O que fazer para o saneamento de Santa Catarina deixar de ser uma vergonha; entenda 4k2k1m

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Sete em cada dez catarinenses não têm rede coletora de esgoto

Os números do SNIS (Sistema Nacional de Informações do Saneamento) que foram apresentados nas últimas semanas mostram que 7 em cada 10 catarinenses não têm rede coletora de esgoto. São dados que expõem o quanto é preciso avançar.

Estação de tratamento Casan Florianópolis – Foto: Divulgação/NDEstação de tratamento Casan Florianópolis – Foto: Divulgação/ND

Desde dezembro as plataformas do Grupo ND têm apresentado dados e cobrado ações das autoridades. Para essa última edição, gestores do saneamento foram acionados. O Ministério Público do Estado e o Ministério Público Federal não quiseram participar e abriram mão do espaço para se manifestar sobre o assunto. Confira a manifestação dos outros órgãos contatados pela equipe de reportagem.

Topázio Neto – Foto: Leo Munhoz/NDTopázio Neto – Foto: Leo Munhoz/ND

Topázio Neto

Prefeito de Florianópolis

Parar de focar só no problema e começar a trabalhar na solução. Esse é o primeiro o para mudarmos o cenário atual. Saneamento básico é um desafio complexo, pois depende de vários agentes. Do poder público, que precisa investir em expansão de rede de tratamento de esgoto, e estamos fazendo isso com o Pacto pelo Saneamento que lançamos na semana anterior. E também do cidadão, que muitas vezes tem a rede ando na sua rua, mas não ligou a sua casa, despejando os efluentes sem qualquer tratamento na natureza. Então, sendo bem direto, o que precisamos para mudar o cenário atual do saneamento é um Pacto entre todos os agentes do nosso Estado.

Paulo Canalles – Foto: Divulgação/Tubarão SaneamentoPaulo Canalles – Foto: Divulgação/Tubarão Saneamento

Paulo Canalles

Presidente do Sindesc (Sindicato das Empresas Operadoras e Concessionárias de Saneamento no Estado de Santa Catarina)

Quando a pauta é infraestrutura no Brasil, o setor de saneamento básico é apontado como um dos mais carentes em investimentos. Nos últimos anos, diversas iniciativas vêm sendo implementadas a fim de mudar esse panorama e estimular a participação da iniciativa privada, entre elas esteve a aprovação do Marco Regulatório do Saneamento, que tem como meta alcançar a universalização desse serviço até 2033, onde 99% da população brasileira deve ter o à água potável e 90% ao tratamento e a coleta de esgoto. Se os prazos forem cumpridos e os investimentos realizados, o país viverá uma nova história, em um futuro muito próximo.

Dr. Fábio Gaudenzi – Foto: Divulgação/Juliana StadnikDr. Fábio Gaudenzi – Foto: Divulgação/Juliana Stadnik

Fábio Gaudenzi

Superintendente de Vigilância em Saúde da SES/SC

É preciso trabalho articulado entre o poder público e população, num ciclo de cobrança e melhoria, para que tenhamos investimento contínuo que garanta o o à rede de abastecimento de água tratada, coibindo o uso de fontes alternativas, bem como coleta, tratamento e destinação correta do esgoto sanitário da rede e dos limpa-fossas, com uma drenagem pluvial adequada e protegida. Desta forma vamos ter um meio ambiente adequado para vivermos com saúde.

Sheila Meirelles – Foto: Divulgação/ IMASheila Meirelles – Foto: Divulgação/ IMA

Sheila Meirelles

Presidente do IMA/SC

É fundamental reforçar que há um trabalho forte em andamento sendo desenvolvido pelo Governo do Estado de Santa Catarina para orientar os municípios na gestão dos recursos hídricos com o objetivo de despoluir os cursos de água existentes no estado. Existe, também, prioridade no trâmite de processos de licenciamento ambiental que visam à ampliação da cobertura da rede de esgoto e macrodrenagem fundamentais para auxiliar na melhora da qualidade da água dos rios que desembocam no mar, além de uma série de ações conjuntas envolvendo órgãos do governo e  municípios para avançar na prestação dos serviços de saneamento à sociedade que garantam em paralelo a preservação dos nossos recursos naturais. Bons investimentos em saneamento básico também ajudam a evitar enchentes, especialmente em cidades que investem na manutenção preventiva dos sistemas e orientam a população sobre a correta utilização das galerias pluviais e das redes de esgoto. Uma das necessidades é garantir maior fiscalização para promover o reordenamento de situações que seguem em desacordo com as normas ambientais previstas em lei.