Com técnico pressionado, Argentina pega Croácia com a faca no pescoço 3x2f23

"Hermanos" têm jogo decisivo no grupo D e precisam da vitória 1b681u

Jorge Sampaoli durante o empate contra a Islândia (Foto: AFP/JUAN MABROMATA) -
Jorge Sampaoli pressionado na Argentina (Foto: AFP/JUAN MABROMATA) –

MOSCOU, RÚSSIA (FOLHAPRESS) – Jorge Sampaoli nunca foi o favorito dos outros técnicos argentinos, que afiavam as facas à espera de um momento como este.

Com a cabeça na guilhotina, a Argentina de Lionel Messi tem jogo decisivo contra a Croácia, em Ninji Novgorod, nesta quinta-feira (21), às 15h.

Isso depois de atuar mal e empatar na estreia com a Islândia, em Moscou.

“Jogando assim, Sampaoli não deve nem voltar para a Argentina. É uma vergonha”, disse Diego Maradona em seu programa no canal de TV venezuelano TeleSur. O campeão mundial de 1986 é o maior crítico do treinador e jamais perde oportunidade de fustigá-lo em público.

Não é o único. Alfio Basile, Carlos Bilardo e Ricardo Caruso Lombardi, outros companheiros de ofício, já despejaram adjetivos pesados sobre o atual comandante da seleção. Não existe lei de silêncio entre os técnicos do país no que se refere a Sampaoli. Se veem algo errado, os colegas castigam sem piedade.

“A equipe não tem qualquer padrão de jogo. É um absurdo”, reclama Basile, que dirigiu a seleção no Mundial de 1994.

Também não tem time definido. Desde o treino de segunda (18), em Bronnitsi (55 km de Moscou), onde a delegação está concentrada na Rússia, Sampaoli ensaia mudanças na escalação. 

À imprensa nesta quarta ele se recusou a confirmar os escolhidos, mas as entradas de Gabriel Mercado, Marcos Acuña e Cristian Pavón nos lugares de Marcos Rojo, Lucas Biglia e Ángel Di María são prováveis.

Ele também testou Enzo Pérez, chamado apenas por causa da lesão e corte de Manuel Lanzini, na vaga de Maximiliano Meza.

A quantidade de alterações preocupa. Desde a Copa nos Estados Unidos, em 1994, quando Basile usou a mesma escalação nas duas primeiras rodadas da Copa, a Argentina sempre teve trocas entre a estreia e o segundo jogo.

Mas nunca quatro. O máximo foram duas em 2014, quando Alejandro Sabella abriu mão de Hugo Campagnaro e Maxi Rodríguez para enfrentar o Irã e colocou Fernando Gago e Gonzalo Higuaín.

“Sampaoli representa tudo o que está errado no futebol”, reclamou Carlos Bilardo, campeão em 1986 e vice em 1990, antes mesmo de o treinador ser escolhido. Com boas relações com a AFA (Associação de Futebol Argentino), depois parou de comentar o assunto para evitar desgastes.

“Sobre este tema eu não falo mais”, completou, quando questionado pela reportagem.

Durante os treinos em Bronnitsi, Sampaoli tem mandado mensagens desconexas, como um reflexo do que tem sido a agem que começou há um ano na seleção. 

Nos primeiros dias ava imagem de maior tranquilidade. Após o empate com a Islândia, fez questão de realizar diante dos jornalistas atividade em campo reduzido em que gritava instruções e elogios a todo momento.

Apesar do pênalti perdido por Messi, é sobre Sampaoli que recaiu todo o peso do empate e do futebol ruim na estreia.

Mesmo que o camisa 10 tenha afirmado se sentir responsável pelo resultado, o culpado já estava determinado.

Um dia antes do jogo, o treinador itiu ter aberto mão de suas convicções para colocar em campo equipe que poderia tirar o melhor de Messi.

Foi cobrado por isso. Contra a Croácia, terá escalação e esquema mais próximos do que acredita. Se não vencer, será criticado da mesma forma.

De uma forma ou de outra, a não ser que a Argentina faça uma campanha que iguale ou melhore a que obteve em 2014, Jorge Sampaoli não tem como vencer em seu próprio país.

