De camelô a bilionário: como Silvio Santos construiu um império 101q

Silvio Santos, que morreu na madrugada deste sábado (17), em São Paulo, aos 93 anos, foi um dos principais comunicadores do Brasil. Empresário nato, o carioca construiu seu império do zero, a partir dos ensinamentos do pai, que era comerciante.

O empresário, que deixou uma fortuna avaliada em R$ 1,6 bilhão, segundo publicação da revista Forbes de 2024, começou a carreira vendendo lembrancinhas para turistas no Rio de Janeiro.

A história de Silvio mostra que o empresário não apenas agarrava as oportunidades que apareciam, mas também as fazia acontecer. O dom de se comunicar e vender como ninguém lhe colocou no ranking geral das pessoas mais ricas do Brasil.

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Senor Abravanel nasceu em 12 de dezembro de 1930, no Rio de Janeiro, filho do imigrante grego Alberto Abravanel, natural de Salônia, e da turca Rebeca Abravanel, natural de Esmirna.

Ele estudou Contabilidade, mas começou a trabalhar muito antes disso, na loja de lembrancinhas do pai. Aos 14 anos, se tornou camelô, onde aprimorou suas habilidades de comunicação e potência da voz.

Aos 18 anos, Senor serviu ao Exército Brasileiro, na Escola de Paraquedistas em Deodoro, ao mesmo tempo que começou a frequentar a Rádio Mauá, onde o locutor principal era Celso Teixeira.

O carioca pediu para começar a trabalhar no local, de graça, e recebeu um programa dominical. Quando pode sair do Exército, já tinha experiência como locutor e ou por diversas rádios, como a Tupi e Continental.

Esta última tinha estúdios em Niterói, para onde Silvio precisava ir todas as noites. Durante as viagens na barca, ele teve a ideia de instalar um serviço de alto-falante para fazer anúncios e tocar músicas para os turistas.

Silvio não parou por aí: instalou um bar dentro da barca e organizou bingos, onde cada pessoa que comprasse um refrigerante ou cerveja recebia uma cartela e um lápis para participar do jogo, com prêmios em disputa.

Quando a barca entrou em reparos no estaleiro, Silvio retirou o bar e o instalou em frente à Igreja Santa Cecília, próxima à rádio, continuando a inovar e expandir seus negócios.

Essa estratégia o levou a se tornar o maior vendedor de produtos da Antarctica no Rio de Janeiro.

Impressionado com seu sucesso, o diretor da Antarctica convidou Silvio para conhecer São Paulo. Durante a visita, ele descobriu que a Rádio Nacional estava em busca de locutores. Silvio fez o teste, foi aprovado, e em 1954 assinou seu primeiro contrato de trabalho.

Dos camelôs para um conglomerado 3s354k

Mesmo com os trabalhos na comunicação, ele nunca deixou o de vendedor para conseguir dinheiro extra e adotou o nome Silvio Santos, segundo ele, porque “os santos ajudam”.

Enquanto trabalhava na rádio, Silvio também lançou a revista “Brincadeiras para Você”, onde fazia corretagem de anúncios.

Em 1956, Silvio Santos assumiu o Baú da Felicidade, que virou “BF Utilidades Domésticas e Brinquedos” em 1963. A empresa, que começou vendendo carnês de pequenas mercadorias, ou a sortear casas após istração do empresário.

A atração foi um sucesso e em pouco tempo, o Programa Silvio Santos assumiu as tardes do domingo. Quando a Globo comprou a TV Paulista, em 1966, o programa continuou.

Contudo, em 1972, Silvio teve a oportunidade de comprar 50% da TV Record, o que ocorreu em 22 de outubro de 1975. Foi assim que, em 1981, entrou no ar a Rede SBT.

Doze anos depois, o Programa Silvio Santos entrou para o Guinness Book, o livro dos recordes mundiais, como “o programa mais duradouro da televisão brasileira”. Na época, a atração estava no ar há 31 anos.

Foi apenas na pandemia da covid-19 que Silvio Santos deixou de apresentar o programa nas tarde de domingo, que agora é comandado pela filha, Patrícia Abravanel.