Veja o que dizem os clubes de SC sobre a suspensão da presença do público 14

Clubes endossaram o posicionamento revoltado da Federação Catarinense de Futebol e, cada um ao seu modo, se manifestou contrário ao veto da presença do público nos estádios

O novo decreto assinado pelo Governo de Santa Catarina e publicado na noite desta terça-feira (31) segue repercutindo negativamente dentro do futebol. Em uma espécie de endosso ao posicionamento “revoltado” da FCF (Federação Catarinense de Futebol), os clubes seguem reverberando a mensagem de que o #futebolnãoévilão.

Federação Catarinense de Futebol emitiu um comunicado “revoltado” diante da manutenção da suspensão da presença do público – Foto: Leonardo Hübbe/CA TubarãoFederação Catarinense de Futebol emitiu um comunicado “revoltado” diante da manutenção da suspensão da presença do público – Foto: Leonardo Hübbe/CA Tubarão

A reportagem do ND+ entrou em contato com os clubes de futebol de Santa Catarina que estão envolvidos em competições nacionais para saber, de cada um, o posicionamento diante da manutenção das medidas do governo de Santa Catarina, na intenção de manter sob controle a taxa de contágio da Covid-19.

O superintendente de Vigilância em Saúde de Santa Catarina, Eduardo Macário, a pedido da reportagem do ND+, elencou fatores que devem determinar a liberação do público nos estádios e demais praças esportivas públicas e privadas.

Confira o que dizem os clubes s2615

Série A

Chapecoense se disse favorável ao retorno dos torcedores ao estádio e, a pedido da reportagem, manifestou o desejo da seguinte forma:

Assim como havíamos afirmado anteriormente (quando o protocolo da CBF foi publicado), a Chapecoense se mantém favorável ao retorno do público, desde que todas as medidas de segurança e sanidade determinadas pelas entidades maiores sejam seguidas, tendo em vista a segurança de todos os envolvidos no espetáculo do futebol, bem como da comunidade em geral

Série B

Avaí, até o fechamento da matéria, não havia se manifestado após esse novo decreto. O clube, no entanto, em reportagem do ND+ publicada há duas semanas, se manifestou favorável ao retorno dos torcedores, com devidas restrições, aos estádios.

A foto foi tirada durante um treino do Avaí na Ressacada, mas os jogos também não contam mais com a presença de público – Foto: Matheus Thiesen/Avaí/Divulgação/NDA foto foi tirada durante um treino do Avaí na Ressacada, mas os jogos também não contam mais com a presença de público – Foto: Matheus Thiesen/Avaí/Divulgação/ND

O presidente Francisco Battistotti, que falou na condição de mandatário do clube e da Associação Nacional de Clubes de Futebol, manifestou seu entendimento.

“Inicialmente nosso protocolo prevê a liberação para sócios-torcedores imunizados. Esse sócio poderá entrar no site de controle da vacina, encaminhando ao clube o comprovante das duas doses da vacina. Dessa forma os clubes liberam o o da carteira do sócio nas catracas”, explica o presidente.

“Estamos fazendo um trabalho para que retornem gradativamente os torcedores em geral, o protocolo prevê que fique uma cadeira sim, duas não, um percentual de 30% a 40% inicialmente e posteriormente poderá ir aumentando”.

Brusque foi igualmente procurado pela reportagem para manifestar sua opinião. Resumiu sua resposta da seguinte forma: O Brusque FC é contra essa prorrogação.

Brusque manda os seus jogos no estádio Augusto Bauer – Foto: DivulgaçãoBrusque manda os seus jogos no estádio Augusto Bauer – Foto: Divulgação

Há duas semanas, ao ser indagado, o presidente Danilo Rezini falou da disponibilidade e intenção do quadricolor para como a volta dos torcedores aos estádios. Confira:

“A pandemia é uma situação emergencial, todos temos responsabilidade para seguir todas as normas da saúde pública. Com a vacinação adiantada, vários segmentos estão retomando as suas atividades e o futebol não pode ficar fora disso”.

