parto.
A equipe do hospital que atendeu a demanda percebeu que as informações eram controversas e acionou a Polícia Militar, que constatou o crime. O bebê foi encaminhado ao Hospital Infantil de Florianópolis e, após a alta, foi entregue ao pai.
A reportagem do ND+ não localizou a defesa de Zulmar Schiestl até a atualização da matéria. O espaço está aberto.