Uma condição que um dia foi de Lionel Messi e hoje lhe pertence. Como sempre se colocou como escudo de seu principal jogador na esperança de que isso o deixasse mais relaxado psicologicamente para atuar, este último fator não deve-lhe perturbar muito.

Difícil acreditar que o treinador não tenha tomado conhecimento das críticas, algumas pesadas, que partiram de seus colegas de profissão, ex-atletas e jornalistas. Em nenhum lugar respondeu. Pelo menos não no mesmo tom. Adotou o que está escrito em uma das tatuagens que tem no braço: no escucho y sigo (não escuto e sigo, em espanhol).

Ao deixarem o aeroporto de Ninji Novgorod, nesta quarta (20), os jogadores deram de cara com um grande eletrônico anunciando a partida. Os cidadãos locais estão preocupados se vão conseguir ver Lionel Messi ao vivo, já que a maioria não tem ingresso. Os hotéis esperam uma invasão de torcedores nesta quinta. A estimativa da prefeitura é que cerca de 15 mil pessoas chegarão ao município até horas antes da jogo. Grande parte, argentinos.

Uma derrota deixaria a seleção de Messi com um pé fora da Copa do Mundo já na fase de grupos. É um futuro que Sampaoli não pode contemplar. Por mais que o presidente da AFA, Claudio Tapia, tenha prometido que o técnico vai continuar no cargo, não importa o resultado.

A pressão seria gigantesca, capaz até de fazer parar e ouvir quem se orgulha de não escutar e seguir.

Antes de ir embora do estádio, Sampaoli voltou ao microfone e pediu uma palavra pela última vez para fazer um gesto de reconciliação com um dos seus grandes críticos.

“Desejo uma pronta recuperação a Carlos Bilardo, que ou por uma situação difícil”, afirmou sobre o treinador que esteve internado por quase 20 dias e foi diagnosticado com síndrome de Hakim-Adams, um distúrbio neurológico. E foi embora.

ARGENTINA

Caballero; Mercado, Otamendi, Tagliafico; Salvio, Mascherano, Meza, Acuna; Messi, Aguero, Pavon. T.: Jorge Sampaoli

CROÁCIA

Subasic; Vrsaljko, Lovren, Vida, Strinic; Rakitic, Badelj, Brozovic, Modric, Perisic; Mandzukic. T.: Zlatko Dalic

Local: Estádio Nijni Novgorod

Horário: 15h desta quarta

Juiz: Ravshan Irmatov (UZB)

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Com a cabeça na guilhotina, a Argentina de Lionel Messi tem jogo decisivo contra a Croácia, em Ninji Novgorod, nesta quinta-feira (21), às 15h.

Isso depois de atuar mal e empatar na estreia com a Islândia, em Moscou.

“Jogando assim, Sampaoli não deve nem voltar para a Argentina. É uma vergonha”, disse Diego Maradona em seu programa no canal de TV venezuelano TeleSur. O campeão mundial de 1986 é o maior crítico do treinador e jamais perde oportunidade de fustigá-lo em público.

Não é o único. Alfio Basile, Carlos Bilardo e Ricardo Caruso Lombardi, outros companheiros de ofício, já despejaram adjetivos pesados sobre o atual comandante da seleção. Não existe lei de silêncio entre os técnicos do país no que se refere a Sampaoli. Se veem algo errado, os colegas castigam sem piedade.

“A equipe não tem qualquer padrão de jogo. É um absurdo”, reclama Basile, que dirigiu a seleção no Mundial de 1994.

Também não tem time definido. Desde o treino de segunda (18), em Bronnitsi (55 km de Moscou), onde a delegação está concentrada na Rússia, Sampaoli ensaia mudanças na escalação. 

À imprensa nesta quarta ele se recusou a confirmar os escolhidos, mas as entradas de Gabriel Mercado, Marcos Acuña e Cristian Pavón nos lugares de Marcos Rojo, Lucas Biglia e Ángel Di María são prováveis.

Ele também testou Enzo Pérez, chamado apenas por causa da lesão e corte de Manuel Lanzini, na vaga de Maximiliano Meza.