“O futebol vem cumprindo todos os protocolos. O Brusque Futebol Clube é totalmente favorável dentro dos trâmites legais onde tenha segurança e garantia ao público presente nos estádios. Está na hora de começarmos, aos poucos, com 20% ou 30%, com pessoas vacinadas ou testes atualizados”.

Série C

Criciúma emitiu uma nota na tarde desta quarta-feira (1º), em sintonia com o manifesto da FCF. Com a hashtag  o Futebol não é Vilão, o Tigre, que vai disputar a fase decisiva da Série C, lembrou a necessidade e a importância da presença dos torcedores, no estádio, a fim de otimizar as finanças do clube.

Torcedor receberá indenização de R$13.154 após fraturar o tendão no Estádio Heriberto Hülse em Criciúma, no Sul de SC – Foto: Divulgação/CriciúmaEC/NDTorcedor receberá indenização de R$13.154 após fraturar o tendão no Estádio Heriberto Hülse em Criciúma, no Sul de SC – Foto: Divulgação/CriciúmaEC/ND

Confira o que diz a nota do Criciúma Esporte Clube:

O Criciúma Esporte Clube vem a publico apoiar o pronunciamento da Federação Catarinense de Futebol, assim como de outros clubes catarinenses, a respeito da volta do público aos estádios. Com a diminuição de casos de Covid-19 e das internações nas UTIs, e com o avanço da vacinação em todo o Brasil, os estabelecimentos de lazer e entretenimento estão retomando à sua normalidade. Portanto, entendemos que a volta dos torcedores aos estádios também é válida, assim como vem acontecendo em algumas cidades brasileiras.

A presença do público nos estádios gera grande parte do orçamento e sustentação financeira dos clubes. Estamos prontos para realizar os protocolos exigidos pelas autoridades sanitárias, pois entendemos que os estádios são locais apropriados para receber pessoas e mantê-las em segurança quanto ao distanciamento social, uso de máscara e demais cuidados. Ainda mais neste momento onde muitos já estão vacinados.

O Tigre vem cumprindo com rigor todos os protocolos de saúde diante do Covid-19 desde o inicio da pandemia. Estamos com 100% de vacinados no clube, entre atletas acima de 18 anos, comissão técnica, staff e demais funcionários. Nosso compromisso com os protocolos são rígidos e cumpridos à risca.

Somos solidários a todos que, assim como nós, perderam pessoas importantes, que para sempre serão lembradas. Seguimos cumprindo todos os protocolos rigorosamente, tomando todos os cuidados necessários. Colocamos nossas instalações à disposição da secretaria de saúde para que fosse realizado o drive thru de vacinação no estádio Heriberto Hülse, assim como realizamos ações solidárias para auxiliar as famílias que am necessidade neste difícil momento.

Esperamos um posicionamento das autoridades responsáveis para que logo tenhamos nossos torcedores no estádio. O futebol não é vilão.

Já o Figueirense, a pedido da reportagem, também falou sobre a suspensão da presença do público. Embora não tenha se manifestado de forma oficial, o clube citou a nota da FCF e optou por “aguardar”. O assessor de imprensa do clube encaminhou o seguinte entendimento:

O Figueirense aguarda com expectativa a liberação da presença de público nos estádios, considerando a melhoria nos indicadores da pandemia, e tendo em vista que outros setores da economia onde há alto índice de ocupação como Shopping Centers, bares e casas noturnas, entre outros, estão operando normalmente.

Fila de vacinação no Estádio Orlando Scarpelli, às 10h45; por enquanto é a única lotação que o estádio alvinegro tem recebido desde março de 2020 – Foto: Carlos Bortolotti/Divulgação/NDFila de vacinação no Estádio Orlando Scarpelli, às 10h45; por enquanto é a única lotação que o estádio alvinegro tem recebido desde março de 2020 – Foto: Carlos Bortolotti/Divulgação/ND

Ao ser questionado, na reportagem do ND+ há duas semanas, através do presidente Norton Boppré, o Figueirense foi mais um a se mostrar favorável ao retorno do público aos estádios.

