Saber o momento certo de mexer na equipe é uma qualidade que poucos treinadores possuem. Cada vez mais raros, ouso dizer, e não é à toa que torcida e imprensa, volta e meia, criticam a ividade ou a falta de paciência de um ou outro comandante.

Leandro Zago assumiu um grande desafio quando aceitou a proposta do JEC, seu primeiro time como treinador principal. Mas, sua experiência em categorias de base, sua inteligência de jogo e de formas de atuação e a maneira como encara o trabalho o fazem parecer veterano. Daqueles que, de tanto “apanhar” aprenderam a ler sua equipe e o adversário a ponto de mexer na hora certa.
No entanto, Zago não “apanhou”. É a primeira Série D de sua carreira e, esperamos, a última. Desde que chegou a ville, com uma torcida machucada e parte da imprensa sem paciência, ouviu e leu que “demora demais para mexer”. Jogo após jogo, mostrou que substituições não estão ali para que sejam usadas para gastar cartucho, só para dizer que tentou, elas estão ali para ser tiro certo.
A campanha do JEC é reflexo do trabalho de Leandro Zago e parte desse trabalho é mudar na hora certa e da maneira certa, contrariando, inclusive, o “gosto” da torcida. No jogo deste sábado (21) contra o Juventus, mais uma prova que análise e mudanças pontuais e certeiras são capazes de construir resultados.
As alterações de Zago: Uelber no lugar de Junior Fialho, Caio Monteiro no lugar de Davi Lopes, Thiago Juan na vaga de Paulo Victor e Leo Griggio para a saída de Chrystian.
Thiago Juan fez sua estreia com a camisa tricolor. O jovem atacante se movimentou bem caindo pela direita e mostrou velocidade e bom posicionamento no ataque. Leo Griggio pouco atuou, entrou já aos 44 da segunda etapa, para dar mais consistência defensiva ao time que já vencia.
Mas, Uelber e Caio Monteiro foram fundamentais. O centroavante deu mais força à referência tricolor e garantiu a vitória em belo gol com chegada e bom posicionamento na área tricolor.
Caio Monteiro foi diferenciado no ataque e na defesa. Foi dele a assistência para o gol da vitória. Depois de receber de Chrystian, desceu em velocidade pela esquerda e cruzou na medida para o gol de Uelber. Além disso, já nos acréscimos, foi o atacante que salvou o que seria o empate do Moleque Travesso. Quando Leandro Zago fala que a força defensiva é construída por todos, é exatamente disso que o comandante fala.
O atacante estava bem postado na linha do gol e tirou a bola que já estava prestes a balançar a rede de Rafael Pascoal.
As alterações estão aí, à disposição, para que o time use, mas Leandro Zago nunca foi o técnico que cai na pressão de mexer cedo. Ele sabe o que seu elenco pode fazer, como pode render e como pode melhorar com ou sem alterações e só as faz quando tem certeza que elas serão usadas para potencializar o time, não para satisfazer quem quer que seja.