A quantidade de alterações preocupa. Desde a Copa nos Estados Unidos, em 1994, quando Basile usou a mesma escalação nas duas primeiras rodadas da Copa, a Argentina sempre teve trocas entre a estreia e o segundo jogo.

Mas nunca quatro. O máximo foram duas em 2014, quando Alejandro Sabella abriu mão de Hugo Campagnaro e Maxi Rodríguez para enfrentar o Irã e colocou Fernando Gago e Gonzalo Higuaín.

“Sampaoli representa tudo o que está errado no futebol”, reclamou Carlos Bilardo, campeão em 1986 e vice em 1990, antes mesmo de o treinador ser escolhido. Com boas relações com a AFA (Associação de Futebol Argentino), depois parou de comentar o assunto para evitar desgastes.

“Sobre este tema eu não falo mais”, completou, quando questionado pela reportagem.

Durante os treinos em Bronnitsi, Sampaoli tem mandado mensagens desconexas, como um reflexo do que tem sido a agem que começou há um ano na seleção. 

Nos primeiros dias ava imagem de maior tranquilidade. Após o empate com a Islândia, fez questão de realizar diante dos jornalistas atividade em campo reduzido em que gritava instruções e elogios a todo momento.

Apesar do pênalti perdido por Messi, é sobre Sampaoli que recaiu todo o peso do empate e do futebol ruim na estreia.

Mesmo que o camisa 10 tenha afirmado se sentir responsável pelo resultado, o culpado já estava determinado.

Um dia antes do jogo, o treinador itiu ter aberto mão de suas convicções para colocar em campo equipe que poderia tirar o melhor de Messi.

Foi cobrado por isso. Contra a Croácia, terá escalação e esquema mais próximos do que acredita. Se não vencer, será criticado da mesma forma.

De uma forma ou de outra, a não ser que a Argentina faça uma campanha que iguale ou melhore a que obteve em 2014, Jorge Sampaoli não tem como vencer em seu próprio país.

Uma condição que um dia foi de Lionel Messi e hoje lhe pertence. Como sempre se colocou como escudo de seu principal jogador na esperança de que isso o deixasse mais relaxado psicologicamente para atuar, este último fator não deve-lhe perturbar muito.

Difícil acreditar que o treinador não tenha tomado conhecimento das críticas, algumas pesadas, que partiram de seus colegas de profissão, ex-atletas e jornalistas. Em nenhum lugar respondeu. Pelo menos não no mesmo tom. Adotou o que está escrito em uma das tatuagens que tem no braço: no escucho y sigo (não escuto e sigo, em espanhol).

Ao deixarem o aeroporto de Ninji Novgorod, nesta quarta (20), os jogadores deram de cara com um grande eletrônico anunciando a partida. Os cidadãos locais estão preocupados se vão conseguir ver Lionel Messi ao vivo, já que a maioria não tem ingresso. Os hotéis esperam uma invasão de torcedores nesta quinta. A estimativa da prefeitura é que cerca de 15 mil pessoas chegarão ao município até horas antes da jogo. Grande parte, argentinos.

Uma derrota deixaria a seleção de Messi com um pé fora da Copa do Mundo já na fase de grupos. É um futuro que Sampaoli não pode contemplar. Por mais que o presidente da AFA, Claudio Tapia, tenha prometido que o técnico vai continuar no cargo, não importa o resultado.

A pressão seria gigantesca, capaz até de fazer parar e ouvir quem se orgulha de não escutar e seguir.

Antes de ir embora do estádio, Sampaoli voltou ao microfone e pediu uma palavra pela última vez para fazer um gesto de reconciliação com um dos seus grandes críticos.

“Desejo uma pronta recuperação a Carlos Bilardo, que ou por uma situação difícil”, afirmou sobre o treinador que esteve internado por quase 20 dias e foi diagnosticado com síndrome de Hakim-Adams, um distúrbio neurológico. E foi embora.

ARGENTINA

Caballero; Mercado, Otamendi, Tagliafico; Salvio, Mascherano, Meza, Acuna; Messi, Aguero, Pavon. T.: Jorge Sampaoli

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Subasic; Vrsaljko, Lovren, Vida, Strinic; Rakitic, Badelj, Brozovic, Modric, Perisic; Mandzukic​. T.: Zlatko Dalic

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