“Estamos todos receptivos e em uma expectativa muito grande para o retorno da torcida ao estádio Orlando Scarpelli para apoiar e trazer a alegria de sempre nos dias de jogos”.

“Entendemos perfeitamente que estamos em meio a uma pandemia, em estágio de quase controle, mas aguardamos as indicações e orientações das autoridades de saúde e da própria FCF para que no momento certo possamos retomar as atividades no Scarpelli com a presença do nosso torcedor”.

Série D 1my34

JEC, por meio do seu presidente Charles Fischer, também manifestou sua inconformidade com o novo decreto. Confira o que disse o mandatário do Coelho:

Arena ville é a casa do JEC – Foto: Arquivo/Yan Pedro/JECArena ville é a casa do JEC – Foto: Arquivo/Yan Pedro/JEC

O futebol virou o vilão da pandemia, é só no futebol. O futebol está há um ano e meio fechado, mas ele é culpado. Está tudo aberto, cheio, mas o futebol é o vilão, bandido da pandemia. A culpa é um pouco do Atlético, Cruzeiro [que exerceram a liberação desenfreada dos seus  respectivos torcedores], deveria ser mais organizado.

Aqui estamos falando de estádios menores, JEC se for pra começar, de 3 mil a 5 mil pessoas, cria-se um protocolo de o ao estádio, dividido por setores, portões e horários separados. Não dá pra deixar livre, o cara vai sentar com a maioria, mas se você deliberar, ter uma separação, uma comunicação.

Aqui pretendemos fazer tudo para os sócios antes, vai ter o o liberado antes, confirmar antes, depois vende antecipado. É assim que deveria ser organizado no Brasil inteiro.

Tudo isso que precisa ser evitado, se fizer protocolo, vai dar trabalho, mas se queremos o público com segurança, tem que trabalhar. Os clubes quando abrirem tem que ter muito cuidado com relação a isso, pensar no jogo de amanhã. E a conscientização para o torcedor igualmente. Acho que por aí tem que fazer.

Não simplesmente “vocês não”.

Juventus também encaminhou seu manifesto contrário a medida do Governo de Santa Catarina. Confira o posicionamento do Moleque Travesso que, na luta do Grupo A8 da Série D do Campeonato Brasileiro, segue sonhando com a classificação.

Estádio João Marcatto, a casa do Juventus de Jaraguá do Sul – Foto: GEJuventus/divulgaçãoEstádio João Marcatto, a casa do Juventus de Jaraguá do Sul – Foto: GEJuventus/divulgação

O clube encaminhou uma nota denominada “uma luta por respeito”. Confira:

É inegável o momento histórico que vivemos, uma pandemia sem precedentes que arrancou do peito de milhares de famílias entes queridos, além de empregos e oportunidades. Nós, do Grêmio Esportivo Juventus, sentimos por cada perda.

Neste período de 18 meses, nos reinventamos para que todos os compromissos financeiros do clube fossem honrados e as centenas de famílias que dependem de nós continuassem com condições de atravessar esse momento. Adotamos, todos os cuidados para continuarmos as atividades para evitarmos os contágios, foram mais de 2.000 testes de COVID-19 realizados com 100% negativados dentro das nossas dependências.

Com o avanço da vacinação, diminuição de casos e quantidade de internações e ocupação de UTIs as atividades em Santa Catarina, estão retomando sua normalidade. É de extrema importância da bilheteria para o futebol para que os clubes consigam sustentar suas atividades financeiras, os quais aguardavam ansiosamente um começo gradativo de participação de público nos jogos. Contudo, mais uma vez a retomada foi negada ao futebol.

Com a maior parte da população vacinada, com os amplos e abertos estádios permitindo o distanciamento social e cuidados necessários para evitar contágios, nos levantamos e pedimos o respeito ao futebol como atividade profissional, parte da economia e geração de receita e oportunidades para a sociedade.

Nós do Juventus, estamos comprometidos em realizar todos os cuidados necessários e estipulados pelos órgãos responsáveis para recebermos o público de volta em nossa casa. Lutamos para chegar até aqui e continuaremos lutando, mas convidamos vocês, para que lutem conosco.

