Mesmo com apenas um terço da Praia Central de Balneário Camboriú já alargada, o setor imobiliário já vê o impacto na valorização dos imóveis de frente para o mar. Os valores já superam em 10% os preços cobrados antes do final do primeiro semestre de 2021, conforme explica o investidor e empresário Renato Monteiro.
Um levantamento feito pela Sort Investimentos mostrou que pelo menos três lançamentos, de diferentes construtoras, já apresentam a valorização. Os preços variam entre R$ 37 mil e R$ 42 mil por metro quadrado. Comparando com abril desde ano, os imóveis beira-mar estavam avaliados em R$ 33,5 mil por metro quadrado.

A estimativa de preço foi realizada com base em pesquisas de preço e uso de inteligência artificial que mapeia imóveis anunciados na internet. “Mesmo antes da conclusão das obras previstas para terminarem em outubro, as pessoas sabem que o aumento da faixa de areia vai trazer mais qualidade de vida e melhorar a mobilidade urbana, especialmente depois da reurbanização”, avalia.
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“Assim, com as obras ainda em andamento, saindo do papel, o projeto começa a ficar mais concreto, de mais fácil visualização e atinge diretamente o setor imobiliário. Outro fator interessante é que as obras serão concluídas antes da próxima temporada de verão. Logo, a praia terá mais espaços para banhos de sol e esportes, por exemplo”, afirma.
Outro estudo, da consultoria Appraisal Institute, maior associação profissional de avaliadores imobiliários dos Estados Unidos, avalia praias que tiveram a faixa de areia alargada. Conforme a pesquisa, as praias norte-americanas que fizeram essa intervenção na faixa de areia registraram valorização de até 2,6% para cada 10% de espaço acrescentado.
“O estudo norte-americano, além do cruzamento de dados, nos fez chegar à conclusão de que as obras em Balneário Camboriú, onde a faixa da areia vai ar de 25 para 70 metros, representando um aumento de 80% em termos de extensão, resultariam em um acréscimo de 20,6% no valor dos imóveis de frente para o mar. Isso significa que, após a conclusão e, principalmente, o início das obras de reurbanização propostas no projeto de reurbanização, muito provavelmente Balneário Camboriú alcançará o título de metro quadrado mais caro do país”, avalia.
Hoje, de acordo com o FipeZap, a cidade ocupa o quarto lugar no país, atrás do Rio de Janeiro, que lidera a lista, São Paulo e Brasília. O preço médio é de R$ 7,4 mil por metro.

Outras praias devem ser alargadas 6y3p8
As obras de alargamento da faixa de areia da Praia Central de Balneário Camboriú já inspiram outras cidades. Em Santa Catarina, três praias conhecidas como destinos turísticos de Florianópolis, Ingleses, Jurerê e Armação, também pretendem ampliar a faixa de areia. Os projetos, estão prontos e agora aguardam a licença ambiental para serem executados no final de 2022.
Assim como no Sul do país, outro destino brasileiro, Natal, no Rio Grande do Norte, também pretende ampliar a orla da praia de Ponta Negra, que ará a ter 30 metros de largura na maré alta e até 100 metros na maré seca. A previsão atual é de que a licitação da obra ocorra no início de 2022.
Já em Fortaleza, Ceará, a Praia de Iracema já teve duas obras de alargamento realizadas (em 2020 e 2019) aumentando em 120 metros a faixa de areia. Assim como em Balneário Camboriú, a intenção agora é de reurbanizar a orla da praia e criar ambientes para o lazer e prática de esportes.