Pela primeira vez, após a condenação de Robinho a nove anos de prisão por estupro, a vítima do caso falou sobre a vitória na corte e pede que as mulheres não tenham medo de denunciar qualquer violência.

Para o UOL ela declarou o que sentiu durante as audiências, que se estenderam desde 2013 até a sentença final, na ultima quarta-feira (19). Sem se identificar, R. pediu que as mulheres se sintam seguras e não se calem.
“Mulheres, denunciem, não tenham medo de seus agressores porque diante de cada agressor há outras dez pessoas boas prontas a te ajudar: um amigo, um familiar, um policial competente, um juiz, mas, sobretudo, a Justiça”, disse a albanesa
Apesar da vitória nos tribunais, a vítima afirma que nenhuma condenação vai apagar os traumas que o crime deixou na sua vida. Porém, ela espera usar esse momento para libertar outras mulheres e incentivar que outras vítimas tenham coragem de expor seus casos.
“Mesmo que a Justiça não seja totalmente reconfortante, porque nunca pagará a dor, a raiva ou fará você voltar a ser a pessoa que era antes, ela será reconfortante para outra mulher. Só denunciando podemos evitar que isso volte a acontecer”, afirma R.
Entenda o caso 5n2h5g
A justiça italiana confirmou a condenação do atacante e de seu amigo, Ricardo Falco. Os dois faziam parte de um grupo que tinha, ainda, outros quatro brasileiros, todos acusados de violentar sexualmente a jovem que, na época, comemorava seu aniversário de 23 anos na boate Sio Café.
A Corte de Cassação de Roma confirmou nesta quarta-feira (19) a condenação ao rejeitar o recurso apresentado pelos dois. Após anos e muitas tentativas de recursos, a sentença, agora, é definitiva e a pena deve ser publicada em 30 dias e seu cumprimento é imediato.
A juíza italiana sca Vitale, que presidiu o julgamento em segunda instância ressaltou que “a vítima foi humilhada e usada pelo jogador e seus amigos para satisfazer seus instintos sexuais. O fato é extremamente grave pela modalidade, número de pessoas envolvidas e o particular desprezo manifestado no confronto da vítima, que foi brutalmente humilhada e usada para o próprio prazer pessoal”, escreveu na decisão.
Com a condenação, a justiça italiana poderá pedir a extradição de Robinho e Falco, mas dificilmente eles serão mandados para a Itália, pois a Constituição veta a extradição de brasileiros.
Desta forma, a Itália poderá pedir que eles cumpram as penas em uma penitenciária brasileira.