Sete anos se aram desde que o Corinthians Feminino foi reativado e o futebol começou a ver uma hegemonia ser construída. O futebol feminino no Brasil é dominado pelo time paulista que, desde 2016, conquistou 13 títulos, o último, da Supercopa, no dia 12 de fevereiro, na Neo Química Arena.
Corinthians goleou o Flamengo na final da Supercopa – Foto: Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians/Divulgação/ND
Foram três Libertadores (2017, 2019 e 2021), duas Supercopa (2022 e 2023), quatro Brasileiros (2018, 2020, 2021 e 2022), uma Copa do Brasil (2016) e três Paulistas (2019, 2020 e 2021). O título da Supercopa mais recente veio com direito a goleada. O Corinthians venceu o Flamengo por 4 a 1 e evidenciou como investimento, estrutura e engajamento são ingredientes de um time dominante.
O caminho começou em 2016 com uma parceria com o Audax e deu os rápidos rumo à profissionalização, estruturação e os consequentes resultados dentro de campo. Em 2018, Cris Gambaré, que era diretora do departamento de futebol feminino, assumiu exclusivamente a modalidade e o processo de hegemonia começou. Em 2020, todas as atletas foram profissionalizadas e, a esta altura, o Corinthians já tinha duas Libertadores, Copa do Brasil, Brasileiro e Paulista no currículo.
Os resultados dentro de campo dão às Brabas, como são conhecidas, a marca de dominar o futebol brasileiro. Vitórias, títulos, conquistas e comemorações são possíveis graças ao trabalho duro, ao talento e, claro, à estrutura fornecida às atletas.
Corinthians Feminino conquistou 13 títulos desde 2016 – Foto: Agência Corinthians/DivulgaçãoAo fim da decisão contra o Flamengo, a lateral e capitã Tamires, autora de dois gols corintianos, chamou a atenção, em entrevista ao Sportv, para a falta de estrutura e investimento e como isso impacta dentro de campo. “Uma coisa eu queria falar, especialmente para o Flamengo, eu acho que o Flamengo está construindo sua equipe agora. Conheço todas as meninas desse time, todas batalham muito e para mim não pode, com a camisa que o Flamengo tem, colocar essas meninas para jogar uma semifinal no campo que jogaram. O Flamengo tem que rever muito mais”, disse.
Além disso, Tamires também ressaltou a estrutura que o Corinthians Feminino possui, o apoio da torcida e chamou os outros clubes a seguirem o exemplo. “Olha o Corinthians, o Corinthians ganha título porque é isso aqui. Coloca a gente para jogar na Arena, a torcida lota os estádios. Então nada do que estamos conquistando hoje é simplesmente porque a gente tem talento, é porque a gente recebe esse apoio do clube, da torcida. Vamos os clubes fazer isso pelas atletas, porque temos muito potencial e muita menina para crescer”, complementou.
Além da estrutura, a visibilidade dada ao time gera um engajamento gigante que culmina em arquibancadas lotadas. O Timão foi um dos primeiros a desenvolver redes sociais exclusivas para o feminino. Hoje, o Instagram tem mais de 1,2 milhões de seguidores e mais de 340 mil no Twitter.
Na arquibancada o resultado não é diferente. A final do Campeonato Brasileiro de 2022, na Neo Química Arena, cravou o recorde de público em uma partida de futebol feminino de clubes em todo o continente. Mais de 41 mil torcedores assistiram a conquista corintiana em cima do Internacional. A renda bruta da partida foi de R$ 900.981,00. Além deste recorde, o Corinthians tem outros dois dos quatro maiores públicos da história no país. O único time além do Corinthians no top 4 é o Internacional e no jogo de ida da decisão do ano ado, contra as Brabas.
Além de Brasileiros, Copa do Brasil, Supercopas e Paulistas, o Corinthians Feminino tem três Libertadores – Foto: Agência Corinthians/DivulgaçãoEstrutura dentro de campo, engajamento das redes sociais, apoio da torcida e gestão para arrecadação de receitas. As negociações do clube também chamam a atenção e trazem recursos para manter a hegemonia paulista no futebol brasileiro feminino. No início deste ano, o Corinthians também fechou a maior venda da história do futebol feminino no país. A atacante Adriana foi negociada com o Orlando Pride, dos Estados Unidos, por US$ 100 mil, o que equivale a pouco mais de R$ 500 mil.
Atuando em todas as frentes, da estrutura de trabalho, ando pela divulgação do time, engajamento e apoio da torcida até a maturidade nas negociações para ampliação de recursos, o Corinthians Feminino está com um caminho já consolidado, enquanto outros clubes ainda tentam se estruturar. E enquanto isso, as Brabas continuam aumentando a galeria de troféus.