Já o Marcílio Dias, na mesma linha, manifestou seu repúdio a determinação que estende a proibição dos torcedores dentro dos estádios. O documento assinado pelo Marinheiro é intitulado “O Futebol exige respeito”.

Torcida do Marcílio Dias lotou o estádio no Campeonato Catarinense 2020; um dos últimos momentos do estádio Dr Hercílio Luz – Foto: CNMD/Divulgação/NDTorcida do Marcílio Dias lotou o estádio no Campeonato Catarinense 2020; um dos últimos momentos do estádio Dr Hercílio Luz – Foto: CNMD/Divulgação/ND

Vivemos um momento difícil na história da humanidade, assolados por uma pandemia mundial, que ceifou muitas vidas e deixou muitas famílias sem seus entes queridos. O Marcílio Dias é solidário a todos que perderam amigos e parentes nessa triste pandemia.

O Clube tomou todos os cuidados necessários para continuar suas atividades esportivas e istrativas durante todo o período de pandemia, e continua adotando todos os protocolos necessários para evitar contágios.

Com o avanço da vacinação, e a consequente diminuição de casos e, principalmente, a quantidade de internações e ocupação de UTIs, muitas atividades estão retomando à sua normalidade. São shopping centers, bares, restaurantes, cinemas, teatros, casas noturnas e uma infinidade de espaços abertos ao público, diariamente.

O futebol e todas as suas atividades profissionais correlatas aguardavam ansiosamente um começo gradativo de participação de público nos jogos. O público presente nas partidas é para muitos Clubes grande parte do orçamento e sustentação financeira. Porém, mais uma vez, o futebol é deixado de lado – de forma arbitrária – dos decretos estaduais em Santa Catarina.

Os jogos de futebol são realizados em estádios amplos, ao céu aberto, arejados e com a possibilidade de distanciamento entre as pessoas. Muitas delas, inclusive, já estão vacinadas com uma ou duas doses.

Porém, sem motivos aparentes, o futebol é deixado de lado, como se não fosse uma atividade econômica, geradora de emprego e renda, de sustento de inúmeras famílias no Estado e no Brasil como um todo.

Somente no Marcílio Dias são, de forma direta, cerca de 70 profissionais contratados, entre atletas, comissão técnica, departamento médico, istrativo e manutenção. São 70 famílias alimentadas pelo futebol. Sem contar as rendas de forma indireta que a atividade esportiva proporciona, e os dias de jogos com o envolvimento de muitas pessoas na organização do espetáculo.

Durante todo o período de pandemia, o Marcílio Dias, devido a ausência de público nas partidas, teve suas rendas diminuídas em 60%. Com todas as dificuldades de mais de um ano e meio com este déficit mensal, continua suas atividades e tenta, de todas as formas, diminuir este abismo. Mas não se tem mais de onde tirar receitas que possam suprir esta demanda.

Está é a realidade de muitos Clubes pelo Brasil, que sangram e não vêem o retorno dos governantes em estabelecer um processo gradativo de volta do público aos estádios. Isto é ainda pior para Clubes como o nosso, que disputa competições onde não há receitas por parte de televisionamento dos jogos. O fundo do poço se aproxima a cada dia, cada hora. E muitas famílias estão envolvidas.

Desta forma, e levando em consideração o nosso respeito pelo nosso público e a preocupação em manter sua saúde intacta através de protocolos e cuidados, é hora de pedir socorro. É hora de pedir respeito ao futebol como atividade profissional, como forma de lazer, socialização e de oportunidades de geração de renda, emprego e impostos para muitas pessoas e setores da sociedade.

É hora de se exigir que os governantes se atentem a este setor esportivo, às famílias que dependem da atividade para garantir seu sustento, e que libere público nos estádios. Estamos dispostos a realizar os protocolos necessários estipulados pelas autoridades sanitárias. Mas, sem público nos estádios, os Clubes estão fadados à falência, e a demissão de inúmeras pessoas, que sustentam suas famílias através de suas atividades profissionais.

O futebol exige respeito!

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